Com o grande volume de chuva e o calor constante, outro inimigo da saúde preocupa os especialistas: o mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. Os órgãos públicos estão reforçando o monitoramento dessas doenças, mas é fundamental que a população faça a sua parte e redobre os cuidados, erradicando os pontos de retenção de águas paradas, como ralos, calhas, vasos de plantas e pneus.
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O infectologista cooperado da Unimed-BH Frederico Amâncio explica o papel fundamental da população na guerra contra o mosquito. “Importante evitar focos de água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver um ano no ambiente. Em caso de reservatório, como caixas d’água ou outros que não podem ser eliminados, mantê-los sempre cobertos”, diz.
Apesar da gravidade da dengue, devido ao risco da forma hemorrágica, as outras doenças também provocam problemas crônicos severos. No caso da zika, existe a preocupação com as grávidas, por causa do risco de acometimento do feto, e a chikungunya pode resultar em dores articulares debilitantes, durando meses ou anos, comprometendo, inclusive, a qualidade de vida das pessoas.
Segundo o especialista, a cada três a cinco anos há uma epidemia de dengue, mas esses casos estão presentes todos os anos, em sua maioria em períodos quentes e chuvosos. “Independentemente do ano ser epidêmico ou não, sempre precisamos reforçar as medidas de prevenção como as já ditas. Em minas, durante os períodos com maior números de casos, já foi registrado mais de 200 óbitos por dengue, além dos registros do nascimento de crianças com microcefalias”, salienta.
Situação em Minas
Desde 2010, o estado vem sofrendo com ciclos epidêmicos de dengue espaçados pelo período médio de três anos. O último pico ocorreu em 2019, podendo desencadear em 2022 um outro momento de alta de casos para a virose. “Com as chuvas acima da média e com o calor do verão, cria-se uma condição muito favorável para a proliferação do mosquito transmissor que se reproduz em locais de água parada”, alerta o infectologista.
De acordo com o mais recente boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), divulgado no dia 9 de março, Minas Gerais registrou 8.660 casos prováveis de dengue em 2022. Desse total, 3.221 casos foram confirmados. Até o momento, um óbito foi confirmado e outros seis estão em investigação. O levantamento também mostra que foram registrados 518 casos prováveis para a febre Chikungunya, sendo 54 deles confirmados e sem nenhum óbito. Em relação ao Zika Vírus, foram 13 casos prováveis, sendo 1 confirmado, também sem óbito.
Testes realizados para identificar se a pessoa está com dengue
A rede de farmácia Araújo disponibiliza o Dengue-Duo, um teste rápido com alta sensibilidade e especificidade, atuando com dupla funcionalidade: eficaz para detectar tanto o estágio inicial (presença de antígeno) quanto o final (presença de anticorpos). A gerente técnica da Drogaria Araujo, Isabel Dias, explica que o teste é realizado com a coleta de uma pequena quantidade de sangue na ponta do dedo, para detectar se houve ou não contato com o vírus.
“É um teste simples e conta com emissão de laudo. O exame deve ser feito até o 5° dia de início de sintomas para detectar a infecção ativa; e após este período, pode ser feito para verificar se há presença de anticorpos. Vale lembrar que existem 4 tipos de vírus da dengue, e que mesmo tendo contraído algum deles, uma vez, isso não é impeditivo de se infectar novamente”, esclarece.
O teste custa R$55 e pode ser realizado a partir do primeiro dia do aparecimento de qualquer sintoma. O resultado sai em até 20 minutos.
Vale lembrar que existe a vacina da dengue, que é indicada para quem teve dengue ao menos uma vez. A vacina ajuda na prevenção da dengue hemorrágica e infecções com sintomas mais graves.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.