Um experimento de laboratório, feito na China, sugere que a CoronaVac tem desempenho menor contra a P1, variante brasileira do coronavírus. A vacina também tem queda contra as cepas sul-africana e nova-iorquina. Os resultados foram publicados na revista Lancet, nessa quinta-feira (27/5).
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A potencial vantagem da CoronaVac contra variantes da COVID-19CoronaVac: estudo mostra eficácia de até 100% em pessoas acima de 60 anos Estudo brasileiro aponta 78% de eficácia da Coronavac para evitar COVID-19coronavirusbrasilJá contra as variantes detectadas no Reino Unido, na Califórnia, e a D614G (mutação que surgiu nos primeiros meses da pandemia), o imunizante mostrou desempenho semelhante ao observado contra a versão original do Sars-CoV-2. A cepa indiana não foi incluída no estudo.
Para avaliar a potencial resistência de novas variantes à neutralização induzida pela vacina, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, pesquisadores analisaram o soro do sangue de 93 profissionais de saúde saudáveis, do Hospital Nanjing Drum Tower, em Nanjing, na China, antes e depois de receberem as duas doses do imunizante.
Os cientistas testaram a resposta imune das amostras contra um vírus artificial, fabricado em laboratório, com a adição da proteína "spike" — responsável por forçar a entrada do vírus nas células humanas — de diferentes variantes do coronavírus.
Resultados da análise do sangue
O soro do sangue de todas as amostras, antes da vacinação, não apresentavam níveis de neutralização contra as sete variantes do Sars-CoV-2 testadas, como esperado.
Após a vacinação, no entanto, 82% das amostras conseguiram neutralizar o vírus da cepa original do coronavírus, encontrada em Wuhan. Além dela, as amostras foram igualmente capazes de neutralizar as variantes D614G, do Reino Unido e a da Califórnia.
Porém, as variantes que têm uma mutação no gene E484k apresentaram menor capacidade de serem neutralizadas pelos anticorpos estimulados pela CoronaVac. Entre elas, estão a P1, que surgiu em Manaus, a B.1.526, de Nova York, e a B.1.351, da África do Sul. Contra essas variantes, a atividade neutralizante dos anticorpos caiu a cerca de um quarto daquela observada contra a cepa original do coronavírus.
Como o estudo é um experimento de laboratório em condições artificiais, ele não reflete necessariamente as condições reais de uso do imunizante. Por esta razão, os pesquisadores recomendam trabalhos de vigilância epidemiológica.
"Nossos resultados ressaltam a necessidade de vigilância viral aprimorada e avaliação da eficácia da vacina atualmente autorizada contra variantes emergentes, especialmente na presença de E484K.”
Em abril, em uma análise feita em Manaus, onde a variante brasileira era predominante, a CoronaVac mostrou 50% de eficácia para prevenir casos de COVID, 14 dias após a primeira dose. A pesquisa contou com participação de mais de 67 mil profissionais de saúde.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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