Prevenção é palavra-chave em meio à pandemia de COVID-19, haja vista a não existência de tratamento e a ainda escassa vacina. Por isso, estudos, cada dia mais, apontam bons aliados para a população.
Dessa vez, os probióticos são a ponta de esperança. Isso porque revisão recente da “Nutrition Research” concluiu que esses microrganismos vivos são eficazes no reforço e equilíbrio imunológico, e também podem agir contra infecções respiratórias por vírus, incluindo o Sars-Cov-2, causador da COVID-19.
Dessa vez, os probióticos são a ponta de esperança. Isso porque revisão recente da “Nutrition Research” concluiu que esses microrganismos vivos são eficazes no reforço e equilíbrio imunológico, e também podem agir contra infecções respiratórias por vírus, incluindo o Sars-Cov-2, causador da COVID-19.
Leia Mais
Antibióticos podem desestabilizar flora intestinal. Entenda o papel dos probióticosDescubra os benefícios dos probióticosCOVID-19: Cientistas relatam manifestações e mecanismos gastrointestinais coronavirusmundoMais além, o estudo indica que probióticos podem modular respostas imunológicas, ajudando a diminuir as citocinas inflamatórias, características da COVID-19, o que os torna promissores para futuras investigações clínicas sobre seu papel profilático contra a doença.
“A infecção viral provoca uma reação imunológica para tentar evitar que o vírus invada as células do indivíduo, reproduzam e se espalhem pelo organismo. E a ação imunomoduladora reforça a resposta imune contra o vírus", explica Décio Chinzon, gastroenterologista e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
De acordo com ele, embora ainda não existam muitos trabalhos demonstrando que os probióticos são benéficos no tratamento da infecção causada pelo novo coronavírus, estudos experimentais fazem com que pesquisadores e médicos acreditem que eles têm potencial de beneficiar o paciente durante a contaminação.
Os benefícios apresentados pelos estudos experimentais se relacionam com a diminuição da gravidade da infecção e a melhora da sintomatologia em razão da ação antiviral e anti-inflamatória do probiótico.
Os benefícios apresentados pelos estudos experimentais se relacionam com a diminuição da gravidade da infecção e a melhora da sintomatologia em razão da ação antiviral e anti-inflamatória do probiótico.
O estudo, inclusive, afirma que algumas cepas microbianas em específico podem se tornar alvos de ensaios no que tange à ação contra a doença causada pelo novo coronavírus. São elas: Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus gasseri, Lactobacillus casei, Bifidobacterium bifidum e Bifidobacterium subtilis 3.
Nesse cenário, como, então, os probióticos poderiam prevenir o agravamento de infecções por COVID-19? Décio Chinzon explica que a ingestação de probióticos aumenta a proteção do organismo por conseguir equilibrar as respostas imunológicas responsáveis pelo processo pró-inflamatório e anti-inflamatório das citocinas.
“A ação pode ajudar a diminuir o efeito da tempestade de citocina, uma das consequências mais preocupantes causadas pela COVID-19 e que pode causar inflamação pulmonar crônica e até a falência de órgãos.”
“A ação pode ajudar a diminuir o efeito da tempestade de citocina, uma das consequências mais preocupantes causadas pela COVID-19 e que pode causar inflamação pulmonar crônica e até a falência de órgãos.”
“Além disso, a presença do novo coronavírus no intestino provoca uma alteração no equilíbrio da microbiota, o que chamamos de disbiose. Os probióticos corrigem essa disbiose, restaurando o equilíbrio entre os agentes que agridem e que defendem o indivíduo. Ainda, essas bactérias têm um papel potencial na prevenção de várias doenças. Assim, podemos considerar plausível a utilização de probióticos na prevenção de infecções virais como a COVID-19, em virtude de seu mecanismo de ação no organismo, ao dificultar a adesão do vírus às células epiteliais, melhorar o funcionamento da barreira mucosa, modular a resposta imune e estimular ação antioxidante”, completa.
