O médico Bruno Baroni, de 26 anos, ganhou notoriedade nas redes sociais pelo uso do tom humorado ao contar histórias sobre a sua vida e a profissão. Atualmente, o digital influencer tem cerca de 1,7 milhão de seguidores no Tik Tok, e mais de 510 mil no Instagram e é seguido inclusive por celebridades como Lexa e Vítor diCastro.
Bruno afirma que os primeiros vídeos que gravou foram dublagens, sem se comunicar diretamente com o público. “Fiz uma filmagem de nove segundos com uma fala do ator Paulo Gustavo, em julho de 2020, e consegui mais de 6 mil visualizações. A princípio, não entendi muito bem, pois, até aquele momento, não tinha feito nenhuma produção para a internet. Fui publicando outros vídeos e, quando assustei, estavam alcançando 250 mil pessoas”, disse.
Segundo o digital influencer, o seu perfil alavancou depois que passou a contar histórias sobre sua experiência no intercâmbio, aos 15 anos. “Quando me mudei para os EUA, fui morar em uma fazenda, o que me rendeu muitas situações engraçadas. Comecei a falar sobre esses acontecimentos nos vídeos, que viralizaram em portais de comédia do Instagram e do Tik Tok. Depois disso, meus seguidores cresceram de forma exponencial”, afirma.
O médico diz que também aproveitou para falar sobre outros assuntos, como o curso de medicina — pois, na época, estava em seu último ano da faculdade —, para passar algumas informações sobre saúde, principalmente dúvidas ligadas à COVID-19, e também alguns tabus relacionados à sexualidade. Tudo isso, sem perder a leveza e o bom humor, já que, para ele, era fundamental contar sobre a sua carreira de forma divertida e sincera, assim como era feito nas suas histórias sobre o intercâmbio.
“Se antes, enquanto estudante, era difícil; agora, a situação é ainda mais complicada. No entanto, boa parte das minhas ideias e piadas surgem quando estou no hospital. Além disso, me inspiro em algumas situações inusitadas vividas no trabalho para poder contar mais tarde. Anoto no bloco de notas do celular e, assim que surge um intervalo, ou no horário de lazer, faço as filmagens”, explica.
O digital influencer, que está se especializando em dermatologia, afirmou que, para dar continuidade aos estudos, pensou em qual especialidade que, além de se interessar, renderia boas histórias para contar na internet.
“Antes considerei a radiologia, mas como sou uma pessoa comunicativa, preferi a dermatologia, já que poderia ter contato diretamente com o paciente e ser uma área que eu gosto muito. Além disso, teria bons casos para contar nas minhas redes sociais”, disse.
“Um dia desses estava marcada no meu sistema uma consulta para uma criança. Inicialmente, não entendi muito bem, pois não presto atendimento no campo da pediatria. Depois, descobri que a mãe levou o filho, que estava aniversariando, somente para me conhecer. Foi uma loucura, tiramos fotos e conversamos um pouco. Nem acreditei no que estava acontecendo”, falou.
Além disso, o belo-horizontino disse que recebe diariamente muitas mensagens curiosas, onde os seus seguidores pedem receitas e atendimento médico. “Me mandam várias fotos com dúvidas sobre algum machucado ou algo que notaram de estranho. Como de forma alguma posso fazer isso, acabo rindo bastante da situação e peço para marcarem uma consulta com o médico de confiança”, conta
Mesmo recebendo muito carinho na internet, segundo o influencer, é muito importante manter uma saúde mental adequada. “Vivemos na sociedade do cancelamento e, desse modo, precisamos ficar atentos ao que dizemos na web, principalmente, pela dimensão que isso pode tomar. Portanto, busco ser o mais cuidadoso possível para não ofender ninguém com as minhas brincadeiras, ainda que de forma não proposital”, explica.
Bruno também alertou sobre a responsabilidade de ser médico atuante nas redes sociais, e sobre os transtornos que podem ser provocados em casos de estudantes do curso de medicina veicular conteúdos que ainda não foram aprendidos na faculdade, a fim de viralizar nas redes sociais.
“Somos profissionais da saúde, o mesmo compromisso ético que firmamos nas universidades, precisa ser aplicado na nossa vida em totalidade”, afirmou.
“Ninguém forma preparado, de fato, para uma pandemia. Ainda que no meu último período, o ensino ofereceu enfoque para a COVID-19, não sabíamos a proporção que isso tomaria, e, muito menos, que o nosso sistema de saúde entraria em falência”, contou.
