Nesta sexta-feira (18/6) é comemorado o Dia Mundial do Câncer de Rim, data em que a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) conscientiza a população acerca da doença e a necessidade e importância do diagnóstico precoce para melhores chances de cura e melhor qualidade de vida.
Além disso, neste ano, a entidade médica chama atenção para a queda no número de pessoas diagnosticadas com a neoplasia, em razão da pandemia de COVID-19, o que tende a trazer consequências sérias em um futuro próximo.
Além disso, neste ano, a entidade médica chama atenção para a queda no número de pessoas diagnosticadas com a neoplasia, em razão da pandemia de COVID-19, o que tende a trazer consequências sérias em um futuro próximo.
Dados inéditos do Ministério da Saúde apontam que em 2020 os exames de ultrassonografia de abdômen total caíram 31%, se comparado a 2019. Dados da Unicamp, AC Camargo e Unifesp também apontaram queda de até 63% no diagnóstico de câncer de rim.
“É sabido que milhares de cânceres dos mais diversos órgãos deixaram de ser diagnosticados por causa da pandemia, pois observou-se um afastamento das pessoas em fazer controles de saúde com a regularidade preconizada. O impacto do não diagnóstico em uma fase precoce ou mesmo o retardo no diagnóstico e tratamento, independentemente da evolução de uma doença, pode interferir nas chances de cura ou negativamente na sobrevida e qualidade de vida. Somente com o tempo, saberemos a proporção desses impactos.”
É o que destaca Francisco Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas Gerais (SBU-MG). Segundo ele, de um modo geral, postergar um diagnóstico pode resultar em tratamentos mais invasivos ou agressivos, piorar o prognóstico ou até mesmo diminuir as chances de cura.
Nesse cenário, é essencial que as pessoas saibam sobre a importância de reconhecer o câncer de rim precocemente, já que o diagnóstico traz melhor qualidade de vida, maiores chances de cura e também a possibilidade de preservar, quando possível, a parte do rim não acometida pela doença.
Nesse cenário, é essencial que as pessoas saibam sobre a importância de reconhecer o câncer de rim precocemente, já que o diagnóstico traz melhor qualidade de vida, maiores chances de cura e também a possibilidade de preservar, quando possível, a parte do rim não acometida pela doença.
O tumor renal é de duas a três vezes mais frequente em homens, sendo mais prevalente entre os 50 e 70 anos, com idade média de 64 anos ao diagnóstico. Ele é assintomático em fase inicial. Já na doença avançada, alguns sinais ou sintomas podem se manifestar como: sangramento na urina, dor nas costas persistente, perda de peso, cansaço e dor abdominal.
Francisco Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas Gerais (SBU-MG)
Mas, então, como diagnosticar o câncer de rim, uma vez que ele é silencioso e não apresenta sintomas característicos nos estágios iniciais da doença? Com acompanhamento médico. Quase sempre essa neoplasia é reconhecida acidentalmente, quando exames de imagem são feitos por outras causas.
“O acompanhamento médico periódico para avaliação da saúde como um todo é o meio mais adequado para fazer um diagnóstico precoce. E o fato de o câncer renal em fase inicial ou quando o tumor é pequeno não acarretar sinais ou sintomas deve ser um alerta para investigação”, afirma Francisco Guerra.
“O acompanhamento médico periódico para avaliação da saúde como um todo é o meio mais adequado para fazer um diagnóstico precoce. E o fato de o câncer renal em fase inicial ou quando o tumor é pequeno não acarretar sinais ou sintomas deve ser um alerta para investigação”, afirma Francisco Guerra.
Marco Túlio Lasmar, coordenador do Departamento de Cirurgia Laparoscópica da SBU-MG, porém, pondera que, em alguns casos, normalmente em estágios mais avançados, sinais podem ser observados. E, por isso, a importância de também estar atento à resposta do corpo.
São eles: dor lombar, sangramento na urina e massa abdominal palpável. Não há ainda um exame específico para o rastreamento do câncer de rim, mas uma consulta anual com o urologista e a realização de exames de imagem podem identificar a doença em suas fases iniciais, quando a doença ainda não tem manifestações clínicas.
São eles: dor lombar, sangramento na urina e massa abdominal palpável. Não há ainda um exame específico para o rastreamento do câncer de rim, mas uma consulta anual com o urologista e a realização de exames de imagem podem identificar a doença em suas fases iniciais, quando a doença ainda não tem manifestações clínicas.
TRATAMENTO
“Quando diagnosticados nas fases iniciais, o tratamento apresenta melhores resultados”, é o que afirma Marco Túlio Lasmar. E a abordagem dos tumores renais em todos os estágios evoluiu nos últimos anos.
Nas fases iniciais, o tratamento cirúrgico, como terapia única, pode ser suficiente para se conseguir índices de cura próximos de 100%, e ainda preservar parte do rim acometido, conforme o especialista.
Nas fases iniciais, o tratamento cirúrgico, como terapia única, pode ser suficiente para se conseguir índices de cura próximos de 100%, e ainda preservar parte do rim acometido, conforme o especialista.
“Atualmente, com o emprego da tecnologia robótica, a cirurgia renal tornou-se mais precisa, menos invasiva e com resultados oncológicos muito satisfatórios, podendo o paciente ainda voltar às suas atividades habituais rapidamente.”
Já em fases mais avançadas da doença, a imunoterapia ou terapias-alvo também tem conseguido bons resultados com melhora significativa da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes, conforme Marco Túlio Lasmar.
CAUSAS
As causas exatas dos tumores renais ainda são desconhecidas. Porém, segundo o coordenador da SBU-MG, tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, hereditariedade, sedentarismo, insuficiência renal crônica, irradiações e exposição a substâncias como derivados da gasolina e chumbo são fatores predisponentes ao surgimento de quadros clínicos de câncer de rim.
“Assim, hábitos saudáveis e mudanças do estilo de vida podem contribuir para o não aparecimento do tumor renal. Além disso, uma consulta médica periódica, na presença ou não desses fatores de risco, deve ser estimulada e é fundamental para o diagnóstico e tratamento mais efetivo dos tumores que acometem o rim.”
O CÂNCER DE RIM
O câncer de rim é uma doença maligna e representa o segundo tipo mais frequente de tumor do sistema urinário, atrás apenas do câncer da bexiga, segundo o presidente da SBU-MG.
“Além disso, outros órgãos acometidos de doença maligna, como mama, pele, bexiga e intestino, podem enviar metástases para o rim. O tumor renal é de duas a três vezes mais frequente em homens, sendo mais prevalente entre os 50 e 70 anos, com idade média de 64 anos ao diagnóstico. Ele é assintomático em fase inicial. Já na doença avançada, alguns sinais ou sintomas podem se manifestar como sangramento na urina, dor nas costas persistente, perda de peso, cansaço e dor abdominal”, completa.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram