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Estado de Minas INTIMIDADE

Como reconquistar o prazer sexual

Libido é o desejo sexual, que faz parte do instinto do ser humano. No entanto, ele pode ser influenciado por questões físicas e emocionais


24/04/2022 04:00 - atualizado 24/04/2022 08:52

Mulher beija abdômen do homem
Em algum momento da vida, a libido estará em maior ou menor evidência ou potência (foto: Saulius Rozanas/Pixabay)

Libido é sinônimo de desejo sexual. Mas não é tão simples assim, já que o desejo sexual se baseia em processos fisiológicos complexos, tem relação com o aumento de pensamentos e fantasias sexuais, em experiências subjetivas de impulsos e intenções, enfim, do prazer, que é de cada um.

Há quem ache normal a falta de libido e quem a tem mais aflorada. Em algum momento da vida, ela estará em maior ou menor evidência ou potência. E a sua queda está relacionada com a falta de vontade, procura ou mesmo ânimo para a relação se- xual. O que tem a ver com vários fatores, sejam eles físicos, clínicos, emocionais, psicológicos, sentimentais. Como lidar?
 
O médico urologista Eduardo Leze, com residência em cirurgia geral, mestre em fisiopatologia e ciências cirúrgicas e doutor em fisiopatologia e ciências cirúrgicas, explica com clareza, como se fosse uma cartilha, todos os processos que envolvem a libido e como é possível melhorar a relação de um casal. Inclusive, acabando com mitos, estigmas, como o de que o homem teria mais vontade de ter relações sexuais do que a mulher.
 
Aliás, pesquisa do Datafolha, em parceria com a plataforma Omens, mostrou que a disparidade do desejo por sexo entre homens e mulheres não é tão grande. Ambos responderam que sua frequência sexual ideal seria de três ou mais relações por semana. Essa foi a opção escolhida por 39% das mulheres e 36% dos homens. Em segundo lugar ficou a resposta de uma a duas vezes por semana, englobando 27% do público masculino e 28% do feminino.
 
Médico urologista
Médico urologista, Eduardo Leze, diz que se houve queda na libido, é preciso avaliar fatores psicológicos, hormonais e metabólicos (foto: Arquivo Pessoal)
 
Para Eduardo Leze, existe um interesse nato que influencia os níveis de desejo sexual. “Há pessoas que não ligam muito, outras querem mais. Não há nada de errado nessa diferença, mas num contexto pessoal, se houve queda do interesse, é preciso avaliar fatores psicológicos, hormonais e metabólicos.”
 
Todos sabem que o sexo é uma atividade física e leva o organismo a uma explosão de hormônios, diminuindo os níveis de estresse e trazendo uma sensação de bem-estar. E quando o assunto é a libido, alguns hábitos podem recuperá-la.

“A concepção psicológica do que excita homens e mulheres tem diferenças, mas no âmbito fisiológico pode ser pelo mesmo motivo: saúde e taxas hormonais. Além disso, o estresse e o cansaço podem prejudicar o desempenho sexual. Eles ativam o sistema nervoso simpático, que descarrega adrenalina e cortisol, hormônios ligados à luta e sobrevivência. A ereção pede o oposto: a ativação do sistema nervoso parassimpático, que está ligado ao relaxamento e ao bem-estar”, explica o urologista.

A concepção psicológica do que excita homens e mulheres tem diferenças, mas no âmbito fisiológico pode ser pelo mesmo motivo: saúde e taxas hormonais. Além disso, o estresse e o cansaço podem prejudicar o desempenho sexual

Eduardo Leze, médico urologista, com residência em cirurgia geral e doutor em fisiopatologia e ciências cirúrgicas


 
Por outro lado, é verdade que homens e mulheres relacionam o envelhecimento com a perda da libido diante da perda do hormônio testosterona. Ele destaca que a baixa da testosterona pode levar a sintomas como labilidade emocional, irritabilidade, apatia ou desinteresse sexual. “É importante juntar as queixas da pessoa com a avaliação por meio de exames. Caso isso aconteça, pode ser feita a reposição ou simplesmente mudança de hábitos”, destaca Eduardo Leze.

PROVOCAÇÕES E ESTÍMULOS


Diante do envelhecimento, muitos ficam apreensivos e encontram alternativas em crenças populares, como o consumo de alimentos conhecidos por melhorar o desempenho sexual: amendoim e catuaba, entre eles. Eduardo Leze avisa que não serão esses alimentos que ativarão ou desativarão a libido. O foco deve ser sempre ter hábitos de vida saudável.

Já o consumo de álcool, que muitos ingerem para apimentar a relação, em excesso terá efeito oposto. A ideia de que sua ingestão diminui a atividade do sistema nervoso central, tendo reflexo na parte sexual, em baixas doses até ajuda a desinibir o casal, mas em excesso se torna o vilão.
 
Há casos dos que sofrem com problemas de ereção durante a relação; isso pode, sim, estar relacionado à perda do desejo sexual.

“A libido está relacionada ao desejo, com forte ligação à testosterona. A ereção precisa, além disso, que o corpo tenha vasos sanguíneos saudáveis e prontos para receber um fluxo de sangue maior. Se não tiver excelência no funcionamento desses dois sistemas, o corpo não rende”, sinaliza o urologista. Pode ocorrer também de o casal não estar em sintonia, de o desejo não ser o mesmo. A dica de Eduardo Leze é que o casal precisa aprender a lidar com isso. Provocações, novidades e sair da rotina são estímulos importantes. Fora isso, não existe mágica.
 
Muitas mulheres lidam com a queda da libido com a chegada da menopausa e queda do estrogênio. E os homens podem encarar a andropausa, com a queda da testosterona, ainda que nem todos sintam seus efeitos. Estima-se que entre 15% e 20% da população masculina acima dos 50 anos sofra com andropausa na prática.

As mulheres têm, geralmente, o início mais precoce da perda da libido, pela queda hormonal ser mais precoce também. O uso de anticoncepcional por muito tempo também piora essa queixa. “O hábito de vida saudável pode estender por mais tempo a produção hormonal. Muitas vezes é necessária a reposição hormonal para resgatar essa disposição para o sexo”, enfatiza Eduardo Leze.

REDES SOCIAIS E SITES DE NAMORO


E no mundo atual, a libido ainda está relacionada com o universo da tecnologia, da vida on-line, dos sites de namoro, redes sociais, imagens “perfeitas” com seus filtros, culto ao belo e à juventude. Tudo isso forma um caldeirão que pode ou não interferir ou influenciar na libido.

“Pode ser criada a imagem da perfeição e, na grande maioria das vezes, frustra mais do que ajuda. Quem consegue se manter sempre impecável? Alinhar a expectativa e a realidade da vida é fundamental. É preciso maturidade e sabedoria para envelhecer bem, mas sem frustrações”, alerta o médico.
 
Ainda há um outro lado da tecnologia, relacionada aos avanços de tratamentos, principalmente com a imagem, uma das principais acionadoras da libido, arma para mantê-la à flor da pele, ressignificar o desejo.

“Tratamentos para melhorar colágeno, cabelos e a pele têm dado às pessoas melhor cuidado com sua imagem. O grande desafio é saber equilibrar. A libido também tem relação com o autocuidado, com estado de espírito e percepção que cada um tem sobre a vida. Não se pode transformar isso em obsessão.” Eduardo Leze destaca que no tratamento, seja para homem ou mulher, a pessoa tem que ser vista de forma holística, independentemente do gênero. Hábitos, momento de vida atual, qualidade do sono, estresse, situação do relacionamento, equilíbrio hormonal e do metabolismo. Isso tudo influencia.
 
AS CAUSAS DA FALTA DE LIBIDO

  1. Pílulas anticoncepcionais: alteram também a dinâmica da ovulação e, consequentemente, os hormônios que produzem a libido.
  2. Problemas cardíacos: pessoas com problemas cardíacos têm taxas de colesterol alteradas e uma das funções do colesterol é participar da produção de alguns hormônios, inclusive os do sexo. A maioria dos medicamentos utilizados no tratamento de doenças do coração podem causar diminuição hormonal.
  3. Doenças neurológicas: essas doenças são crônicas, progressivas e geram redução dos níveis de dopamina no cérebro, o que compromete a libido feminina. A deficiência no funcionamento dos nervos pode dificultar a comunicação do cérebro com o órgão sexual.
  4. Obesos: pessoas obesas têm mais estrogênio, vão produzir menos testosterona e baixa a libido.
  5. Menopausa: nessa fase, que significa o fim do período fértil da mulher, os ovários produzem menos hormônios ligados ao sexo do que em outras fases da vida.
  6. Sono irregular: quando dormimos, também liberamos os hormônios que causam desejo sexual; portanto, quando essa função está irregular um dos sinais é a libido prejudicada. Além disso, a falta de sono aumenta a produção de cortisol, hormônio do estresse.
  7. Álcool e drogas: a sensação de excitação sexual após o consumo de bebidas alcoólicas e entorpecentes é temporária. Na verdade, quando consumidos em altas dosagens, o nível de excitação e quantidade de orgasmos é drasticamente reduzido.
  8. Alimentação inadequada: alimentos que têm altas taxas glicêmicas prejudicam a libido quando consumidos em excesso, como pães, bolos, tudo que tiver açúcar e carboidratos em excesso. A pouca ingestão de água também influencia.
  9. Fatores psicológicos: baixa autoestima, timidez, conflito conjugal, aceitação do corpo, estresse, depressão, ansiedade e outros problemas dessa natureza abalam a saúde mental e o desempenho sexual.
  10. Problemas hormonais: a testosterona, a prolactina e o hormônio tireoidiano são as substâncias que, quando em níveis irregulares no organismo, podem influenciar a libido do homem. Porém, entre as três, a testosterona é que requer maior atenção; afinal de contas, ela é o principal hormônio masculino.
  11. Ereção: os homens podem se sentir frustrados e desmotivados a se envolver em relações sexuais se tiverem problemas de ereção. O medo de falhar e repetir o ocorrido assusta e, por consequência, diminui a libido. A dificuldade em ter ou manter a ereção por um período mais prolongado pode ter causas psicológicas ou orgânicas, como doenças ou hábitos que levam à dificuldade de vascularização e irrigação do sangue no pênis para fazer a ereção.
  12. Depressão: além de a doença contribuir com a disfunção erétil, os remédios usados para combater a depressão também podem prejudicar a libido. 


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