Apesar disso, ainda não se tem trabalhos conclusivos e muito menos que indiquem o tipo, a quantidade, frequência e duração da administração adequada dos probióticos, a fim de prevenir a infecção por COVID-19.
“Sabemos que os probióticos são medicamentos seguros e os estudos experimentais mostram resultados positivos e promissores, mas ainda são preliminares. Pesquisas com seres humanos ainda estão em andamento. O acompanhamento médico é sempre necessário.”
“Sabemos que os probióticos são medicamentos seguros e os estudos experimentais mostram resultados positivos e promissores, mas ainda são preliminares. Pesquisas com seres humanos ainda estão em andamento. O acompanhamento médico é sempre necessário.”
O especialista chama a atenção ainda para outros bons aliados da população na prevenção da COVID-19, haja vista a ainda não comprovação do uso. “É importante cuidar mais de perto da imunidade e os probióticos têm inúmeros benefícios nesse aspecto. É importante também manter uma rotina saudável, dormindo entre 8 e 9 horas por dia, se alimentar bem e praticar atividade física sempre que possível. A máscara, a higiene das mãos e o isolamento social ainda vão fazer parte da nossa rotina por algum tempo e são as armas mais conhecidas para se evitar o vírus”, pondera.
DADOS
Entre os estudos inclusos da revisão, um deles, realizado no formato duplo-cego controlado por placebo, separou dois grupos de voluntários: um deles recebeu uma combinação de três tipos de Lactobacillus e o outro apenas placebo. Ao final de 12 semanas, o grupo que tomou os probióticos teve 50% mais proteção contra sintomas de gripe e resfriado em comparação ao grupo placebo.
Outra pesquisa avaliou a eficácia das cepas probióticas Lactobacillus rhamnosus GG e Bifidobacterium lactis Bb-12 na melhoria da qualidade de vida em pacientes afetados por infecções respiratórias superiores.
Dos 231 inscritos, 114 indivíduos tomaram as cepas probióticas e os 117 restantes receberam placebo por 12 semanas. A gravidade das infecções respiratórias foi 34% menor no grupo que recebeu dosagem de probióticos, com melhoria da qualidade de vida dos pacientes e sem efeitos adversos.
Dos 231 inscritos, 114 indivíduos tomaram as cepas probióticas e os 117 restantes receberam placebo por 12 semanas. A gravidade das infecções respiratórias foi 34% menor no grupo que recebeu dosagem de probióticos, com melhoria da qualidade de vida dos pacientes e sem efeitos adversos.
Em outro modelo de análise, dessa vez em animais em teste clínico, foi avaliada a eficácia do Lactobacillus rhamnosus M21 contra a infecção respiratória. Houve uma diferença significativa na taxa de sobrevivência dos camundongos após a administração de Lactobacillus. A dosagem de bactérias probióticas via oral elevou as taxas de sobrevivência em 40%.
O tratamento aumentou a produção de IgA secretora e reduziu a expressão de níveis de citocinas pró-inflamatórias nos pulmões de camundongos infectados.
O tratamento aumentou a produção de IgA secretora e reduziu a expressão de níveis de citocinas pró-inflamatórias nos pulmões de camundongos infectados.
“Uma das ações mais importantes dos probióticos no organismo é a imunomoduladora. Essa propriedade é capaz de conferir proteção contra infecções e prevenir processos inflamatórios intensos potencialmente lesivos. São inúmeros benefícios, como equilibrar a composição da microflora intestinal humana, fortalecer a função de barreira intestinal e apresentar respostas imunológicas. Nos últimos anos, várias pesquisas demostraram o papel dos probióticos no gerenciamento de respostas imunológicas e várias condições de doenças.”
É o que afirma o presidente da PBG. Segundo ele, os estudos sugerem que dietas equilibradas com suplementação de fibras probióticas e probióticos auxiliam o sistema imune a manter uma resposta imunológica estável, evitando efeitos adversos de infecções virais.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas