A partir desta sexta-feira (25/2), a Rede Mater Dei de Saúde contará com o suporte do mais avançado sistema robótico para análise e auxílio na realização de cirurgias de joelho e quadril. A equipe médica da rede hospitalar fará dois procedimentos que darão início a utilização do Mako, um aparelho capaz de detalhar a anatomia do paciente, resultando em cortes mais precisos, assim como maior exatidão em angulações de posição e dimensões de próteses.
Além da segurança médica, a nova tecnologia robótica deve também resultar em ganho funcional, menos dores no pós-cirúrgico, acelerando a recuperação e melhorando a adaptação do paciente aos implantes.
Além da segurança médica, a nova tecnologia robótica deve também resultar em ganho funcional, menos dores no pós-cirúrgico, acelerando a recuperação e melhorando a adaptação do paciente aos implantes.
Utilizado nos Estados Unidos há cerca de 15 anos, o sistema Mako é fundamentado em tomografia computadorizada 3D e permite aos ortopedistas elaborar um plano operatório de artroplastia minucioso e individualizado à anatomia de cada paciente.
A artroplastia é um procedimento cirúrgico que substitui a articulação 'doente' por uma prótese e é geralmente adotada em operações ortopédicas de quadril e joelhos - uma opção para tratar adultos que sofrem de doença articular degenerativa.
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Coordenador do programa R4 de especialização em cirurgia do joelho, Lúcio Biondi também integra a equipe de cirurgia da rede hospitalar e, junto a Cenni, participou dos treinamentos com o sistema nos Estados Unidos, onde cerca de 1,5 mil robôs similares ao Mako já estão em operação. Biondi comemora a aquisição do sistema e a importância em 'incorporar a tecnologia em favor dos pacientes', além da 'segurança' ao corpo médico.
"Em algumas palestras, médicos experientes compararam a tecnologia como, por exemplo, ao celular. Se antes vivíamos sem eles, hoje eles estão conosco o dia inteiro. Para mim, é como a tecnologia de um carro automático frente ao manual. Cada vez mais notamos a segurança de motoristas com o automático, entre tantas outras tecnologias. No caso da cirurgia, é como comparar com um voo manual e outro por instrumentos. Enfim, é claro que seguiremos fazendo as cirurgias sem ele, se preciso. Mas é uma ferramenta que dá respaldo e confiança no procedimento", avalia.
Cenni ainda ressalta o ganho no planejamento cirúrgico e a segurança na precisão dos cortes ósseos para adaptação da prótese feitos a partir do software do Mako. "O especialista o alimenta com informações sobre os objetivos finais de angulação de posição da prótese. O robô faz essa leitura e nos dá o tamanho exato da prótese a ser usada. Com esses cortes definidos, conseguimos melhor adaptá-la, e diminuímos as chances de erro de escolha do tamanho e angulação do implante. Isso garante um resultado bem mais previsível e, com certeza, um ganho funcional. Na prática, o paciente vai perceber uma melhor qualidade do resultado da cirurgia", explica.
Estudos realizados pela Stryker, fabricante do braço robótico Mako, indicam que a colocação do copo acetabular para a substituição total de quadril com o Sistema Mako demonstrou ser quatro vezes mais precisa do que os procedimentos de substituição total de quadril manual. No caso das cirurgias de joelho usando a tecnologia, estudos clínicos demonstraram a possibilidade de os pacientes sentirem menos dor, necessidade de usar menos analgésicos e menos sessões de fisioterapia e melhora na flexão do joelho em comparação com as técnicas manuais.
"Esse treinamento permite, a nós médicos, uma forma de proporcionar ao paciente uma cirurgia mais segura, principalmente em estabilidade na parte do quadril e equalização dos membros", comenta o ortopedista João Wagner Pellucci, coordenador da Cirurgia do Quadril do hospital.
Especialista em Cirurgia e Artroscopia do Quadril, João Lopo destaca ainda que a implementação do braço robótico Mako, aumentando a precisão no procedimento, vai revolucionar as cirurgias de quadril. "Se antes tínhamos uma precisão de 2 ou 3 milímetros, agora temos de 0,5, dando ao paciente mais segurança", argumenta.
"Além de possibilitar um posicionamento mais preciso dos implantes, o que podem levar a uma longevidade maior da prótese, já existem estudos demonstrado melhores resultados clínicos nos pacientes operados por esta técnica. É uma tecnologia que veio para ficar, pois o Mako prioriza a anatomia de cada pessoa, favorecendo resultados cada vez melhores nos nossos pacientes", complementa Lúcio Biondi.