(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Pele saudável em qualquer estação

Umidade relativa do ar e temperaturas mais baixas nesta época também demandam aumento da hidratação para evitar ressecamento


15/08/2021 04:00 - atualizado 16/08/2021 18:41

É preciso cuidar da saúde da pele
É preciso cuidar da saúde da pele (foto: Pixabay)


O calor do verão, o frio do inverno, as flores da primavera e a troca de folhas e ciclos do outono. Ou seja, cada estação do ano tem suas peculiaridades. O mesmo ocorre sobre os efeitos de cada época na saúde do corpo e, principalmente, da pele . Portanto, os cuidados também devem seguir a regra da personalização e se diferenciar, atendendo às exigências de cada “clima e tempo”, bem como de cada tipo de pele.

“No outono e principalmente no inverno, alguns pontos específicos chamam atenção. As alternâncias de temperatura podem causar episódios de sensibilidade – flushing –, no qual a pele fica mais vermelha. O frio por si só pode causar tal sensibilidade, que é potencializada por banhos quentes e troca de temperatura brusca, haja vista os ambientes climatizados”, comenta Rafael Perin Arpini, médico especializado em medicina estética.
 
Segundo o dermatologista Lucas Miranda, isso muito tem a ver com a baixa umidade relativa do ar, em paralelo com as temperaturas também mais baixas.

“Essas variáveis atuam na pele e cabelo. O tempo mais frio e seco produz menos transpiração, já que o suor é um mecanismo para resfriamento do corpo quando necessário, e a necessidade desse resfriamento no inverno é menor. Apesar da impressão de que esse processo é capaz de manter mais água no corpo e, consequentemente, ele mais hidratado, a tendência produzida pela época não é essa.”

Porém, alguns hábitos nessa época também podem inferir mais risco à pele. Isso porque, em razão da temperatura mais amena, as pessoas tendem a beber menos água. Por isso, então, é comum que o ressecamento da pele, já estimulado pelo tempo seco, seja intensificado, pois a hidratação começa pela ingestão de líquidos.

“Além disso, influenciam na aparência e saúde da pele a temperatura e frequência do banho, o uso do sabonete e hidratantes e hábitos de vida em geral – alimentação, tabagismo, ingestão alcoólica”, pontua Lucas Miranda.

'Influenciam na aparência e saúde da pele a temperatura e frequência do banho, o uso do sabonete e hidratantes e hábitos de vida em geral - alimentação, tabagismo, ingestão alcoólica' - Lucas Miranda, dermatologista
"Influenciam na aparência e saúde da pele a temperatura e frequência do banho, o uso do sabonete e hidratantes e hábitos de vida em geral - alimentação, tabagismo, ingestão alcoólica" - Lucas Miranda, dermatologista (foto: Leca Novo/Divulgação)

Algumas atitudes devem ser abolidas da rotina dos pacientes, como tomar banhos muito quentes, já que eles ressecam e danificam a pele, indica Lucas. Outro hábito que deve ser eliminado é o uso de bucha durante o banho.

A bucha retira a camada de proteção da pele, contribui para o ressecamento e causa pequenas lesões no tecido. Usar muito sabonete também não é bom. O ideal é passar o sabonete preferencialmente nas áreas que liberam mais suor, e usar muito pouco no restante do corpo, como pernas e braços.

Quem não tem hábito de usar hidratante também deve pensar em incluí-lo na rotina. O hidratante deve ser usado logo após o banho, explica Lucas Miranda, já que ele produz uma película protetora que vai ajudar a evitar o ressecamento da pele, tanto o hidratante corporal quanto o facial.

Além disso, é importante ter uma alimentação adequada. “Portanto, evite manter dietas pobres em frutas e vegetais. Ainda, diminua o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas. Esses maus hábitos contribuem para deixar a pele ressecada e menos viçosa.”


DANOS 


Rafael Arpini, mestre em antienvelhecimento pela Universidade de Barcelona, destaca a importância dos dermocosméticos como aliados nos cuidados com a pele
Rafael Arpini, mestre em antienvelhecimento pela Universidade de Barcelona, destaca a importância dos dermocosméticos como aliados nos cuidados com a pele (foto: Acervo Comunicação/Divulgação)
A falta de cuidados adequados pode causar, para além do ressecamento e irritação, danos graves à pele, com a manifestação de doenças, como dermatite atópica e/ou seborreica, psoríase e ictiose vulgar.

