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Estado de Minas TESTES COVID-19

Laboratório da UFMG testa amostras de saliva para diagnóstico da COVID

Resultados revelam que o método tem eficácia equivalente à do RT-PCR; grupo reúne dados para aprovar teste na Anvisa


07/07/2021 14:45 - atualizado 07/07/2021 16:02

Aparelho que usa raios infravermelhos para detectar a presença de COVID na saliva(foto: UFMG/Divulgação )
Aparelho que usa raios infravermelhos para detectar a presença de COVID na saliva (foto: UFMG/Divulgação )
O Laboratório de Genética Celular e Molecular do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) iniciou os testes do método de detecção da COVID-19 que utiliza amostras de saliva. O objetivo é mostrar que ele é eficiente para conseguir aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, posteriormente, ser comercializado. 

Os exames estão sendo feitos em vários estados do país por laboratórios que integram o projeto. A rede de laboratórios pretende realizar 30 mil testes, dos quais 10% serão feitos no laboratório do ICB, sob a coordenação do professor Vasco Azevedo, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução.

Parte das amostras analisadas na UFMG está sendo coletada no Centro de Referência e Atendimento à COVID-19 do município de Caeté. 

Segundo o professor Vasco Azevedo, as amostras colhidas no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte fazem parte do esforço da rede em mostrar à Anvisa que o método de diagnóstico por saliva é eficiente. Para isso, os pesquisadores comparam os resultados destes testes com os efetuados pelo método swab nasofaríngeo (RT-PCR) da mesma pessoa. 

Raios infravermelhos e inteligência artificial 


Menos invasivo e mais rápido que o RT-PCR, o teste salivar utiliza raios infravermelhos, que incidem sobre as amostras. Depois, elas são analisadas por inteligência artificial. 

“Estamos percebendo que os resultados por saliva e por swab são equivalentes, o que prova que o método de testagem salivar é tão eficiente quanto o padrão RT-PCR. Provar essa eficiência é requisito para que a Anvisa aprove a nova tecnologia”, explica o professor.

Segundo os dados que foram enviados à Anvisa, o método de diagnóstico salivar tem acurácia de 92%, o que atesta sua eficiência e qualidade. Ele foi desenvolvido pelo professor Luiz Ricardo Goulart, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e o resultado sai em apenas dois minutos.

“Estamos realizando uma espécie de teste clínico com o método de diagnóstico salivar, em moldes semelhantes ao que se faz quando uma vacina é testada. Os experimentos feitos nos laboratórios espalhados pelo Brasil têm o intuito de provar que o método salivar tem a mesma eficiência que o RT-PCR, indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Depois da aprovação da Anvisa, o método terá a sua qualidade certificada e poderá ser comercializado e utilizado em larga escala”, diz Azevedo.

Para o pró-reitor adjunto de Pesquisa da UFMG e coordenador do projeto, a validação do teste salivar é importante porque a testagem em massa ajuda no controle da pandemia no país. 

“Ter mais um método de diagnóstico considerado padrão é essencial para que consigamos realizar mais testes no Brasil. A UFMG entende a importância de conduzir uma iniciativa como esta, tendo sido a instituição responsável pela maior parte dos testes já realizados pela rede.”

Além das amostras coletadas em Caeté, o ICB também está oferecendo os testes, de forma gratuita, a pessoas da comunidade do Instituto que estejam frequentando o campus da UFMG. 

A intenção é que, em breve, alunos, professores e funcionários da universidade possam ter acesso aos testes salivares. "Isso dará mais segurança para o futuro retorno às atividades no campus", avalia. 

A participação na pesquisa não é aberta à população em geral.

Trabalho em rede


O Projeto institucional em rede: laboratórios de campanha para testes de diagnóstico da COVID-19 foi lançado em julho do ano passado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e já realizou mais de 370 mil testes de diagnóstico da doença – a maior parte foi processada nos laboratórios da UFMG. 

A iniciativa, que conta com 13 universidades das cinco regiões brasileiras, teve início com uma rede da UFMG dedicada a ampliar a capacidade de testagem da doença, por meio da detecção de marcadores moleculares do vírus Sars-Cov-2. O projeto é financiado com recursos de R$ 32,5 milhões repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Além da UFMG, a rede de laboratórios de campanha reúne as universidades:

  • Universidade Federal Fluminense (UFF), 
  • Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
  • Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), 
  • Universidade Federal de Goiás (UFG), 
  • Universidade Federal De São Paulo (Unifesp), 
  • Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 
  • Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 
  • Universidade Federal do Amazonas (Ufam), 
  • Universidade Federal do Paraná (UFPR), 
  • Universidade Federal do Oeste da Bahia(Ufob) e 
  • Universidade Estadual De Santa Cruz (Uesc/BA)

As informações sobre os testes realizados pelo projeto são atualizadas diariamente.

*Estagiária sob supervisão 


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