Um grupo de cientistas da Universidade Federal de Paraíba (UFPB), em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), realiza uma pesquisa sobre o uso de um implante muito menor do que o diâmetro do fio de cabelo para tratar faturas. Por meio da liberação controlada de um fármaco chamado sinvastatina na área lesionada, o dispositivo consegue acelerar a regeneração da área lesionada.
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Uma das idealizadoras responsáveis pela criação da tecnologia, a doutoranda em ciência e engenharia de materiais da UFPB, Kaline Ferreeira, explica que o implante, produzido a partir de macromoléculas do tipo polímero – bastante usada na área médica – consegue se adaptar a diferentes tipos de lesões ósseas. “É um sistema cuja estrutura é menor do que um fio de cabelo. Isso favorece a migração e contato com as células da área danificada”, esclarece a profissional.
É justamente a composição dos polímeros utilizados na produção que possibilita uma liberação “ideal” da droga – no local da fratura sem causar efeitos adversos. Além de todos esses benefícios e inovações, o implante tem a vantagem de ser biorreabsorvível, ou seja, o paciente não precisará passar por outro procedimento para retirá-lo, pois ele será eliminado pelo próprio corpo.
“À medida que o implante expele o medicamento e recupera o rompimento ou trincamento do osso, ele irá se decompor”, esclarece Kaline.
Assim que passou no mestrado, em 2014, Kaline passou a estudar o trabalho que estava sendo desenvolvido com a sinvastatina junto com os professores e a ideia surgiu a partir dos estudos referentes às fraturas ósseas. “Identificamos, por exemplo, que no Brasil a osteoporose acomete 10 milhões de pessoas, com prevalência de 11 a 23,8% para todos os tipos de fraturas por fragilidade óssea. Sendo assim, iniciei a elaboração de um sistema que pudesse acelerar os processos reconstrutivos que eles já vinham buscando”, declara.
Segundo a pesquisadora, já foram realizados estudos referentes às características do material, a verificação de sua eficácia, além da observação da indução à formação óssea.
Por ainda não ter a patente do implante adquirida, a pesquisadora não pôde entrar em detalhes sobre o estágio atual do estudo.
O implante precisará passar por mais pesquisas e testes antes de sua possível comercialização. A inovação também precisa cumprir trâmites burocráticos até poder ser liberada para produção em larga escala.
Kaline conclui dizendo que a patente poderá ser explorada por empresas parceiras do ramo farmacológico e do segmento de próteses ortopédicas, para que tenham conhecimento das latentes da criação.