A equipe de microcirurgia do Hospital João XXIII (HJXXIII) terá a oportunidade, nos dias 3 e 4/9, de trocar experiências com o cirurgião plástico Rui Ferreira. O profissional, referência nacional em anomalias congênitas da mão, trauma e em plexo braquial, participará de cirurgias e ministrará uma aula com o tema “Microcirurgia fora da zona de conforto”.
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Quem quiser acompanhar paciente em hospital terá de fazer teste da COVID-19Hospital da Baleia pede doações para ajudar em tratamentos pelo SUS, em BHCampanha alerta para prevenção e aumento de mortes cardiovasculares Nutrição influencia na recuperação da saúde de hospitalizados com COVID-19A cirurgiã plástica e coordenadora do serviço de microcirurgia reparadora do HJXXIII, Vivian Lemos, destaca o valor profissional da experiência. “Esse intercâmbio de profissionais é maravilhoso. Estou sempre trazendo profissionais e também visitando hospitais em outros estados. A troca de experiências é fundamental para que o serviço cresça”, comenta.
Ela enfatiza que será uma grande oportunidade não só para a equipe, mas também para os pacientes que serão atendidos pelo cirurgião.
Microcirurgia em foco: quem é Rui Ferreira?
Rui Ferreira opera no Hospital SOS Mão, em Recife (PE). O cirurgião participa de missões humanitárias organizando mutirões para a realização de cirurgias reparadoras, de forma gratuita, em crianças e adolescentes com deformidades nas mãos e nos pés.
Com mais de 50 anos de carreira, já foram promovidos 38 mutirões no Brasil e outros 64 em países que passaram por guerra ou situações de conflito, como Vietnã, Jordânia e Irã.
“Já operei mais de 100 mil mãos no SOS e mais de 4 mil em todo o mundo. Na visita ao João XXIII, quero falar sobre minha longa experiência em microcirurgia e tentar incentivar os médicos mais jovens”, diz o especialista.
Microcirurgia no João XXIII
Segundo a coordenadora do serviço de microcirurgia reparadora, somente nos últimos 12 meses foram 19 casos atendidos no hospital. A maioria deles reconstruções de membros inferiores pós-traumas, causados por atropelamentos, acidentes de moto ou carro.
A técnica cirúrgica para procedimentos desta natureza é baseada no uso de microscópio para a manipulação de estruturas anatômicas de pequenas dimensões. Assim, aumenta-se a precisão do procedimento, sendo indicada para conexão de vasos, veias e reconstrução de tecidos.
Ela explica que a microcirurgia reparadora é uma ferramenta utilizada por todas as áreas cirúrgicas que têm a reconstrução como ponto-alvo. “Temos uma equipe grande, com várias especialidades que são selecionadas para acompanhar o procedimento microcirúrgico de acordo com cada caso. Na cirurgia plástica, trabalhamos com trauma”, pontua.
O serviço também é utilizado para cirurgias de pacientes vítimas de queimaduras. Nesses casos, ele permite a recuperação de lesões quando há exposição de estruturas nobres e tendões, por meio da retirada de tecidos que podem vir de áreas distantes do corpo.
O hospital tem recebido pacientes transferidos de todo o estado, a maioria vítimas de traumas complexos. No caso dos queimados, são pacientes que perderam os movimentos devido a uma lesão nervosa, sendo indicada a microcirurgia.
Além da cirurgia plástica, o serviço de microcirurgia no Hospital João XXIII é composto pelas equipes de cirurgia de mão, cirurgia vascular, neurocirurgia e ortopedia.