Jornal Estado de Minas

COVID-19

Máscara feita com substância inusitada espera regularização da Anvisa

Estudos realizados por pesquisadores de diferentes cursos da Universidade de Brasília (UnB) resultaram na confecção de um novo tipo de máscara de proteção contra o novo coronavírus. Apelidado de Vesta, o equipamento de proteção individual (EPI) estava em desenvolvimento desde 2020, e os próximos passos são a certificação e regularização do produto junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).





 

 


A transferência de tecnologia junto a empresas interessadas em produzir o respirador em larga escala e a assimilação da tecnologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são outras metas do projeto. O objeto vem sendo testado por profissionais de saúde do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para avaliação do desempenho.

Desenvolvida junto com outras instituições como parte do projeto Égide, a máscara tem aplicação de nanotecnologia capaz de inativar o novo coronavírus. O respirador Vesta é do tipo PFF2 (ou N95, na nomenclatura estadunidense) e conta com três camadas, sendo uma filtrante, recoberta por nanopartículas de quitosana (uma molécula natural derivada da carapaça de crustáceos).

A expectativa é que o desenvolvimento da tecnologia beneficie não só quem atua na área da saúde, mas também toda a população. As etapas de design, montagem, aplicação do revestimento de nanopartículas e produção do lote piloto foram concluídas. Neste momento, estão sendo feitos ensaios clínicos com profissionais de saúde na linha de frente da COVID-19 no Hran para comparar o desempenho do respirador Vesta com a tradicional PFF2. 





Depois de utilizarem os respiradores durante o plantão, os participantes do experimento os colocam em embalagens lacradas e encaminhadas ao Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde os produtos são avaliados. Uma parte das amostras também é enviada para a a sede da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) de Recife (PE), para a realização de análises complementares.
 
Máscara Vesta (foto: Secom UnB/Divulgação)
 

Adicionalmente, os participantes também respondem a questionários para análises comparativas com respiradores PFF2 em relação a parâmetros de usabilidade, como conforto, por exemplo. Todas as análises estão em andamento por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores dos quatro campi da UnB, do HUB e da Fiocruz de Recife.

O projeto saiu do papel e avançou graças a doações e financiamento em edital conjunto do Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à COVID-19 (Copei) e dos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e Extensão (DEX) para viabilizar ações da UnB de enfrentamento à COVID-19.




 
Segundo os pesquisadores, ainda há gastos necessários para a continuidade dos estudos. Doações à iniciativa podem ser realizadas por meio de uma vaquinha virtual e também via Pix, pelo CPF 825.716.001-68, da coordenadora do projeto, Suélia Fleury.
 
Doação
 
Para viabilizar o financiamento de projetos de pesquisa, extensão e inovação da UnB com foco no combate à covid-19, foi criado, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo para arrecadar doações. Pessoas e empresas do Brasil e do exterior podem destinar recursos para as iniciativas ao acessar a página www.doe.unb.br.


As doações podem ser feitas por boleto, depósito bancário, cartão de crédito ou PayPal, sendo designadas a projetos específicos ou ao fundo geral. O comitê gestor do fundo direciona as contribuições, seguindo critério de classificação nas chamadas prospectivas de iniciativas da UnB de combate à doença.

Serviços, materiais ou equipamentos também podem ser doados. Para isso, é preciso, primeiro, articular a ação junto ao Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), pelo e-mail dpi@unb.br.

Com informações da Secom UnB