Jornal Estado de Minas

INOVAÇÃO

Santa Casa BH recruta voluntários com tumor cerebral para pesquisa inédita

A Santa Casa de Belo Horizonte está à procura de voluntários para uma pesquisa inédita, que propõe um novo tratamento para o glioblastoma multiforme, um tipo de tumor cerebral agressivo. Ao longo de 2 anos, serão recrutados 96 pacientes com diagnóstico da doença, que ainda não realizaram a cirurgia de retirada do câncer.




 
O glioblastoma multiforme é um tipo de câncer cerebral que pode atingir qualquer parte do cérebro. Seu diagnóstico é feito através de tomografias e ressonâncias magnéticas e os pacientes, geralmente, têm entre 50 e 60 anos, apesar de não ser uma exclusividade da faixa etária.
 
Segundo a bióloga molecular e geneticista Cristina Moraes Junta, o tumor pode surgir com alto grau de agressividade e este é o foco da pesquisa, pacientes com o grau 4 do glioblastoma. "Existem outros tipos de tumores do glioblastoma, mas este projeto estuda do grau 4, que é o mais grave".

"O grau 1 e 2 são considerados benignos, pois não invadem tanto o cérebro. Já o de grau 4 é extremamente invasivo e fica até mais difícil de localizar na cirurgia", explica.
 
Para a realização da pesquisa, a Santa Casa BH precisa de 96 voluntários com mais de 18 anos, que tenham o diagnóstico de glioblastoma multiforme e indicação da retirada do tumor. Todos os voluntários serão avaliados pela equipe da pesquisa e passarão por exames de imagens para examinar a condição de retirada. 




 
"Nossa pesquisa envolve o uso de uma substância que é injetada na veia no momento da anestesia, o paciente não sente nada. A substância deixa uma luminescência no local do tumor e permite que o médico faça a retirada com mais precisão, evitando possíveis remoções de tecido saudável", diz a médica.
 
Os interessados devem morar, de preferência, em Belo Horizonte e Região Metropolitana, para facilitar a continuidade do tratamento complementar com radioterapia e quimioterapia, além de realizarem acompanhamento da pesquisa. 
Entretanto, pacientes de outras cidades mineiras com o diagnóstico podem participar e, para saber se o município é atendido pela pesquisa, devem tirar a dúvida pelo número de WhatsApp da Santa Casa (no fim da matéria).




 
Todos os pacientes da pesquisa devem estar sendo acompanhados no Sistema Único de Saúde (SUS) e serão encaminhados para a Santa Casa de BH, do mesmo modo que são encaminhados hoje sem o estudo. Ou seja, por meio das prefeituras das suas respectivas cidades que providenciam o transporte. 
 
A grande diferença para os pacientes que participarem da pesquisa é o acesso à tecnologia de inovação cirúrgica, com maior delimitação do Glioma e aumento da assertividade do neurocirurgião na retirada total do câncer. 
 
Além do tratamento e acompanhamento de possíveis recidivas tumorais, feitas por meio da Biopsia Líquida, que pode detectar a recidiva do câncer mesmo antes dos exames de imagens, no monitoramento que será realizado no paciente operado. 




 
Todos os testes serão realizados na Santa Casa BH. A parte da pesquisa ligada aos exames será feita no Laboratório de Biologia Molecular e Biomarcadores, do Programa de Pós-graduação stricto senso da Faculdade Santa Casa de BH. 
 
De acordo com a geneticista, os exames de pesquisa são realizados 'visando a busca de novos Biomarcadores, trazendo maior benefício aos pacientes, como no caso da biopsia líquida, que irá monitorar a possível volta do câncer antes dos exames de imagens'.
 
As inscrições durarão até o final de 2023. A intenção é captar 96 voluntários e os interessados devem ter mais de 18 anos. Para participar, entre em contato com o número de WhatsApp da equipe médica responsável na Santa Casa BH: (31) 99581-6309.
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira