Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Gripe ou COVID-19? Especialistas ressaltam importância da testagem

Testes laboratoriais podem ajudar a diferenciar casos de COVID-19 ou de gripe comum e possibilitar o tratamento e o monitoramento adequado dos pacientes, de acordo com especialistas entrevistados pela Agência Brasil. Ambas doenças apresentam sintomas semelhantes, sobretudo nos primeiros dias, o que dificulta o diagnóstico clínico.





 

 

 

Tosse, dor de cabeça, febre muscular, dor de garganta, coriza, vermelhidão nos olhos, olhos lacrimejantes. Todos são sintomas que podem ocorrer tanto nos casos de gripe como nos de COVID-19. Os tratamentos, no entanto, são diferentes.

Segundo o patologista clínico Helio Magarinos, diretor médico do Richet Medicina e Diagnóstico (RJ) e presidente regional da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial do Rio de Janeiro, a grande maioria dos casos de gripe se resolve sozinha. Já a COVID-19 precisa ser monitorada, uma vez que os pacientes podem apresentar recaídas ou casos bastante graves.

Apenas em uma consulta médica, é difícil diferenciar as doenças. “Não é muito fácil fazer o diagnóstico clínico somente, precisa de testes que ajudam um pouco mais a fazer essa distinção”, diz Magarinos. 





Para o infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Helio Bacha, é importante garantir que todos os pacientes sejam testados ao menos para COVID-19. “É importante que o teste de COVID-19 esteja disponível para todo mundo”, diz. “Elas têm histórico clínico diferente ao longo do tempo, mas os primeiros sintomas são muito parecidos, não dá para diferenciar: dor no corpo, mal estar, febre, sintomas de resfriado, rinite. Em alguns casos, temos na COVID-19 uma evolução mais grave na segunda semana”.  

Além dos testes específicos voltados para a identificação de COVID-19, laboratórios passaram a oferecer um novo teste, o COVID multiplex, que utiliza a técnica de RT-PCR para detectar, além do vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, os vírus da Influenza A e da Influenza B, que são os dois principais causadores da gripe, e o Vírus Sincicial Respiratório, também conhecido pela sua sigla em inglês, como RSV, que atinge principalmente as crianças menores de 2 anos. O resultado do teste é liberado em até 48 horas e é realizado em raspados de nasofaringe, coletados através das narinas.

Casos no Brasil

 
O Brasil convive tanto com a pandemia de COVID-19 quanto com uma epidemia de gripe em alguns estados. “A epidemia da COVID, que teve um arrefecimento nos últimos dias, continua presente. Ainda corre risco, a gente está vendo o que está acontecendo em outros países com a nova variante. Não podemos relaxar”, diz Magarinos. 

Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde indica que o Brasil tem mais de 30 casos registrados da nova variante do coronavírus, a Ômicron. As infecções pela Ômicron estão se multiplicando rapidamente na Europa, nos Estados Unidos (EUA) e na Ásia. Por isso, vários países retomaram medidas de distanciamento social.





O aumento do número de casos de gripe é um fenômeno que se repete ano após ano durante o outono e o inverno de cada hemisfério. Em 2021, entretanto, especialistas foram surpreendidos por uma epidemia que começou no Rio de Janeiro em plena primavera e dá sinais de já ter chegado a outros estados em pleno verão. 

Cuidados

 
Para se prevenir das duas doenças, é importante continuar a adotar medidas de prevenção contra vírus respiratórios, como usar máscara, evitar aglomerações e ambientes fechados e higienizar as mãos com frequência. Outro ponto importante é não sair de casa com sintomas de gripe.  “A epidemia não se espalha sozinha. É a gente que transmite”, disse a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, em entrevista à Agência Brasil.