Pela primeira vez em Minas Gerais, o SUS realizou a terapia intensiva conhecida como "pulmão artificial". A ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea, na sigla em inglês), que ficou conhecida no país após o uso pelo ator Paulo Gustavo , foi aplicada com sucesso em uma jovem de 14 anos, que estava internada com um quadro respiratório grave na Santa Casa de BH.
Eloisy Cristina dos Santos, de 14 anos, passou nove dias sob o tratamento inovador, e teve alta nesta quarta-feira (8/9). Ela contou com uma rede de solidariedade de médicos e enfermeiros da rede privada. Segundo Josiany Francisca da Silva, irmã da paciente, o caso da estudante era extremamente grave, e a irmã teria poucas horas de vida: “Graças às doações de equipamentos e equipe médica, foi possível realizar um procedimento que, infelizmente, não pode ser feito no SUS.”
Diretora da ECMO Minas, empresa que possibilitou o procedimento, a cardiologista pediátrica Marina Fantini confirma que o equipamento foi fundamental para o sucesso do tratamento. “Sem a ECMO, era questão de horas até que ela morresse. O quadro era muito grave, e o ECMO passou a ser a única alternativa”, confirmou.
Ela explica que a ECMO é recomendada quando o pulmão está comprometido por alguma doença e não é capaz de fazer as trocas gasosas. A terapia de substituição temporária atua enquanto se enfrenta a doença de base. "Enquanto o paciente está com uma doença pulmonar e incapaz de realizar as trocas gasosas, utiliza-se esse dispositivo até que o pulmão retorne às atividades vitais.”
Tratamento não está disponível no SUS
A vida da minha irmã foi um milagre, mas esse é um procedimento que faria muita diferença no SUS.
Josiany Francisca da Silva, irmã de Eloisy Cristina dos Santos
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria