Em meio à pandemia de COVID-19, a informação em saúde se tornou ainda mais preciosa, porém, com um bombardeio de notícias e novas descobertas, muitas pessoas encontram dificuldades em discernir o que é de fato verdade e o que é fake news.
Justamente por isso, a Elsevier promove, nesta quarta-feira (19/5), às 16h, a webinar “Fato ou Fake”, a fim de conscientizar a população e ensinar profissionais de saúde e público em geral a reconhecer notícias falsas, avaliando corretamente as fontes.
Justamente por isso, a Elsevier promove, nesta quarta-feira (19/5), às 16h, a webinar “Fato ou Fake”, a fim de conscientizar a população e ensinar profissionais de saúde e público em geral a reconhecer notícias falsas, avaliando corretamente as fontes.
Segundo Laís Junqueira, antes de mais nada, é importante que as pessoas entendam o que, de fato, são as fake news – informações falsas que imitam conteúdos de noticiários.
“O leitor ou ouvinte acredita que está recebendo informação fidedigna quando, na verdade, está recebendo informação falsa ‘disfarçada’ de verdade. Neste universo, se apresentam dois tipos de informações falsas: a misinformação, que são informações não verdadeiras divulgadas, mas sem a intenção de causar dano; e a desinformação, que são informações falsas criadas e espalhadas propositalmente para enganar as pessoas.”
“O leitor ou ouvinte acredita que está recebendo informação fidedigna quando, na verdade, está recebendo informação falsa ‘disfarçada’ de verdade. Neste universo, se apresentam dois tipos de informações falsas: a misinformação, que são informações não verdadeiras divulgadas, mas sem a intenção de causar dano; e a desinformação, que são informações falsas criadas e espalhadas propositalmente para enganar as pessoas.”
“Essa classificação é importante no combate às fake news, mas os resultados podem ser catastróficos tanto com misinformação quando desinformação”, aponta a gerente.
De acordo com dados de um estudo realizado pelo Massachusetts Institute Of Technology (MIT), as notícias falsas têm 60% mais probabilidade de serem compartilhadas do que as notícias verdadeiras.
A análise foi feita com base em 126 mil histórias contadas no Twitter, entre 2006 e 2017. De acordo com a pesquisa, essa propensão ocorre por dois fatores: a novidade e a emoção.
A análise foi feita com base em 126 mil histórias contadas no Twitter, entre 2006 e 2017. De acordo com a pesquisa, essa propensão ocorre por dois fatores: a novidade e a emoção.
Na área da saúde, os dados também são preocupantes. Segundo os pesquisadores, há uma probabilidade maior de retweet – compartilhamento de conteúdo no Twitter – 70% maior em notícias falsas relacionadas a política, lendas urbanas e ciência.
“Outros estudos, das epidemias de Ebola e Zika, apontam uma viralidade também muito maior em informações falsas – lê-se mais e compartilha-se mais.”
“Outros estudos, das epidemias de Ebola e Zika, apontam uma viralidade também muito maior em informações falsas – lê-se mais e compartilha-se mais.”
Nesse cenário, um fator que tende a contribuir muito para o compartilhamento de notícias falsas é alfabetização em saúde, uma fragilidade da sociedade, conforme Laís Junqueira.
“Segundo a Organização Mundial da Saúde, a alfabetização em saúde é a capacidade dos indivíduos de obter acesso, compreender e usar informações de maneira que promovam e mantenham a boa saúde. A avalanche de informações científicas publicadas durante a pandemia ressaltou nossa fragilidade em obter, compreender e interpretar essas informações da área da saúde. E isso nos deixa ainda mais vulneráveis às fake news.”
“Segundo a Organização Mundial da Saúde, a alfabetização em saúde é a capacidade dos indivíduos de obter acesso, compreender e usar informações de maneira que promovam e mantenham a boa saúde. A avalanche de informações científicas publicadas durante a pandemia ressaltou nossa fragilidade em obter, compreender e interpretar essas informações da área da saúde. E isso nos deixa ainda mais vulneráveis às fake news.”
