São Paulo é o estado brasileiro com um dos maiores números de casos confirmados e graves da COVID-19, com incidência de 294 internações por 100 mil habitantes. Isso justifica a escolha da região para estudo que comparou o quadro clínico e como se desenvolveu a doença em pacientes hospitalizados na capital paulista, considerando o perfil de cada indivíduo infectado.
Uma conclusão importante é que, do ponto de vista da propensão para óbito em pacientes internados, a idade é um fator que influencia mais nesse desfecho do que entre pessoas que apresentam comorbidades. Os riscos de morte são proporcioanais ao avanço da idade.
Na pesquisa coordenada pela equipe composta por Julio Croda, Patricia Vieira da Silva, Silvano Barbosa de Oliveira, Juan José Cortez Escalante, Maria Almiron, Daniel Henrique Tsuha, Helena Keico Sato , Paulo Rossi Menezes, Regiane Cardoso de Paula, Tatiana Lang D'Agostini, divulgada em artigo científico, participaram 120.804 pacientes, acompanhados entre 26 de fevereiro e 10 de outubro de 2020. As características dos pacientes que morreram e sobreviveram, após contrair a COVID-19, foram comparadas usando uma análise de sobrevivência.
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Coronavac: o que muda com a aprovação da OMS para uso emergencial da vacina COVID-19: SBD alerta sobre manifestações cutâneas'Terminei a quarentena, como limpar a casa?' Confira o guia de higienização'A vacina salvou minha vida', diz paciente com comorbidade que pegou COVID Você já ouviu falar em transplante de fezes? Entenda como funcionaHomens, idosos, pessoas com doença cardiovascular crônica, hipertensão, doença pulmonar crônica, diabetes e doença neurológica crônica apresentavam maior risco de morte ocasionada pelo coronavírus.
A pesquisa sugere, dessa maneira, que os mais velhos continuem com prioridade nos grupos para vacinação. Julio Croda lembra que a vacina tem um efeito protetor em potencial para os idosos, como informa a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Portanto, a entidade não recomenda um limite de idade superior para a imunização - dados recolhidos durante o uso subsequente em vários países e os dados de imunogenicidade solidária corroboram essa informação.
"Não há razão para acreditar que a vacina tem um perfil de segurança diferente em populações mais velhas e jovens. A OMS recomenda que os países que utilizem a vacina em faixas etárias mais velhas realizem monitorização de segurança e eficácia para verificar o impacto esperado e contribuir para tornar a recomendação mais robusta para todos os países", diz o infectologista.