Durante a primeira onda da COVID-19, a psicóloga e escritora Carina Alves se mudou para Minas Gerais para ficar perto dos pais e passou a reunir relatos de pessoas ao longo do período pandêmico.
Executiva, professora, psicóloga, escritora, cidadã, ativista social, doutora em formação na educação, Carina Alves construiu o livro a partir de falas de viúvas, viúvos, órfãos, médicos, enfermeiras, empresários e pessoas com deficiência. Todo tipo de gente ganhou um espaço num breve inventário sobre a pandemia no Brasil.
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Gordofobia: quando o padrão que importa é o da sua saúdeGordofobia: alerta sobre obesidade é mais que necessárioNovembro Azul: ações de combate ao câncer de próstataExpressão da emoção humanaOdontologia é aplicada em tratamentos oncológicos na Santa Casa BHFatos e fakes sobre o câncer de mamaExecutiva e diretora do Instituto Incluir, de atuação multinacional, com foco no desenvolvimento e atenção a pessoas com deficiência e seus familiares, Carina deu voz a 56 pessoas que enfrentaram as consequências da pandemia. Em Minas, Sul, São Paulo e Brasília, ela reuniu relatos e formou um patchwork de casos de saúde mental.
Carina e os pais pegaram COVID-19, ela ficou cuidando deles, com direito a medir saturação, acompanhar dia e noite, com aconselhamento médico. Passando pela experiência de contrair o vírus e estar perto de pessoas que também foram infectadas, ela acompanhou a própria sanidade e a de todos ao redor, bem como dos efeitos da pandemia na cidadezinha, e então começou a escrever o livro.
“O livro traz minha escuta apurada para as emoções e para os sentimentos envolvidos nas falas das pessoas que cruzaram meu caminho. Relatos e falas que ouvi em diversos contextos, conversas com amigos, amigas, desconhecidos, conhecidos, papos de telefone, WhatsApp, conversas em espaços públicos, casos próximos e distantes de mim, tudo que captei neste período, que observei, experienciei, que vi, vivi e senti. Foi uma maneira de entender a época, mas também ver os meus vazios internos de forma diferente, praticar a empatia”, explica a escritora.
VOZES SILENCIADAS
Através do livro, a psicóloga quis ressaltar a importância dos cuidados com a saúde mental e dar voz a tantas histórias que de certa forma estavam silenciadas. Trata-se de um documento pró-memória de um dos acontecimentos mais marcantes dos anos de 2020 e 2021 para a humanidade. “Depois do livro pronto me dei conta de que, de alguma forma, contribuí para a memória de um momento tão doloroso que nossa humanidade está enfrentando”, explica.
“COVID-19: emoções em colapso” contém letra ampliada em todo o texto e descrição das imagens, contribuindo para a acessibilidade de pessoas com deficiência visual e surdo-cegos (que possuam resíduos visuais e/ou auditivos), idosos, pessoas com síndrome de Down, autismo, dislexia, sequelas temporárias e/ou permanentes de isquemias, AVCs, disfunções neurológicas e o público em geral. A iniciativa vai ao encontro das publicações do Instituto Incluir, fundado por Carina Alves para promover a inclusão em sintonia com a educação contemporânea.
* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram
SERVIÇO
Livro: “COVID-19: emoções em colapso”
Editora: Brazil Publishing
Autora: Carina Alves
Número de páginas: 178
Preço: R$ 69
E-book: R$ 20, à venda na Amazon, Americanas.com e Livraria da Travessa
Reflexos no cabelo, cílios e sobrancelhas
Durante a pandemia da COVID-19, os dermatologistas e especialistas em fios viram acontecer um fenômeno de queda de cabelos, cílios e sobrancelhas. Além de o problema ter sido comprovado como uma das sequelas da doença a médio e longo prazos, as dificuldades trazidas pelo vírus também podem influenciar nesse processo.
A dermatologista Carolina Marçon, coordenadora de dermatologia da Care Plus Clinic, explica que entre as principais causas da queda de fios está o eflúvio telógeno, causado, de maneira geral, por estresses orgânicos. Carolina acrescenta que a queda de cílios e sobrancelhas é mais rara que a de cabelo, mas as causas costumam ser as mesmas.
“O estresse orgânico vai desde o estresse emocional até infecções, passando por mudanças no sono, na alimentação e na rotina. Na pandemia, tudo isso aconteceu basicamente ao mesmo tempo. Vivemos também uma pandemia de eflúvio telógeno”, comenta. A queda é, justamente, uma manifestação tanto do eflúvio telógeno, condição reversível em que o cabelo cai após uma experiência estressante, quanto fruto de uma infecção. Apesar de grande parte da população já estar adaptada à nova rotina, muitos ainda lutam com os efeitos emocionais, que podem levar à queda dos fios.
Além do forte impacto emocional, relacionado à autoestima e que pode levar a distúrbios emocionais, a ausência dos pelos nos cílios e nas sobrancelhas pode trazer alguns outros problemas. Eles impedem a entrada de bactérias, vírus, poeira e substâncias químicas. Sua ausência implica um risco maior.