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Estado de Minas SAÚDE

Anvisa aprova medicamento para bebês e crianças que vivem com HIV

A agência aprovou o uso do antirretroviral Tivicay PD no tratamento de crianças e bebês a partir de quatro semanas de idade


06/01/2022 14:30 - atualizado 06/01/2022 16:03

HIV
Duas novas opções para tratamento de crianças e bebês com HIV foram aprovadas pela ANVISA (foto: Pexels )

 

Duas novas opções de tratamento para crianças que vivem com HIV foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um deles é o antirretroviral Tivicay PD, para crianças e bebês a partir de quatro semanas de idade e com peso mínimo de 3 kg. O medicamento tem sabor de morango e poderá ser dissolvido em água, facilitando a ingestão, principalmente dos bebês.

 

Além dessa aprovação, a agência recentemente ampliou a recomendação do uso do Tivicay para pacientes acima de 6 anos, com peso superior a 20kg. Anteriormente, o medicamento era indicado apenas para pessoas que vivem com HIV acima de 12 anos (com peso superior a 40kg).

 

Para o gerente médico da GSK/ViiV Healthcare, Rafael Maciel, essas duas novas opções de tratamento trazem ainda mais esperança e novas oportunidades para o tratamento do HIV pediátrico no Brasil. Com a aprovação de Tivicay PD 5mg, o tratamento para crianças pequenas se torna menos complexo, frente a melhor comodidade posológica e a possibilidade de prover a dispersão do comprimido em água. E, unindo com a ampliação da faixa etária de Tivicay 50mg, teremos mais opções terapêuticas disponíveis para ajudar crianças e bebês que vivem com HIV a terem uma melhor qualidade de vida”, enfatiza Maciel.

 

A introdução do tratamento antirretroviral diminuiu substancialmente a mortalidade e morbidade de crianças pelo HIV. Apesar dos avanços, particular atenção ainda deve ser direcionada a fim de acelerar os esforços no combate ao HIV entre as crianças.  

Segundo a Unicef, em 2019, 320 mil crianças e adolescentes foram infectados com HIV e cerca de 110 mil crianças morreram de Aids em todo o mundo. Já o relatório do Unaids, divulgado em julho deste ano, em 2020, as crianças representavam 5% de todas as pessoas vivendo com HIV no mundo, mas compreendia 15% de todas as pessoas que morreram de causas relacionadas à Aids. Ainda segundo o Unaids, cerca de 1,7 milhão de crianças entre 0 e 14 anos vivem com HIV.

 

No Brasil, milhares de crianças ainda vivem com HIV e os dados também preocupam. Segundo o mais recente Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, do Ministério da Saúde, na faixa etária de crianças de 2 a 11 anos que vivem com HIV foi observado um aumento de 12% no início tardio ou não início do tratamento com antirretroviral, comparando 2009 com 2020.

 

Ainda segundo o relatório, em 2019, 84% das crianças de 5 a 8 anos que vivem com HIV foram diagnosticadas, destas 78% estão em tratamento, das quais apenas 52% estão com carga viral indetectável. Já na faixa etária de 9 a 11 anos os valores são de 87% estão diagnosticadas, destas 81% estão em tratamento, das quais 57% apresentam carga viral indetectável.

 

Para o profissional, o tratamento do HIV pediátrico apresenta desafios e requer muitos cuidados. “Um dos principais obstáculos que enfrentamos no tratamento de HIV em crianças e bebês é a restrição nas opções de medicamentos. Fornecer tratamento seguro, eficaz e bem tolerado para as crianças que vivem com HIV é fundamental para garantir o controle da infecção e prevenir sua evolução para a Aids. A boa adesão à terapia antirretroviral traz grandes benefícios, entre outros fatores, a ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas”, ressalta. 


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