“A dermatite atópica é favorecida pela maior exposição a ambientes fechados, o que aumenta o contato com mofo, ácaro e afins. No período mais frio, ficamos em ambientes mais fechados. Agora, com o isolamento social, isso tem se tornado constante, então, o cuidado para quem tem tendência a desenvolver dermatites deve ser redobrado. A baixa umidade do ar favorece ainda o contato com pólen e agentes irritantes, que também são desencadeantes dessa alergia cutânea caracterizada por pele seca, erupções que coçam e crostas”, explica Lucas Miranda.

Já a dermatite seborreica , conhecida como caspa, aparece principalmente em regiões com pelos e trata-se da descamação da pele causada pela desregulação sebácea. As manifestações mais frequentes são a produção de oleosidade, descamação e coceira.

“A estação do ano também tende a favorecer o aparecimento da psoríase em pessoas com uma predisposição genética para a doença e intensificar os sintomas. Trata-se de uma doença crônica sem cura que funciona em ciclos, com coceira e descamação capazes de atingir níveis insuportáveis.”

Ele destaca ainda a ictiose vulgar, característica de bebês e que aparece geralmente no primeiro ano de vida. Pode apresentar apenas ressecamento da pele e descamação fina ou intensa de aspecto geométrico. As áreas mais atingidas são os membros, podendo afetar também a face e o couro cabeludo. “A doença tende a regredir ou a ter seus sintomas minimizados com o passar dos anos”, afirma o dermatologista.
  

ESTILO DE VIDA 


Para, então, manter uma pele bonita e saudável, é muito importante que os pacientes assumam cuidados com a pele, além de, claro, evitar os fatores capazes de agravar ou inferir o aparecimento de quadros graves.

A principal forma de evitar doenças mais graves é manter um estilo de vida saudável, como alimentação equilibrada, ingestão de cerca de dois litros de água por dia, consumo de frutas e vegetais, chás, prática regular de exercício físico e evitar bebidas alcoólicas. Atenção aos hábitos durante o banho também podem ser benéficos.

“Vale a pena também investir em um umidificador de ar para colocar no quarto, pelo menos na hora de dormir. Como muita gente está trabalhando de casa, dá para usar durante o dia. E isso ajuda a amenizar o contato com agentes potencialmente irritantes da pele, como o pólen e poluentes”, indica Lucas Miranda.

Rafael Perin Arpini, mestre em antienvelhecimento pela Universidade de Barcelona (Espanha), destaca, ainda, a importância dos dermocosméticos como aliados na manutenção de uma pele saudável. “Os produtos mais modernos contam com probióticos para equilíbrio da flora e defesa da pele. Além disso, peles mais sensíveis encontram excelentes opções com produtos que usam ativos neurossensoriais, que previnem e aliviam a irritação. Hidratantes mais avançados têm capacidade de hidratação, efeito preenchedor e estímulo de colágeno na mesma formulação.”

“Outro ponto importante que deve ser salientado é o uso indiscriminado de ácidos e ativos agressores visando efeitos clareadores ou antioleosidade. É comum encontrarmos tratamentos com altas concentrações de ácidos ou ativos mais agressivos, como hidroquinona. É preciso cuidado para evitar danos e, principalmente, efeito rebote nos resultados”, aponta o médico especialista em estética.

Ele afirma, ainda, que o tratamento deve sempre ser individualizado, haja vista cada tipo de pele. Justamente por isso, o acompanhamento médico é, e deve ser, sempre um aliado na busca por uma pele saudável. “Todo cuidado é melhor e mais individualizado com o acompanhamento de um especialista. Ele tem conhecimento para melhor indicar tratamentos e produtos, além de saber lidar com possíveis efeitos adversos ou alergias. Hoje, temos a possibilidade de plataformas e consultas on-line, melhorando o acesso a profissionais mesmo em tempos de pandemia”, diz Rafael Perin.

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram



receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)