Jornal Estado de Minas

VACINAÇÃO

Veja como a COVID-19 reduziu a procura por outros tipos de vacina

Uma vacina, independentemente da finalidade, pode ser considerada como a nata da produção científica mundial. Para desenvolvê-la, anos de dedicação à pesquisa e experimentos são necessários. Uma vez testada e aprovada, a vacina passa a ser aplicada na população. 





No caso da COVID-19, uma situação atípica, em que o vírus se alastrou pelo mundo e o cenário se tornou pandêmico, os critérios para desenvolvimento e aprovação da vacina foram flexibilizados. 

O tempo médio de desenvolvimento de um imunizante é de 10 anos. Na corrida contra o avanço do novo coronavírus, a primeira vacina contra a doença foi desenvolvida em menos de um ano. É o caso da AstraZeneca, produzida em 10 meses pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. 

Com a atenção mundial, tanto da população quanto da comunidade científica, voltada para a pandemia e as formas de contê-la, a vacinação de outras doenças foi secundarizada. 





Entenda o cenário de vacinação no Brasil 


No Brasil, dos 80 milhões de brasileiros que a campanha do governo planejou vacinar contra a gripe, até o início de julho deste ano, apenas 36 milhões de pessoas tinham tomado a vacina. Os dados foram divulgados pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). 

A cobertura vacinal para combater outras doenças, como o sarampo, coqueluche, tétano e poliomielite, também está perdendo adeptos. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil não é o único. No ano passado, quando eclodiu a pandemia, as medidas restritivas adotadas para o controle da disseminação do vírus afetaram o sistema de vacinação de pelo menos 68 países. 

A médica infectologista Cláudia Murta defende a importância de voltar a atenção, também, para as demais vacinas já existentes. “As pessoas estão focadas unicamente na vacina contra a COVID-19, que é sim de extrema importância, e estão deixando de lado a imunização contra outras doenças contagiosas e que podem causar casos graves”, compartilha. 





A queda vacinal no Brasil preocupa a infectologista. “A vacina ensina o sistema imunológico a estabelecer meios de defesa contra agentes infecciosos. Se continuar existindo queda vacinal, isso pode provocar o retorno de grandes surtos até então controlados no país”, conclui. 

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), quase dois milhões de crianças no mundo ainda morrem por falta de acesso às vacinas por ano. O cenário é uma consequência do alto custo da administração dos imunizantes e da escassez dos sistemas de saúde, especialmente de países mais pobres. 
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  
 
 

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