Segundo o influencer, a condição dos hospitais no pico da doença, no início de 2021, foi alarmante, pois, mesmo que todos soubessem o que estava acontecendo, vivenciar a experiência de perto era ainda mais assustador, não tendo muito o que fazer. “Nós lidamos com a falta de oxigênio e leitos nos hospitais. Vi pacientes que ficaram por vários dias nas filas de atendimento, para conseguir uma vaga no hospital. Tudo isso em uma rede particular de saúde”, conta
Ele explicou que, nestes momentos, recebeu muitas mensagens de apoio das pessoas que o acompanhavam, e também aproveitava as redes para combater a desinformação propagada em torno da COVID-19. De forma bem humorada, o belo-horizontino ensinava como usar corretamente a máscara e a importância de todos permanecerem em isolamento, evitando ambientes com aglomeração, para que a incidência do coronavírus diminuísse.
De acordo com Bruno, o quadro atual está muito melhor e acredita que, gradualmente, retornaremos à 'nova realidade'. “O vírus não vai deixar de existir, mas com o tempo, creio que se tornará uma ‘influenza’, sendo necessário se vacinar anualmente, como é o caso da gripe”, explica.
Além disso, o mineiro ressaltou a importância de tomar todas as doses do imunizante do coronavírus, para não acontecer outra onda e o número de mortes crescer. “À medida que a vacinação avançava, a quantidade de pessoas no pronto-atendimento foi diminuindo proporcionalmente. Ainda que, no início de 2022, tiveram um grande número de casos, devido à variante Ômicron, não internei ninguém”, contou.
Bruno, que já é reconhecido pelos pacientes, compartilha na internet, por meio de vídeos curtos, informações sobre saúde, além de relatar situações cotidianas no consultório e sua experiência em um intercâmbio, em 2011, nos Estados Unidos (EUA).
Bruno concilia a medicina com o seu trabalho na internet
O médico, que nasceu em Belo Horizonte, explicou que sua carreira no meio digital iniciou de forma espontânea, influenciada por uma amiga. “Sempre fui uma pessoa bem humorada e, no início de 2020, quando o TikTok passou a fazer sucesso no Brasil, uma amiga falou que eu deveria gravar vídeos para postar na rede social. Inicialmente, fiquei receoso e não levei para frente, mas, com o tempo e a pandemia, eu perdi a vergonha e aderi à ideia”, contou.Bruno afirma que os primeiros vídeos que gravou foram dublagens, sem se comunicar diretamente com o público. “Fiz uma filmagem de nove segundos com uma fala do ator Paulo Gustavo, em julho de 2020, e consegui mais de 6 mil visualizações. A princípio, não entendi muito bem, pois, até aquele momento, não tinha feito nenhuma produção para a internet. Fui publicando outros vídeos e, quando assustei, estavam alcançando 250 mil pessoas”, disse.
Segundo o digital influencer, o seu perfil alavancou depois que passou a contar histórias sobre sua experiência no intercâmbio, aos 15 anos. “Quando me mudei para os EUA, fui morar em uma fazenda, o que me rendeu muitas situações engraçadas. Comecei a falar sobre esses acontecimentos nos vídeos, que viralizaram em portais de comédia do Instagram e do Tik Tok. Depois disso, meus seguidores cresceram de forma exponencial”, afirma.
O médico diz que também aproveitou para falar sobre outros assuntos, como o curso de medicina — pois, na época, estava em seu último ano da faculdade —, para passar algumas informações sobre saúde, principalmente dúvidas ligadas à COVID-19, e também alguns tabus relacionados à sexualidade. Tudo isso, sem perder a leveza e o bom humor, já que, para ele, era fundamental contar sobre a sua carreira de forma divertida e sincera, assim como era feito nas suas histórias sobre o intercâmbio.
O mineiro contou que atualmente busca conciliar as duas profissões, já que a internet se tornou a sua segunda renda. Mesmo com as dificuldades em gravar vídeos diários, por conta de atendimentos e plantões, ele aproveita os seus horários de intervalo para poder se comunicar nas redes."O meu objetivo era desmistificar a imagem que as pessoas têm em relação aos médicos, já que existem alguns estereótipos construídos em torno da profissão. Por isso, queria mostrar a realidade e que, assim como todo mundo, compartilhamos medos e inseguranças".
Bruno Baroni
“Se antes, enquanto estudante, era difícil; agora, a situação é ainda mais complicada. No entanto, boa parte das minhas ideias e piadas surgem quando estou no hospital. Além disso, me inspiro em algumas situações inusitadas vividas no trabalho para poder contar mais tarde. Anoto no bloco de notas do celular e, assim que surge um intervalo, ou no horário de lazer, faço as filmagens”, explica.
O digital influencer, que está se especializando em dermatologia, afirmou que, para dar continuidade aos estudos, pensou em qual especialidade que, além de se interessar, renderia boas histórias para contar na internet.
“Antes considerei a radiologia, mas como sou uma pessoa comunicativa, preferi a dermatologia, já que poderia ter contato diretamente com o paciente e ser uma área que eu gosto muito. Além disso, teria bons casos para contar nas minhas redes sociais”, disse.
