O começo do ano é marcado por reflexões, metas, planejamento que visam, por exemplo, cuidar do corpo, fazer atividade física, manter uma alimentação balanceada. Mas, o que muitas pessoas se esquecem é de reservar espaço na agenda para cuidar da saúde mental.
Você sabia que muitos hábitos ruins podem estar relacionados com as nossas emoções? Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de 12 milhões de brasileiros sofrem de depressão. O número é equivalente a 5,8% da população, colocando o país em segundo lugar no ranking americano (atrás apenas dos Estados Unidos).
A organização define a saúde mental como “um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe suas próprias habilidades, consegue enfrentar as situações estressantes que são comuns nas rotinas diárias e é capaz de ter uma vida ocupacional produtiva”. Ou seja, o equilíbrio mental pode ser afetado independentemente de doenças, por situações do dia a dia, como pressões no ambiente de trabalho, conflitos de relacionamento, perdas e até mesmo o desemprego – tudo isso reflete na nossa física e mental.
Trabalhar sentimentos como o da gratidão, por exemplo, são fundamentais para alimentar corpo e mente e beneficiar a saúde, que começa de dentro para fora. “Ser grato por alguma coisa, como, por desfrutar de momentos junto às pessoas que amamos, é como recarregar as energias, pois traz a sensação de bem-estar, melhora os relacionamentos interpessoais, impacta positivamente na saúde, dentre outros. Trabalhar a sensação de gratidão e enxergar este sentimento nas pequenas coisas que fazem parte do nosso cotidiano é uma das fontes de energia que promovem a saúde como um todo”, afirma a médica Meira Souza.
A pesquisadora Fuschia Sirois, da Universidade de Sheffield, da Inglaterra, em um de seus estudos sobre a gratidão, revelou que um dos efeitos positivos de sermos gratos é o alívio da dor e melhora do sistema imune, já que expressar gratidão auxilia da diminuição dos níveis de estresse.
Um tratamento mais eficiente e humanizado para cuidar da saúde sob vários aspectos é a medicina integrativa, que propõe uma solução de cuidado e prevenção em que busca tratar o paciente como um todo: corpo e mente. “Todos os impactos da vida do paciente devem ser levados em consideração, não devem ser avaliados apenas os sintomas, mas situações estressantes, tipo de alimentação, etc”, explica Meira.
Essa prática coloca o paciente como personagem principal do seu tratamento. Ou seja, ele deixa de ser um receptor de remédios, exames, e começa a se ver como principal agente formador da sua saúde. O principal objetivo é alcançar as melhores condições para o paciente, visando não apenas a cura de uma doença específica, mas uma melhora na qualidade de vida como um todo.