A taxa de transmissão comunitária de vírus respiratórios no Brasil está "extremamente" alta em 83 das 118 macrorregiões de saúde em que o país é dividido. Em outras 19, está muito alta e, em 13, está alta. É o que apontam novos dados compilados pelo sistema InfoGripe, que reporta os casos de internação por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país.
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COVID-19: medicamento reduz em 37% o risco de morte COVID-19: sono pode impactar resposta imunológica à vacinaVacina para HIV: O estudante que perdeu o tio para a aids e decidiu ajudar na busca por imunizanteNo ano passado, foram 98% dos casos positivos para o novo coronavírus. O boletim divulgado hoje (17) se refere a dados inseridos no sistema até 14 de junho e referentes à semana epidemiológica 23, de 6 a 12 de junho.
Os dados da transmissibilidade mostram que apenas no interior do Nordeste, nos estados do Amazonas e de Roraima, em parte do Pará e do Mato Grosso a situação não está em vermelho.
Isso significa que a maior parte do país registrou 10 casos ou mais de SRAG por 100 mil habitantes na semana passada.
Em sua conta no Twitter, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, destacou que os dados servem de alerta para “reforçar que não basta estar em queda no número de casos de COVID-19, é preciso manter por tempo suficiente para chegar num patamar aceitável”.
Probabilidade de queda
Na estimativa, o boletim aponta para uma tendência geral de queda no longo prazo. No mapa, aparecem com probabilidade de crescimento das internações por SRAG os estados do Acre, Amazonas, Goiás e o Distrito Federal.
A estabilidade deve ocorrer no Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso e Santa Catarina.
Os demais estados estão com probabilidade de queda.
Os óbitos relacionados à SRAG estão com dados semanais na zona de risco e com ocorrência de casos "muito alta". Entre os pacientes que morreram e tiveram um resultado positivo para teste laboratorial, 99% acusaram SARS-CoV-2.
O boletim traz, ainda, um alerta para outras doenças respiratórias, já que foi verificado um aumento de SRAG decorrente de infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e do rinovírus.
Nas conclusões, os especialistas destacam que os valores semanais de internação ainda estão muito altos, assim como a transmissibilidade.