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Estado de Minas SAÚDE

Abril Azul Claro: um alerta sobre o câncer de esôfago

Neoplasia acomete 11 mil brasileiros todos os anos. Saber identificar os sintomas é fundamental, já que no início é uma doença silenciosa


13/04/2022 10:39 - atualizado 13/04/2022 11:41

Esôfago
(foto: Naturalherbsclinic/Pixabay )

O Brasil registra, a cada ano, 11 mil novos casos de câncer no esôfago, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esse é o tema da campanha Abril Azul Claro. E é um problema que pode passar despercebido, a princípio, já que os sintomas se parecem com outros desequilíbrios. Um dos sinais de que algo está errado é a dificuldade em engolir alimentos (disfagia). Entre as manifestações iniciais da doença, também estão dor na região central do peito, náuseas, vômitos e falta de apetite.

A oncologista clínica da Cetus Oncologia Patrícia Azevedo informa que a neoplasia responde pela sexta maior incidência em homens e a décima quinta em mulheres, ou seja, é mais recorrente na população masculina. Entre os fatores que podem ser um gatilho para o aparecimento do distúrbio, a médica cita tabagismo (responsável por 25% dos cânceres de esôfago) e ingestão de álcool, entre outros hábitos de vida descontrolados. Nessa lista, também estão a obesidade, a doença do refluxo e o papilomavírus. "Logo, para se prevenir é necessário buscar melhores hábitos de vida que se opõem a esses fatores de risco", salienta a oncologista.

Diferente de como acontece com outros tipos de câncer, como de mama ou cólon, para os quais existem exames de rastreamento (mamografia e colonoscopia, nessa ordem), não há como saber se o câncer de esôfago já se manifestou, e por isso mesmo, no começo, é um transtorno que aparece de forma silenciosa. Ao longo do desenvolvimento da doença, aí sim, os sintomas começam a se tornar mais claros.

O diagnóstico se dá através da endoscopia, exame considerado de caráter invasivo. O procedimento procura possíveis lesões no tubo digestivo e, se realmente estiverem presentes, uma biópsia é feita no mesmo momento do exame. "Mas a endoscopia realizada rotineiramente como forma de prevenção não é indicada, visto que os riscos do procedimento se sobrepõem aos benefícios. Não há, portanto, até então, um método de rastreio recomendado", pondera Patrícia Azevedo.

O tratamento varia conforme cada paciente. Pode incluir endoscopias e cirurgias, ou quimioterapia e radioterapia. "Em estágios iniciais podemos indicar tratamento endoscópico e cirurgia. Conforme o avanço da doença, podem existir algumas combinações de tratamento", diz a especialista. Se as terapias forem iniciadas precocemente, a chance de cura pode passar de 80%.


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