Para muitos, a grande questão é? Foi correto ou um erro a reabertura dos espaços fechados para a prática da atividade física em Belo Horizonte? Para Marcelo Santos Silva, infectologista cooperado da Unimed-BH, “a reabertura das academias determinada pela prefeitura é uma decisão pautada pela consultoria especializada de médicos competentes, em conjunto a outros fatores, como econômicos e da saúde geral da população, considerados pelo prefeito".
"Certamente, os especialistas devem tê-lo alertado para um nível ainda muito elevado de transmissão do coronavírus em nosso meio. Ambientes fechados são dos mais importantes fatores de transmissão aérea, especialmente por aerossóis”, afirma.
"Certamente, os especialistas devem tê-lo alertado para um nível ainda muito elevado de transmissão do coronavírus em nosso meio. Ambientes fechados são dos mais importantes fatores de transmissão aérea, especialmente por aerossóis”, afirma.
É importante ressaltar que em todo Brasil a discussão sobre abordagens ineficazes para prevenção da COVID-19 tomou o lugar de um debate educativo, que inclui distanciamento, uso correto de máscaras, higiene das mãos e desinfecção de ambientes. Esse é o tamanho do risco de qualquer atividade em ambiente fechado.
Outro questionamento é se as academias são ou não um serviço essencial. Para Marcelo Santos Silva, as academias foram liberadas apesar do elevado risco de contágio ainda presente. A parcela da população vacinada é muito menor que o necessário para conferir segurança.
Os ambientes fechados, assim como as aglomerações, são fatores de risco. Então, ao retomar atividades em ambientes fechados, é preciso manter uma ventilação natural com portas e janelas abertas, aumento da circulação do ar, uso de máscaras, distanciamento correto e higiene das mãos e do ambiente. Isso é o que se pode fazer, enquanto esperamos que estejam vacinadas em torno de 70% das pessoas.
Os ambientes fechados, assim como as aglomerações, são fatores de risco. Então, ao retomar atividades em ambientes fechados, é preciso manter uma ventilação natural com portas e janelas abertas, aumento da circulação do ar, uso de máscaras, distanciamento correto e higiene das mãos e do ambiente. Isso é o que se pode fazer, enquanto esperamos que estejam vacinadas em torno de 70% das pessoas.
O infectologista alerta sobre a prática de determinadas atividades: “Com certeza, futebol e basquete não são compatíveis com preocupações com o distanciamento, mas ainda assim máscaras seguramente utilizadas, secas e íntegras, devem ser usadas. Resta confiar na ventilação do ambiente para reduzir o risco, pelo menos das pessoas que estão ao redor, não diretamente na partida. Ioga, pilates, musculação são passíveis de ser realizados com distanciamento e uso de máscaras adequadamente. A recomendação é o uso das máscaras PFF2, que não apresentam a segurança prometida se úmidas, tocadas frequentemente ou amassadas. Fator muito importante será a ventilação abundante, para eliminar os aerossóis que alcançam longa distância de sua fonte (mais de dois metros) e permanecem por um longo tempo em suspensão.”
Marcelo Santos Silva enfatiza que, em uma população com elevada transmissão do vírus e uma cultura de segurança frágil, a ventilação e a troca do ar devem ser o maior fator protetor, considerando a realidade das pessoas e das atividades feitas nas academias.
Protocolo da Associação Brasileira de Academias (Acad)
- Disponibilizar recipientes com álcool em gel a 70% para uso por clientes e colaboradores em todas as áreas da academia (recepção, musculação, peso livre, salas coletivas, piscina, vestiários, kids room etc.).
- Durante o horário de funcionamento da academia, fechar cada área de 2 a 3 vezes ao dia por, pelo menos 30 minutos, para limpeza geral e desinfecção dos ambientes.
- Posicionar kits de limpeza em pontos estratégicos das áreas de musculação e peso livre, para que os clientes higienizem os equipamentos (colchonetes, halteres e máquinas) com produto específico para esse fim.
- Uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPIs) para funcionários, personal trainers e terceirizados. Máscaras (por recepcionistas, professores, equipe de limpeza, gerentes e terceiros).
- Se algum colaborador apresentar febre alta e outro sintoma da COVID-19, informar imediatamente à gerência local. Assim como os alunos.
- No caso do uso de leitor de digital para entrada na academia, deve-se disponibilizar um recipiente de álcool em gel a 70% ao lado da catraca. Além disso, o cliente deve ter a opção de acessar a academia comunicando à recepcionista seu número de matrícula ou seu CPF, para que não precise tocar no leitor digital.
- Recomenda-se medir com termômetro do tipo eletrônico a distância a temperatura de todos os entrantes.
- Oferecer dispositivo para limpeza para sapatos na entrada da academia.
- Limitar a quantidade de clientes que entram na academia: ocupação simultânea de 1 cliente a cada 6,25m² (áreas de treino, piscina e vestiário).
- Limitar com fita o espaço em que cada cliente deve se exercitar nas áreas de peso livre e nas salas de atividades coletivas. Cada cliente deve ficar a 1,5m de distância do outro.
- Utilizar apenas 50% dos aparelhos de cárdio, ou seja, deixar o espaçamento de um equipamento sem uso para o outro. Fazer o mesmo com os armários.
- Liberar a saída de água no bebedouro somente para uso de garrafas próprias.
- Comunicar para os clientes trazerem as próprias toalhas para ajudar na manutenção da higiene dos equipamentos.
- Expor aos clientes todos os manuais de orientação que possam ajudar a combater a contaminação do COVID-19. Assim como reforçar os protocolos de limpeza para conter o vírus de acordo com a operação de cada academia.