A pandemia de COVID-19 já dura quase um ano e meio, e, mais uma vez, o inverno passará com risco de aumento de casos, já que, apesar de não haver comprovação de sazonalidade, ou seja, se em uma determinada época ano há aumento de quadros clínicos da patologia –, essa estação do ano é propícia à proliferação de doenças respiratórias.
Além disso, um outro fator que preocupa os especialistas durante a época mais fria do ano é a aglomeração em ambientes fechados, haja vista a necessidade de jovens e adultos de sair para trabalhar, por exemplo.
Além disso, um outro fator que preocupa os especialistas durante a época mais fria do ano é a aglomeração em ambientes fechados, haja vista a necessidade de jovens e adultos de sair para trabalhar, por exemplo.
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Em relação à taxa de positividade, o grupo entre 40 e 59 anos teve 27,6% de positividade, quatro pontos percentuais acima da média brasileira, que é de 23,6%.
E, além do aumento no número de casos nesse grupo, o que já virou rotina na curva de incidência, conforme Leonardo Paixão, coordenador de medicina de emergência e pronto atendimento do Instituto Orizonti, a gravidade nessa faixa etária também se elevou.
“Ela está acometendo cada vez mais, de forma grave, pessoas jovens e saudáveis que necessitam de CTI”, comenta o superintendente do Hospital da Baleia, Mozar de Castro Neto.
E, além do aumento no número de casos nesse grupo, o que já virou rotina na curva de incidência, conforme Leonardo Paixão, coordenador de medicina de emergência e pronto atendimento do Instituto Orizonti, a gravidade nessa faixa etária também se elevou.
“Ela está acometendo cada vez mais, de forma grave, pessoas jovens e saudáveis que necessitam de CTI”, comenta o superintendente do Hospital da Baleia, Mozar de Castro Neto.
E quais as razões disso? As variáveis são muitas e o temor ainda maior no que tange à queda nas temperaturas durante o inverno. “Geralmente, mas nem sempre, as doenças respiratórias aumentam a incidência no inverno. A razão mais provável é que as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas em locais fechados. A COVID-19 não existe há tempo suficiente para conhecermos a sua sazonalidade, ou seja, se há uma época do ano em que ela incide mais. No entanto, como se trata de uma doença respiratória, a preocupação é de que isso possa ocorrer com ela também.”
E ocorrer no momento em que a maioria das pessoas abaixo de 60 anos ainda não recebeu as duas doses de vacina, o que poderia levar ao aumento da doença nessa faixa etária.
Há estudos que mostram que nos primeiros 15 dias depois da primeira dose, a doença tende a aumentar, provavelmente porque as pessoas relaxam nos cuidados de prevenção. Porém, a partir dos 15 dias, a doença começa a declinar, e declinar mais intensamente após a segunda dose.
"Portanto, se as pessoas, ao se vacinarem, sentirem-se seguras para frequentar a casa de outras pessoas ou receber visitas, e em geral em casa as pessoas tiram as máscaras e não fazem distanciamento, é possível que vejamos o que já foi visto em outros países: o aumento de casos nas duas semanas após a primeira dose.”
Há estudos que mostram que nos primeiros 15 dias depois da primeira dose, a doença tende a aumentar, provavelmente porque as pessoas relaxam nos cuidados de prevenção. Porém, a partir dos 15 dias, a doença começa a declinar, e declinar mais intensamente após a segunda dose.
"Portanto, se as pessoas, ao se vacinarem, sentirem-se seguras para frequentar a casa de outras pessoas ou receber visitas, e em geral em casa as pessoas tiram as máscaras e não fazem distanciamento, é possível que vejamos o que já foi visto em outros países: o aumento de casos nas duas semanas após a primeira dose.”
É o que comenta José Geraldo Leite, epidemiologista do laboratório Hermes Pardini. Nesse cenário, ele pontua que ao atrelar a ausência da segunda dose com o inverno, o resultado pode ser catastrófico.
“Há um potencial aumento da doença. Então, nós temos aconselhado e reforçado que as pessoas, enquanto o vírus estiver circulando, usem constantemente máscaras na presença de pessoas que não residam em sua casa, fujam de ambientes em que as pessoas estão sem máscara, mantenham um distanciamento de, no mínimo, um metro e meio das pessoas quando em local público e, mesmo assim, todos de máscara. E, sempre que tocar a máscara, lembrar de higienizar as mãos com álcool em gel.”
“Há um potencial aumento da doença. Então, nós temos aconselhado e reforçado que as pessoas, enquanto o vírus estiver circulando, usem constantemente máscaras na presença de pessoas que não residam em sua casa, fujam de ambientes em que as pessoas estão sem máscara, mantenham um distanciamento de, no mínimo, um metro e meio das pessoas quando em local público e, mesmo assim, todos de máscara. E, sempre que tocar a máscara, lembrar de higienizar as mãos com álcool em gel.”
A infectologista do laboratório Hermes Pardini, Melissa Valentini, recomenda, também, evitar as aglomerações típicas desse período do ano. “Em alguns locais, com temperatura mais seca, o frio altera a proteção das vias aéreas superiores, aumentando a pré-disposição às doenças virais respiratórias. Ainda estamos com um número grande de casos de COVID no país, por isso, é importante manter as medidas preventivas que todos já conhecem, para evitar aumento de infectados pelo coronavírus.”
Outro bom aliado neste contexto, segundo José Geraldo Leite é a vacinação contra gripe. Isso porque, conforme ele, durante o inverno, tem-se a certeza do aumento de casos de infecção pelo vírus Influenza, capaz de causar algumas complicações nos mesmos grupos de risco que a COVID-19, com exceção das crianças que sofrem mais com a gripe.
“Além disso, como as doenças são de clínica semelhante, é possível haver confusão e sobrecarga do sistema de saúde. Então, apelamos para todos aqueles que são contemplados pela vacina no SUS que procurem as unidades de saúde para se vacinar. E aqueles que não estão contemplados, tendo a possibilidade, recorram ao serviço privado de vacinação”, destaca.
“Além disso, como as doenças são de clínica semelhante, é possível haver confusão e sobrecarga do sistema de saúde. Então, apelamos para todos aqueles que são contemplados pela vacina no SUS que procurem as unidades de saúde para se vacinar. E aqueles que não estão contemplados, tendo a possibilidade, recorram ao serviço privado de vacinação”, destaca.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram