Recorrente tanto nas mulheres como nos homens, as doenças cardiovasculares são sabidamente a principal causa de morte no mundo. São patologias que já respondem por 30% do total da mortalidade, ainda mais na faixa etária acima dos 40 anos, como estima a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
No que concerne especificamente às mulheres, enquanto estão em idade fértil, o estrogênio, principal hormônio sexual feminino, tem um efeito protetor no coração. Mas, com sua queda após a menopausa, o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares acaba se tornando maior nelas do que nos homens. É o que explica a cardiologista do Hospital São Vicente Curitiba, Bruna Loise Mayer.
"Isso ocorre porque a queda desse hormônio provoca uma distribuição diferente no metabolismo dos lipídios, dos açúcares, das gorduras, que acabam se depositando em lugares diferentes do organismo. Nessa fase, as mulheres ficam com uma resistência maior à insulina, têm maior rigidez arterial, o que eleva o risco de hipertensão, diabetes, colesterol e outras doenças que são os fatores de riscos clássicos para as doenças cardiovasculares", esclarece.
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Algumas doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, mais comuns entre a população feminina, também são fatores de risco. "Essas doenças são inflamatórias e favorecem a aterosclerose, principal causa de deposição de gordura nas artérias", aponta Leandro Vasconcelos.
Sintomas de infarto
As mulheres podem ter sintomas diferentes quando acontece um infarto. Enquanto os homens têm uma dor mais típica no peito, que corre para o lado esquerdo, nas mulheres nem sempre isso acontece. "Muitas vezes, elas têm uma dor na barriga, mais falta de ar, náusea e muitas ignoram os sintomas achando que é algo gástrico. Isso provoca uma demora no diagnóstico, o que dificulta as possibilidades de tratamento", acrescenta o cardiologista.
Prevenção
Com ou sem proteção de fatores hormonais, a prevenção ainda é a melhor maneira de evitar cardiopatias. "Na maioria das vezes, a evolução para uma doença cardiovascular mais grave acontece quando temos uma combinação de fatores de risco", observa Bruna Loise Mayer.
Por isso, a cardiologista ressalta a importância da prática de exercícios físicos, alimentação mais equilibrada e saudável, manter o peso adequado e evitar o tabagismo. "Grande parte dos fatores de risco são evitáveis. Nós podemos modificar nosso estilo de vida, sempre sem esquecer de ter um acompanhamento cardiológico regular", conclui.