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Estado de Minas TERAPIA

Telemedicina a favor da saúde mental

Entre tantas angústias vividas em meio à pandemia de COVID-19, a saúde mental tem ficado comprometida, já que o emocional humano está cada vez mais abalado


11/07/2021 04:00 - atualizado 11/07/2021 07:49

Para a psicóloga Adriana Moreira, o atendimento, ainda que a distância, é uma espécie de ponto de equilíbrio em meio ao caos da pandemia(foto: Mercato Brasil/Divulgação)
Para a psicóloga Adriana Moreira, o atendimento, ainda que a distância, é uma espécie de ponto de equilíbrio em meio ao caos da pandemia (foto: Mercato Brasil/Divulgação)


Mais de meio milhão de vidas perdidas, número de casos em alta, medo de contágio, falta de vacina. Entre tantas angústias vividas em meio à pandemia de COVID-19, a saúde mental de milhares de pessoas tem ficado comprometida, já que o emocional humano está cada vez mais abalado.

Nesse cenário, buscar ajuda é essencial, seja ela de um amigo, familiar ou, principalmente, de um especialista, como psicólogos ou psiquiatras. Mas, com tanta tensão e receio de sair por aí e se arriscar, o que fazer?
É aí que a telemedicina entra, como uma ponta de esperança para o bem-estar mental durante o isolamento social, e até mesmo para um futuro próximo, quando a vida voltar, de fato, ao mais perto do “normal” possível.

“Eu era resistente à telemedicina, assim como muitas outras pessoas, porque há a teoria de que a clínica é soberana a sempre ‘pôr a mão no paciente’. E hoje penso totalmente o inverso. Por ela conseguimos checar e orientar o paciente, e isso até para quadros de patologias físicas e que precisam de cirurgia, por exemplo”, comenta Maicon Gonçalves, diretor clínico da Click Lifee, startup e aplicativo de atendimento médico on-line.

“A telemedicina veio para unir e aproximar cada vez mais o médico dos pacientes, porque não tem distância. Já atendi pacientes brasileiros que estavam em Portugal. Os médicos de plantão podem atender em lugares distintos, e isso quebrou barreiras para os atendimentos. E acho que ela veio para ficar.”

Nesse cenário, a telemedicina quebra barreiras e, também, oferece um conforto aos quadros clínicos mentais, por meio de uma medicina acolhedora. “Estamos partindo do zero para escutar o paciente para saber o diagnóstico e avaliá-lo. E muita das vezes ele precisa de um acolhimento, ainda mais nos dias de hoje, com o viés tão assustador em que estamos vivendo. E é muito importante usar essa ferramenta para trabalhar o acolhimento emocional dos pacientes.”

Para a psicóloga Adriana Moreira, especialista em desenvolvimento humano e vida com qualidade do Instituto Mercato Brasil, a figura do psicólogo, ainda que a distância, é uma espécie de ponto de equilíbrio para a saúde mental do paciente em meio ao caos da atual pandemia.

“A imagem do psicólogo vem sendo vista como um parceiro para prevenção e não somente para transtornos já instalados ou avançados. Contar com esse profissional é dar a si mesmo a oportunidade de entender o que se passa consigo nesse momento tão desafiador.”

Segundo ela, é promover o autoacolhimento, possibilitar escutar as mensagens das emoções, entender determinados comportamentos e conseguir traçar objetivos dentro de suas possibilidades. Ter consciência de que nem todo vazio será preenchido e saber que temos limitações e conseguir lidar com elas.

“Afinal de contas, estávamos vivendo um discurso de que tudo é possível e que basta você querer. Com a pandemia, a realidade se mostra diferente. E como lidar com isso? O psicólogo contribuirá com o desenvolvimento interno e com o crescimento externo.”


REALIDADE 


“Uma visão mais aproximada da realidade de cada um”, aponta Adriana Moreira. Segundo ela, é essa uma das contribuições do atendimento psicológico durante a pandemia, além do conforto. “Ele proporciona uma consciência das nossas habilidades, dos nossos sonhos, das nossas limitações. E, acima de tudo, de não sentirmos ‘menos-valia’; afinal, todos temos limitações e habilidades. Nos ensina, também, a saber lidar com ambas, o que é de fundamental importância para nossa saúde mental.”

A psicóloga acrescenta que a pandemia escancara nossa inabilidade para determinadas situações, como as conversas que precisamos ter e as atitudes que não podem ser postergadas.

“A saúde mental tem como base o entendimento que temos de nós mesmos. Conseguirmos identificar onde estamos mais confortáveis e onde e o que desconforta. A pandemia traz à tona a nossa finitude, limita nossa arbitrariedade. Todo esse cenário de extrema incerteza causa um desconforto muito grande. Algumas pessoas lidam melhor. No geral, há um adoecimento emocional.”

*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram


Dicas para o bem-estar mental na pandemia!

  1. Converse sobre seus sentimentos
  2. Planeje seu dia conforme sua potência de energia
  3. Reserve momentos de autocuidado
  4. Faça intervalos de 15 minutos a cada 2 horas
  5. Se possível, prepare suas refeições
  6. Ligue para um amigo
  7. Pratique a presença
  8. Levante-se para beber água e comer
  9. Estabeleça uma rotina que funcione para você
  10. Vá até a janela, olhe outras paisagens
  11. Retire toda distração do ambiente
  12. Desative o recebedor de mensagens
  13. Estabeleça prazos para determinadas atividades

Fonte: Click Lifee, startup e plataforma de atendimento médico on-line


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