“A vacina salva vidas e salvou a minha vida. Se eu não tivesse tomado essa vacina, talvez não estaria aqui hoje.” Essa é a sensação de Elísio Divino Pereira Alves, de 56 anos. Ele é portador de uma comorbidade e pegou a COVID-19 após ter tomado a primeira dose da vacina contra a doença. Os médicos acreditam que, por causa disso, Elísio teve sintomas leves.
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Desde o início da pandemia, o maior medo de Elísio era pegar a COVID-19, justamente pelo delicado estado de saúde. Ele conta que ficou dois meses sem ir às consultas, com receio de se contaminar. “Não adiantou, peguei a COVID.”
Isso aconteceu uma semana após receber a primeira dose da vacina da AstraZeneca, em 11 de maio.
“Como já tinha tomado a primeira dose da vacina, acho que a doença não foi tão grave por causa disso. A doença vem mais fraca. Se não tivesse tomado, talvez não tivesse resistido.”
Sintomas leves e medo
Segundo ele, os sintomas foram leves. “Não tive dor no corpo, nem febre, o paladar permaneceu, apenas os pulmões foram afetados.”
Maria Erlane Sebastiana, de 52 anos, é mulher de Elísio e conta que ficou apreensiva quando descobriu que o marido estava com COVID-19.
“Tive muito medo. Ele começou a tossir, e a tosse acontecia mais à noite. Não caiu a ficha que poderia ser COVID, sinceramente”, conta.
Só quando eles procuraram atendimento no hospital, e os médicos levantaram a suspeita da doença, pelos sintomas, que ela percebeu que poderia ser coronavírus.
“Até então, eu não achava que era COVID porque os sintomas eram leves. Como ele tomou a vacina eu achei que não poderia ser COVID.”
Vacina evita evolução para formas graves
O paciente precisou ser internado para monitoramento do estado de saúde, mas não precisou ser intubado.
A médica infectologista do Hospital da Baleia, Priscila Reis, explica que a vacina evita a evolução da doença para formas mais graves.
“A vacina é muito importante, pois evita óbitos, hospitalizações e evolução para formas graves. É muito importante que as pessoas sigam o esquema vacinal completo, com as duas doses, respeitando o intervalo de cada tipo de vacina.”
E completa: “Quando chegar a sua hora para se vacinar, se vacine. Tome as duas doses corretamente, principalmente aqueles pacientes que têm comorbidades e que já têm fatores de risco para complicações da COVID. Para esse grupo, a vacinação é indispensável.”
A infectologista lembra também que, mesmo após a vacinação, as pessoas podem contrair a doença, como no caso de Elísio.
“É muito importante frisar que a vacina da COVID-19 não é esterilizante, ou seja, ela não impede que você pegue a doença. Caso pegue a doença, você vai ter uma evolução mais branda, com sintomas mais leves, diminuindo a necessidade de internação, de intubação e de evolução para formas graves”, destaca.
O médico nefrologista Guilherme Gontijo explica que vários pacientes que fazem hemodiálise já foram imunizados.
“A vacinação é fundamental para tentar controlar a forma grave da doença. A maioria dos nossos pacientes idosos, no caso da diálise, já foram vacinados. Os outros também tomaram, pelo menos, a primeira dose, por terem comorbidades.”
Segundo o nefrologista, é recomendado que, mesmo após serem vacinados, os pacientes continuem mantendo os cuidados. “Tentar manter o distanciamento, o uso de máscara, porque a pessoa pode ter o vírus e se manter assintomática, mas transmitindo para os outros.”
Importância da vacina
Para Elísio, tomar a vacina foi importante porque ajudou a amenizar a doença. No entanto, ele conta que muitos amigos não querem se vacinar ou tomam a primeira dose e não voltam para tomar a segunda.
“Sempre falo com eles que a vacina está aí para curar e não para matar. Então, não precisa ter medo. Pode vacinar, levar seus pais, seus avós, e não esquecer da segunda dose. Tem muita gente esquecendo e não pode, porque a imunização só será total depois da segunda dose.”
Segundo ele, mesmo após se imunizar, os cuidados permanecem. “Lá em casa a gente toma muitos cuidados, quando vai na rua, no supermercado. Tem álcool para todo lado. Mas a gente tem que passar pelo que passou e pronto. Acabei pegando essa COVID-19 não sei de onde.”
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina