Gestantes que dançam em pleno trabalho de parto se transformaram em estrelas de concorridos vídeos postados nas redes sociais. Trata-se de uma técnica conhecida como musicoterapia, que oferece benefícios para o bem-estar físico e emocional da mulher.
A enfermeira Lúcia Barreto, obstetra e professora do curso de enfermagem da Faculdade Pitágoras, explica que o efeito relaxante da dança contribui para a liberação de vários hormônios que proporcionam alívio contra as dores.
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A especialista destaca que a coreografia ajuda na melhoria da densidade óssea, respiração e digestão, além de contribuir para fortalecer os músculos. Tem ação benéfica também sobre a circulação sanguínea da gestante, principalmente nos membros inferiores, proporciona maior flexibilidade, reduz o estresse e a ansiedade.
Considerada exercício de baixo impacto, a musicoterapia é recomendada não só no trabalho de parto, quanto durante a gestação. A obstetra Lúcia Barreto observa que existem exceções e restrições para gestantes que têm problemas de mobilidade física, como fraturas, e aquelas submetidas aos riscos de abortamento ou trabalho de parto prematuro, assim como nos casos das mulheres que desenvolvem a chamada incompetência do colo uterino, que dificulta o curso normal da gestação.
O repertório musical deve ser de escolha da gestante “É importante frisar, entretanto, que as músicas que têm ritmos suaves ajudam a mulher a relaxar e a respirar no início do trabalho de parto. Já as músicas com ritmos mais animados favorecem mais a gestante na fase ativa do parto, quando as contrações são mais frequentes e dolorosas. Rebolar ajuda a relaxar a pelve e facilita a descida e o encaixe do bebê com menos tensão e dor” esclarece a professora.
A dança é uma atividade física reconhecida pelo Ministério da Educação, regulamentada e habilitada pelo Sistema Confef (Conselho Federal de Educação Física) e Crefs (conselhos regionais de Educação Física), órgãos responsáveis por assegurar que as atividades físicas sejam socialmente reconhecidas. A prática atende ao programa de humanização da assistência obstétrica como um dos métodos não farmacológicos de alívio da dor.
Incluir a dança no processo de parturição faz parte da estratégia de humanização da assistência ao parto e nascimento preconizado pela Política Nacional de Humanização. A música permite momentos de relaxamento, de acordo com o ritmo tocado, favorecendo o controle da respiração consciente durante as contrações.
Em outros momentos, ritmo mais animado proporciona intensa e alegre movimentação do corpo e da pelve da mulher, deixando-a mais ativa durante as contrações e acelerando o trabalho de parto de maneira menos intervencionista.
Em outros momentos, ritmo mais animado proporciona intensa e alegre movimentação do corpo e da pelve da mulher, deixando-a mais ativa durante as contrações e acelerando o trabalho de parto de maneira menos intervencionista.
“Ao realizar essa prática, a mulher se torna a protagonista do seu processo de parturição, aprende a controlar a dor através desse método e é uma experiência mais rápida”, destaca Lúcia Barreto.
De acordo com a pesquisa “Nascer no Brasil”, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), vinculada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 45% das gestantes sofreram violência obstétrica no país. A estatística alarmante confirma a necessidade e importância de ações de humanização durante todo o trabalho de parto, no parto e no puerpério.
De acordo com a pesquisa “Nascer no Brasil”, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), vinculada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 45% das gestantes sofreram violência obstétrica no país. A estatística alarmante confirma a necessidade e importância de ações de humanização durante todo o trabalho de parto, no parto e no puerpério.
“É essencial para o empoderamento da mulher para que ela participe ativamente do seu processo de parturição. São inúmeros os benefícios, como a garantia do respeito à autonomia da gestante. Também é preciso garantir o direito da presença do seu acompanhante por 24 horas e que seja de escolha da mulher oferecer práticas assistenciais seguras, acolhedoras e pautadas nas melhores evidências científicas”, observa Lúcia Barreto.
Nesse contexto, ela defende que seja incluído o suporte emocional à gestante e familiares. De outro lado, enfatiza que devem ser evitados procedimentos cirúrgicos e intervencionistas desnecessários, o que reduz a taxa de cesárea e contribui para a redução da morbimortalidade materna e fetal.
Nesse contexto, ela defende que seja incluído o suporte emocional à gestante e familiares. De outro lado, enfatiza que devem ser evitados procedimentos cirúrgicos e intervencionistas desnecessários, o que reduz a taxa de cesárea e contribui para a redução da morbimortalidade materna e fetal.
* Estagiária sob supervisão da
editora Teresa Caram
Na melhor idade, prazer e estímulo
A musicoterapia também é benéfica para as pessoas que fazem parte da chamada melhor idade, ativando as partes do cérebro mais afetadas pelas dificuldades impostas pelo correr dos anos e com o processo de envelhecimento. São trabalhadas pelas técnicas as áreas que melhoram humor, atenção, concentração, memória e lembranças profundas. Psicóloga da empresa Said Rio, especializada na contratação de cuidadores de idosos,
Tais Fernandes listou os cinco principais benefícios da atividade. O tratamento vem dando bons resultados, ainda, para pessoas que sofrem acidente vascular cerebral (AVC), principalmente, quando o paciente desenvolve uma sequela denominada afasia.
“Apesar de ainda estarem sendo feitos muitos estudos sobre a musicoterapia, ela já aponta inúmeros benefícios, não somente para idosos como para crianças também. Acredito que a arte e a música tratam, além da fisiologia, a alma, e mantêm acesa a vontade de viver”, afirma. Confira alguns dos benefícios para os idosos:
Tais Fernandes listou os cinco principais benefícios da atividade. O tratamento vem dando bons resultados, ainda, para pessoas que sofrem acidente vascular cerebral (AVC), principalmente, quando o paciente desenvolve uma sequela denominada afasia.
“Apesar de ainda estarem sendo feitos muitos estudos sobre a musicoterapia, ela já aponta inúmeros benefícios, não somente para idosos como para crianças também. Acredito que a arte e a música tratam, além da fisiologia, a alma, e mantêm acesa a vontade de viver”, afirma. Confira alguns dos benefícios para os idosos:
Promove qualidade de vida
É comum nessa fase da vida algumas pessoas lidarem com perdas de movimento dos membros do corpo e cognitivas, o que pode ser fruto de desgaste natural da idade ou não. A musicoterapia se mostra importante recurso para promover a criatividade e autoestima
Emoções liberadas
De acordo com a psicóloga, pesquisas mostram que a musicoterapia estimula os níveis físico, social e mental, o que possibilita ao idoso expressar suas emoções, melhorar sua linguagem corporal e a comunicação, permitindo a ele manter boa relação social com familiares e amigos
Conexão com memórias
Por meio da música, eles podem se conectar com suas histórias de vida e relembrar momentos que ficaram guardados na memória. Isso é importante, pois o esquecimento é um dos sintomas do processo de envelhecimento. Alguns idosos podem se sentir perdidos devido ao fato de não se lembrarem de certos momentos de sua vida, sejam eles bons, sejam eles ruins
Ajuda nas funções cognitivas
A terapia com música atua nas funções cognitivas, como memória, tomada de decisão, atenção e linguagem, processos que necessitam de um bom funcionamento para que o idoso se mantenha ativo
Auxilia nos tratamentos de doenças degenerativas
Quando um idoso é diagnosticado com males de Alzheimer ou Parkinson, com o desenvolvimento da doença é normal se tornar agressivo e/ou não conseguir expressar o que deseja dizer, em razão da perda de memória. A musicoterapia ajuda a retardar esses sintomas e auxilia para resgatar essas funções