O Brasil chegou, nesta quarta-feira (12/5), à marca de 37.197.671 pessoas vacinadas contra a COVID-19, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. Esse número equivale a 17,57% da população. Entre os mais de 37 milhões de vacinados, 18.658.972 receberam a segunda dose, o que representa 8,81% da população com a vacinação completa contra o coronavírus.
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Tire suas dúvidas.
Por que testar antes de ser vacinado?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas que testaram positivo para a COVID-19 através do teste PCR - incluindo aquelas contaminadas entre o intervalo de uma dose e outra - não devem tomar a vacina até passarem pelo pico da doença. A medida é adotada para evitar a circulação de pessoas que precisam ficar em isolamento, com o objetivo de diminuir o risco de contaminação de terceiros.
A OMS afirma que existe ainda a possibilidade do infectado ter que adiar a vacinação por seis meses. No entanto, esta é apenas uma hipótese em análise. De acordo com a entidade, quando mais dados forem verificados sobre a duração da imunidade depois da infecção natural, poderá haver alteração no período do adiamento.
Por que testar depois de ser vacinado?
O teste é necessário após a pessoa tomar o imunizante, já que, mesmo vacinada, ela ainda pode contrair o vírus. As vacinas disponíveis no Brasil são eficazes na prevenção de formas graves do coronavírus, mas elas não dão 100% de proteção para nosso organismo.
Assim, mesmo após tomar as duas doses da vacina, o indivíduo pode contrair o vírus, porém terá reações mais leves, sem necessidade de internação. Além disso, ele pode ser assintomático, mas transmitir o vírus para quem ainda não se vacinou.
Vale destacar que os imunizantes não geram uma resposta imediata de imunidade. O tempo de proteção varia conforme cada vacina, na maioria delas demora de 10 a 20 dias após a segunda dose.
Outro fator importante sobre as três vacinas disponíveis no Brasil é sua taxa de imunização. A vacina Oxford/AstraZeneca, ainda que tenha um intervalo maior entre a primeira dose e a segunda, de 3 meses, apresenta eficácia de mais de 70% já na primeira aplicação. A segunda dose é feita para garantir uma imunidade mais prolongada contra o coronavírus, conforme informa a bula da vacina.
A Pfizer/BioNTech, segundo a revista científica The Lancet, possui uma taxa de imunização de 70%, logo após a primeira dose. O número sobe para 85% uma semana depois da segunda dose da vacina. O intervalo entre as doses é três meses. Já a Coronavac, possui um intervalo menor entre as doses, de 14 a 28 dias, e tem a imunidade comprovada de 50,7%.
Por isso, os cuidados de prevenção ao vírus devem ser mantidos mesmo após as duas doses da vacina: uso de máscaras, evitar aglomerações, manter a higiene das mãos e fazer testes.
Tipos de testes
Conheça as opções de testes disponíveis no mercado e os benefícios de cada um:
Para pessoas que querem saber se estão com coronavírus, a OMS recomenda que seja feito um teste que identifica o vírus vivo – ou seja, do tipo molecular. Para estes casos, existem 3 opções:
- RT-PCR
O que é: considerado um teste de padrão ouro para diagnosticar a COVID-19. É feito por meio de um swab nasal (cotonete específico) introduzido nas narinas e na garganta. A secreção respiratória é colhida para identificar se o paciente apresenta material genético ativo do Sars-Cov-2.
Quando fazer: o ideal é que seja feito na primeira semana de sintomas. Quando realizado nesse período, o grau de confiabilidade chega a ficar acima dos 90% e é raro haver um resultado falso positivo.
Indicação: quando o indivíduo apresenta sintomas – para traçar o tratamento e o período de isolamento – ou quando mesmo assintomático foi confirmado que uma pessoa teve contato com alguém infectado.
Onde fazer: está disponível na rede pública de saúde, nos atendimentos hospitalares privados e nas principais redes de laboratórios privados.
Resultado: em média, 3 dias, se realizado em laboratório; e 24h, quando o paciente está internado.
Média de preço: R$250
- PCR-Lamp
O que é: teste molecular mais barato, avançado e de rápido resultado para a detecção de coronavírus, além de poder ser comprado diretamente pelo consumidor final. Assim como o RT-PCR, ele identifica o RNA do vírus nas células da pessoa infectada desde a fase inicial. A principal diferença é que ele é indolor e não invasivo: a amostra de saliva é coletada em um tubo estéril, pelo próprio paciente.
Segurança: o teste pode chegar a 99% de acurácia, o que significa que de cada 100 pessoas não infectadas, menos de um indivíduo terá um resultado de falso positivo.
Indicação: quando o indivíduo tem sintomas – para traçar o tratamento e o período de isolamento; quando mesmo assintomático foi confirmado que uma pessoa teve contato com alguém infectado; como ferramenta de segurança quando é preciso sair de casa e se encontrar com outras pessoas.
Onde fazer: pode ser feito em casa. O kit está disponível para compra na internet, no www.meudna.com, ou em endereços selecionados das farmácias das redes Droga Raia, Drogasil ou Pague Menos, no Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo em mais de 100 cidades.
Resultado: sai em 24 horas.
Média de preço: no site, ele custa R$169 e está disponível para Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e no estado de São Paulo em mais de 100 cidades. Já nas drogarias o valor é de R$150.
- POCT-PCR
O que é: assim como os outros dois tipos de PCR, este também mapeia a presença de vírus ativo por meio da secreção coletada via um swab nasal. Sua principal diferença é o tempo do resultado, que sai em minutos devido ao reagente utilizado.
Segurança: o grau de confiabilidade é de mais de 90%.
Indicação: em geral, é adotado pelos laboratórios hospitalares nos casos em que é preciso agilizar a conduta clínica dentro do hospital, para tratar, principalmente, casos mais graves e de maior comprometimento da vida do paciente.
Onde fazer: apenas em pacientes internados em hospitais da rede particular.
Resultado: sai em poucos minutos.
Média de preço: não é comercializado para o público.
Para quem já teve COVID
Os testes imunológicos por sorologia são os mais indicados para quem já teve a doença. A partir de diferentes tecnologias é possível descobrir se há no sangue anticorpos da classe das imunoglobulinas – IgA, IgM e IgG – o que indica que houve produção desse mecanismo de defesa para barrar o vírus nocivo.
- Imunológico por Sorologia
O que é: por meio de uma amostra de sangue – coletada em geral após sete ou dez dias depois dos primeiros sintomas – é detectada não a presença do vírus vivo, mas de anticorpos. Ou seja, a resposta do organismo para combater a infecção. Isso significa que o resultado aponta se aquela pessoa já teve contato prévio com a COVID.
Segurança: possui uma sensibilidade menor do que as técnicas de identificação do vírus vivo. Por isso, não é indicado para diagnosticar a doença. Em alguns casos, dependendo do período de coleta, existe risco maior de um resultado falso negativo por a produção de anticorpos ainda ser baixa e insuficiente para ser encontrada.
Indicação: em situações em que o objetivo é descobrir se houve uma exposição prévia ao vírus e não naquelas em que se pretende descobrir se está doente naquele momento. Pode ser uma opção para uma empresa que quer entender quantos funcionários já tiveram contato com a doença, na hora de planejar um retorno seguro ao trabalho.
Onde fazer: está disponível na rede pública de saúde e nas principais redes de laboratórios privados.
Resultado: em média, sai em até 3 dias.
Média de preço: R$300
Ainda é preciso ter cuidado
Diante do atual cenário da pandemia, a recomendação da OMS de manter o isolamento social ainda é a forma mais segura e eficaz de evitar e controlar a contaminação. Porém, se houver a necessidade de sair de casa em situações que te exponham em tempo prolongado a outros indivíduos, o mais recomendado é fazer, com antecedência, um teste do tipo PCR. Mesmo não havendo sintomas ou sinais aparentes da doença, essa medida evita a circulação de pessoas contaminadas.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira