Jornal Estado de Minas

GESTAÇÃO

Brasil lidera número de mortes maternas por COVID-19, aponta relatório

Brasil é o país com o maior número de mortes maternas devido à COVID-19. Segundo o Boletim da Fiocruz, um estudo sobre a pandemia nas Américas, publicado em maio pela Organização Pan-Americana da Saúde, em 2020, foram relatadas no país 560 mortes de mulheres grávidas e puérperas por complicações causadas pelo vírus. Em 2021, os óbitos maternos já superaram o número relatado no ano anterior: 1.156 mortes de mulheres do grupo foram registradas. A maioria delas, durante a gestação. 




A taxa de mortalidade por COVID-19 entre mulheres grávidas e puérperas no Brasil é de 7,2%. O percentual representa mais que o dobro da atual taxa de letalidade do restante da população no país, que é de 2,8%. Os dados são do Boletim do Observatório COVID-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em junho deste ano. 

Das quase 26 mil mulheres residentes na capital mineira e pertencentes ao grupo, pouco mais de 50% receberam a primeira dose do imunizante contra o coronavírus. Os números foram estimados pela prefeitura de Belo Horizonte

Gestação Segura


Com base nesses números, a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) voltou o seu olhar para medidas que reforcem a vacinação de gestantes no estado. Frente ao desafio da imunização contra a COVID-19 das grávidas e puérperas, o órgão lança a Campanha de Educação para a Vacinação de Gestantes - “Gestação Segura”





A campanha ocorre nas redes sociais e pretende facilitar o compartilhamento de informações sobre a importância da vacinação e as medidas de prevenção à doença. Ainda, a manutenção das medidas de isolamento social, uso de máscaras PFF2, higiene das mãos e, especialmente, não aglomeração 

Defensoria Pública de Minas Gerais lança campanha de educação para a vacinação de gestantes no estado (foto: Agência Brasil/Reprodução )
A principal pauta, além de fortalecer a importância da imunização, é relembrar que a pandemia ainda não acabou. Portanto, todos ainda estão expostos a infecções, complicações e mortalidade.

Segundo pesquisadores  e epidemiologistas, gestantes têm maior tendência em desenvolver formas graves da COVID-19, especialmente aquelas em torno de 32 ou 33 semanas de gestação.  

“Consideramos fundamental acelerar a vacinação de todas as gestantes e puérperas no estágio atual da pandemia”, afirmam os cientistas da Fiocruz. 

Programa Nacional de Vacinação 

Em abril deste ano, o Ministério da Saúde incluiu grávidas e puérperas no Programa Nacional de Vacinação (PNI). Entretanto, a recomendação foi suspensa um mês depois, temporariamente, após a morte de uma mulher que havia recebido uma dose da AstraZeneca



Na ocasião, o Ministério anunciou que acompanharia todas as gestantes que já tinham sido vacinadas a fim de verificar as reações aos imunizantes

Em julho, o Ministério voltou a incluir as gestantes sem comorbidades entre os grupos prioritários para receber a vacina. À época, a decisão foi tomada após a análise de dados e debates com especialistas, que levou em conta o alto índice de mortalidade entre o grupo. 

Campanhas antivacinas 

A defensora pública Samantha Vilarinho Mello Alves, na função de Coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, observa os impactos das propagandas e orientações antivacina que circulam nas redes.  

Amplamente divulgadas por grupos negacionistas, os conteúdos, na contramão da ciência, influenciam gestantes e puérperas a evitarem a vacina. “É preciso um esforço da sociedade para dar às mulheres a segurança da vacinação”, defende a Coordenadora. 

Segundo a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, das quase 26 mil mulheres grávidas e puérperas na cidade, 14.340 foram imunizadas com a primeira dose. A proporção é ainda menor na segunda dose, com somente 2.938 mulheres do grupo com duas doses. Os dados são do Boletim Epidemiológico e Assistencial, divulgado pela PBH na última terça-feira (17/08). 

Canal de comunicação em Belo Horizonte 

As gestantes e puérperas de Belo Horizonte que eventualmente encontrarem dificuldades para serem vacinadas contra a COVID-19, devido à exigência de relatório ou prescrição médica, podem contar com o auxílio da Defensoria Pública de Minas Gerais.

Instituição lançou um canal de comunicação direto para este fim. O contato pode ser feito por WhatsApp no número: (31) 98466-5128




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