“Assim, temos um cenário que é, infelizmente, favorável às fake news. E as consequências são catastróficas: no início da pandemia, centenas de pessoas morreram e outras centenas foram internadas por ingestão de metanol para cura da COVID. Estamos falando sobre mais de 700 pessoas que leram uma notícia falsa, tomaram uma ação baseada nessa informação e morreram. Esse é um exemplo visível e mensurável, mas existem impactos ainda invisíveis a olho nu, como a propagação de vírus causada pela desinformação que máscaras não são seguras, entre outros impactos”, afirma.
Analogicamente, Laís Junqueira explica que o impacto das fake news na pandemia se assemelha a uma final de campeonato brasileiro, no qual o time da população joga contra o da COVID-19.
“O time deles é orquestrado, funciona como uma máquina. E do nosso lado, temos um jogador que não acredita que o outro time vai entrar em campo, um jogador que insiste em falar para marcar gol contra, e até mesmo um que trouxe uma bola de basquete para o jogo de futebol. A diferença é que em lugar de tomar uma goleada, o resultado da nossa partida são quase 500 mil mortos. As fake news nos dividem, nos levam à tomada de decisões erradas e têm um impacto imediato na saúde do povo brasileiro.”
“O time deles é orquestrado, funciona como uma máquina. E do nosso lado, temos um jogador que não acredita que o outro time vai entrar em campo, um jogador que insiste em falar para marcar gol contra, e até mesmo um que trouxe uma bola de basquete para o jogo de futebol. A diferença é que em lugar de tomar uma goleada, o resultado da nossa partida são quase 500 mil mortos. As fake news nos dividem, nos levam à tomada de decisões erradas e têm um impacto imediato na saúde do povo brasileiro.”
EM COMBATE
Para combater as fake news é muito importante que as pessoas tenham conhecimento acerca de como valorizar as informações verídicas e, também, de como reconhecer as falsas. “Todos precisamos estar alertas para fake news, mas a teoria é mais fácil que a prática. Como as fake news despertam a sensação de novidade e emoções diferentes no leitor, somos atraídos a ler e compartilhar”, afirma Laís Junqueira.
A gerente, inclusive, explica que, nesse cenário, há uma sigla fácil de lembrar que pode ajudar a conter o clique do compartilhar: “FATOS – cada letra é uma ação que podemos tomar ao nos depararmos com uma notícia que parece ser mais atraente do que deveria.”
Confira:
F – Fonte original da informação: sempre procure a fonte original da informação, e não vale usar o ‘tio do zap’ como fonte.
A – Análise da credibilidade da fonte: uma vez que você encontrou a fonte original, pergunte-se: é confiável? Veículo de imprensa com normas editoriais sérias? Não vale o blog da vizinha.
T – Término das correlações espúrias: será que o gráfico mostra uma relação causal? Ou é apenas coincidência? Se pergunte isso! Muitas fake news fazem correlações com fatos verídicos a fim de estabelecer um nexo que induza o leitor a acreditar no que lê. Por isso, antes de compartilhar, confira se a correlação estabelecida é legítima ou espúria.
O – Observação dos fatos e do seu viés: use um fact checker. Existem especialistas para avaliar se as notícias são verdadeiras ou não, use-os! E sempre que você gostar muito ou detestar uma notícia, desconfie dela.
S – Sempre compartilhe informações verdadeiras: o capital intelectual na área da saúde é invejável e está na mídia compartilhando informações verdadeiras incansavelmente. Em caso de dúvidas, busque fontes confiáveis como o site da OMS, o site da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente e o COVID-19 Hub criado pela Elsevier para divulgar informações para profissionais de saúde de forma aberta. E, principalmente, não compartilhe fake news. O clique inocente pode custar vidas.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram