Jornal Estado de Minas

QUALIDADE DE VIDA

Organizar ambientes tem relação com estilo de vida e a satisfação pessoal

Organização em casa significa grande passo para alcançar organização na vida e é diferente de arrumação. Esse conceito vale tanto para o espaço físico das coisas quanto para a estrutura emocional das pessoas, o seu bem-estar, como ensina a personal organizer Renata Morrissy, certificada pelo Serviço Nacional de Aprendizaem Comercial (Senac) do Rio de Janeiro e pela Escola de Personal Organizer – OZ. “Parece que não, mas na prática existe uma grande diferença de significado entre arrumar e organizar. Sabe aquele jeitinho que se dá para receber uma visita inesperada? Isso é arrumar. Nada mais é do que acabar com o desconforto visual subjetivamente. É dar um sumiço na confusão, guardando os objetos, sem critérios ou padronização”, diz.





Com a casa em ordem, o ambiente fica organizado, mas não do ponto de uma casa que tem vida e movimento. O que existirá será uma lógica, um padrão, uma razão de ser, explica Renata Morrissy. “Organizar é criar um sentido. Tudo sobre a pessoa será importante para definir e personalizar o espaço, de acordo com seu estilo de vida.”

Renata Morrissy destaca que a desorganização pode impactar no tempo. Diante de tantas tarefas e compromissos diários, saber utilizar o tempo de forma produtiva proporciona uma vida mais leve e com menos imprevistos. É importante planejar as atividades e identificar as prioridades, entender se existe outra maneira mais fácil e rápida para concluí-las e delegar outras.
 
Segundo a personal organizer, é comum que as pessoas se vejam em um emaranhado de tarefas inacabadas, “apagando incêndio” todo o tempo, o que gera desapontamento e autocobrança. Mas, como mudar essa realidade? Um ótimo começo para vida nova é transformar a dinâmica de uso do tempo, da organização dos dias, perceber que a produtividade surge como resultado da adequação correta do tempo às atividades necessárias, fazendo diminuir a procrastinação. “Não existe milagre, mas planejamento e vontade de ter uma vida menos corrida. Uma rotina mais organizada é possível para todos com uma pitada de foco e de persistência. Transformar os dias por meio da organização é buscar tranquilidade e satisfação pessoal.”






Bagunceiros x organizados

Renata Morrissy diz que é possível traçar um perfil das pessoas do ponto de vista da organização, mas sem fazer disso uma verdade absoluta. “É importante lembrar que casa tem vida, movimento. Se não existir essa dinâmica fluida, não há conexão, não há pertencimento. Sem esses sentimentos, não existe lar. Aonde quero chegar com isso? Que seu lar tem que lhe transmitir conforto e bem-estar”, observa.

É no lar organizado, de acordo com a especialista, que se tem o verdadeiro sentimento de estar em casa. Há momentos em que o guarda-roupa ou a própria casa ficam em desordem, mesmo sendo um local habitado por pessoas organizadas, e isso não significa que elas se tornaram adeptas da bagunça. A diferença primordial entre os dois perfis é que os organizados terão agilidade e praticidade para colocar tudo no lugar de novo. A organização estará ali representada pelo lugar de cada coisa e esse processo será feito com naturalidade.

Um outro perfil, lembra Renata Morrissy, reúne pessoas que se consideram organizadas em meio à própria bagunça. Segundo a personal organizer, é muito comum esse tipo de colocação, quando o que falta é foco na mudança de alguns hábitos. “É preciso, inclusive, olhar para dentro nesse momento. Somos seres integrais e, por isso, precisamos identificar quais são os motivos internos e externos que originam a desordem. Somente então será viável transformar o dia a dia em um cotidiano mais compensador e feliz”, recomenda.