A triste notícia sobre o câncer da pequena Lua, de 1 ano, filha de Tiago Leifert e Diana Garbin serve como um alerta aos pais. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o retinoblastoma é um tipo raro de tumor nos olhos e geralmente ocorre antes dos 5 anos de idade. Saiba como identificar e qual o tratamento para a doença.
Nas redes sociais, o casal compartilhou um vídeo explicando como descobriram o caso na filha e explicando que resolveram divulgar como forma de chamar a atenção dos pais e responsáveis de crianças a se atentar aos sinais. "O Tiago começou a perceber um movimento estranho no olhinho da Lua, um movimento irregular. Até que um dia eu percebi um reflexo branco como se fosse um olho de gato, e aí que a gente levou ela num oftalmologista e ela recebeu esse diagnóstico", explicou Diana.
Segundo o Inca, o retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos. A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite, como disseram Tiago e Diana. “As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor e inchaço nos olhos ou perder a visão”, aponta o Instituto.
O Ministério da Saúde também aponta que outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações, dor ocular. “Apesar de o principal sintoma ser a leucocoria, o seu aparecimento significa que a doença já está em estágio avançado e as chances de salvar o olho da criança serão menores. Antes disso, a criança já pode apresentar como sintoma sensibilidade à luz (fotofobia) ou um desvio ocular, por exemplo, estrabismo. Por isso, é extremamente importante que, ao perceberem qualquer anormalidade nos olhos do filho, os pais procurem um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança acometida pela doença”, explica.
O diagnóstico é feito por médicos experientes por meio de exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se deve realizar biópsias. O Instituto ressalta ainda que todos os pacientes devem passar por estudo de aconselhamento genético para identificação de casos que são hereditários. “Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento, e durante os primeiros anos de vida, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível”, ressalta.
O tratamento, para tumores pequenos, pode ser com métodos especiais, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Nos casos mais avançados, o olho pode precisar ser retirado e a criança pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.
Recomendações do Ministério da Saúde
- Procure saber se seu filho passou por uma avaliação oftalmológica que inclui o Teste do Olho Vermelho na maternidade. Se não passou, procure um oftalmologista para realizá-la, quando ele é ainda um bebê;
- Leve novamente a criança ao oftalmologista para uma reavaliação, antes dos três anos, ou quando notar alterações como olhos vermelhos, reflexos brancos na pupila, sinais de estrabismo, por exemplo;
- Verifique se há outros casos de retinoblastoma na família. Se houver, vale a pena consultar um especialista em doenças genéticas hereditárias sobre a possibilidade de o retinoblastoma afetar outros membros da família.