Médico já é reconhecido pelos pacientes
O médico, que atende em uma rede particular, contou que já é reconhecido no trabalho devido à internet, ocorrendo casos de pacientes que pedem autógrafos e, até mesmo, marcam consulta para conhecê-lo.“Um dia desses estava marcada no meu sistema uma consulta para uma criança. Inicialmente, não entendi muito bem, pois não presto atendimento no campo da pediatria. Depois, descobri que a mãe levou o filho, que estava aniversariando, somente para me conhecer. Foi uma loucura, tiramos fotos e conversamos um pouco. Nem acreditei no que estava acontecendo”, falou.
Além disso, o belo-horizontino disse que recebe diariamente muitas mensagens curiosas, onde os seus seguidores pedem receitas e atendimento médico. “Me mandam várias fotos com dúvidas sobre algum machucado ou algo que notaram de estranho. Como de forma alguma posso fazer isso, acabo rindo bastante da situação e peço para marcarem uma consulta com o médico de confiança”, conta
Mesmo recebendo muito carinho na internet, segundo o influencer, é muito importante manter uma saúde mental adequada. “Vivemos na sociedade do cancelamento e, desse modo, precisamos ficar atentos ao que dizemos na web, principalmente, pela dimensão que isso pode tomar. Portanto, busco ser o mais cuidadoso possível para não ofender ninguém com as minhas brincadeiras, ainda que de forma não proposital”, explica.
Bruno também alertou sobre a responsabilidade de ser médico atuante nas redes sociais, e sobre os transtornos que podem ser provocados em casos de estudantes do curso de medicina veicular conteúdos que ainda não foram aprendidos na faculdade, a fim de viralizar nas redes sociais.
“Somos profissionais da saúde, o mesmo compromisso ético que firmamos nas universidades, precisa ser aplicado na nossa vida em totalidade”, afirmou.
Internet serviu como diário para o médico, que atuou na linha de frente contra a COVID-19
Bruno foi um dos profissionais de saúde que esteve na linha de frente contra o novo coronavírus. Ele explicou que essa foi uma fase delicada, tendo em vista que, assim que formou, no final de 2020, o número de pessoas no pronto-atendimento e mortes aumentou de modo exponencial.“Ninguém forma preparado, de fato, para uma pandemia. Ainda que no meu último período, o ensino ofereceu enfoque para a COVID-19, não sabíamos a proporção que isso tomaria, e, muito menos, que o nosso sistema de saúde entraria em falência”, contou.
Segundo o influencer, a condição dos hospitais no pico da doença, no início de 2021, foi alarmante, pois, mesmo que todos soubessem o que estava acontecendo, vivenciar a experiência de perto era ainda mais assustador, não tendo muito o que fazer. “Nós lidamos com a falta de oxigênio e leitos nos hospitais. Vi pacientes que ficaram por vários dias nas filas de atendimento, para conseguir uma vaga no hospital. Tudo isso em uma rede particular de saúde”, conta
Para o médico, a internet conquistou um papel primordial, pois era a única forma de se distrair diante da situação. “Eu usei as minhas redes como um diário, compartilhava o que estava passando no pronto-atendimento com os meus seguidores e, em vários momentos, eu estava completamente desolado e triste”, relembrou."Se meus amigos e familiares, que também são formados em medicina, demoraram anos para presenciar uma morte, nos meus primeiros meses de trabalho, foram três óbitos em uma semana"
Bruno Baroni
Ele explicou que, nestes momentos, recebeu muitas mensagens de apoio das pessoas que o acompanhavam, e também aproveitava as redes para combater a desinformação propagada em torno da COVID-19. De forma bem humorada, o belo-horizontino ensinava como usar corretamente a máscara e a importância de todos permanecerem em isolamento, evitando ambientes com aglomeração, para que a incidência do coronavírus diminuísse.
De acordo com Bruno, o quadro atual está muito melhor e acredita que, gradualmente, retornaremos à 'nova realidade'. “O vírus não vai deixar de existir, mas com o tempo, creio que se tornará uma ‘influenza’, sendo necessário se vacinar anualmente, como é o caso da gripe”, explica.
Além disso, o mineiro ressaltou a importância de tomar todas as doses do imunizante do coronavírus, para não acontecer outra onda e o número de mortes crescer. “À medida que a vacinação avançava, a quantidade de pessoas no pronto-atendimento foi diminuindo proporcionalmente. Ainda que, no início de 2022, tiveram um grande número de casos, devido à variante Ômicron, não internei ninguém”, contou.
"Como disse a meus seguidores, o número de mortes não diminuiu pela variante oferecer menores riscos, mas sim pela imunidade de todos estarem melhor. Tanto que os pacientes não vacinados tiveram complicações"
Bruno Baroni
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.