Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) depositou a patente de um teste de baixo custo e alto desempenho para o diagnóstico da COVID-19. O exame custa menos de R$ 1 por paciente e pode contribuir para a realização da testagem em massa no Sistema Único de Saúde (SUS).
O teste foi feito pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, sob a coordenação do professor Rodolfo Cordeiro Giunchetti, do Departamento de Morfologia. Também foi co-coordenado do professor Alexsandro Galdino, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), e contou com a parceria da Federal de Lavras (Ufla), da Federal da Integração Latino-americana (Unila) e da Fundação de Ensino e Tecnologia de Alfenas (Unifenas).
Segundo Rodolfo Cordeiro, o teste é baseado na detecção de anticorpos, ou seja, após os 14 dias de sintomas.
“Como o teste é baseado na detecção de anticorpos, na fase inicial da doença, não deu tempo de produzi-los. Nesse início de sintomas, a melhor metodologia é o PCR. À medida que tempo vai passando, o organismo vai reagindo e produzindo anticorpos. E isso acaba por controlar o vírus, que vai diminuindo enquanto o corpo aumenta a quantidade de anticorpos”, explica o professor.
“Como o teste é baseado na detecção de anticorpos, na fase inicial da doença, não deu tempo de produzi-los. Nesse início de sintomas, a melhor metodologia é o PCR. À medida que tempo vai passando, o organismo vai reagindo e produzindo anticorpos. E isso acaba por controlar o vírus, que vai diminuindo enquanto o corpo aumenta a quantidade de anticorpos”, explica o professor.
O exame, que é feito com uma amostra de sangue, custa menos de R$ 1 por paciente e o resultado fica pronto em três horas.
As plaquinhas utilizadas no teste contêm 96 orifícios, que o significa poder realizar 96 exames diferentes ao mesmo tempo.
As plaquinhas utilizadas no teste contêm 96 orifícios, que o significa poder realizar 96 exames diferentes ao mesmo tempo.
Essa possibilidade garante que, por dia, um laboratório preparado consiga testar mais de 100 plaquinhas, resultando em mais de 10 mil pessoas diagnosticadas.
“Começamos a trabalhar com esse teste desde março do ano passado e a ideia é fazer aplicação em larga escala. Uma plaquinha de teste tem 96 orifícios, isso quer dizer que podemos testar 96 pessoas por dia”, diz o professor.
“Começamos a trabalhar com esse teste desde março do ano passado e a ideia é fazer aplicação em larga escala. Uma plaquinha de teste tem 96 orifícios, isso quer dizer que podemos testar 96 pessoas por dia”, diz o professor.
“Se forem 100 placas, é possível testar 10 mil pessoas em um único dia, e isso num laboratório pequeno. Nos grandes, a possibilidade é ainda maior. Meu laboratório é de teste, pequeno. Mas num laboratório preparado, da prefeitura, por exemplo, é possível fazer cerca de 80 mil testes por dia, tranquilamente”, explica Rodolfo.
O exame desenvolvido pela equipe pode ser utilizado, também, para identificação de anticorpos em pessoas vacinadas.
“O teste também consegue mostrar se a pessoa que foi vacinada produziu anticorpos. Por enquanto, só conseguimos amostras de pessoas que tomaram a CoronaVac e 90% delas produziram anticorpos tipo IGG contra o vírus, após as duas doses”, disse o coordenador da pesquisa.
“O teste também consegue mostrar se a pessoa que foi vacinada produziu anticorpos. Por enquanto, só conseguimos amostras de pessoas que tomaram a CoronaVac e 90% delas produziram anticorpos tipo IGG contra o vírus, após as duas doses”, disse o coordenador da pesquisa.
Entre as vantagens do teste, está o mapeamento do vírus na cidade, o que pode ajudar nas estratégias de combate à pandemia. “Ajuda a testar um bairro inteiro, por exemplo, e constatar que as pessoas têm pouca produção de anticorpos. Dessa forma, passamos a pensar numa possível estratégia de prioridade de vacinação para esse público que ainda não está protegido”, explica Rodolfo.
“A gente fez o teste para ser usado. É um custo muito baixo, que nos ajuda a entender como está a infecção na cidade”, finaliza o professor.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina
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