O câncer é uma das quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos) na maioria dos países, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). No Brasil, estima-se que surjam este ano 625 mil novos casos, sendo que os tumores mais prevalentes em mulheres são os de mama, intestino (cólon e reto) e colo do útero, e nos homens, de próstata, intestino e pulmão.
Globalmente, para os próximos anos há uma tendência de elevação dos índices de detecção do câncer de quase 50% a mais em 2040 em comparação ao panorama atual, quando o mundo deve registrar em torno de 28,4 milhões de casos, conforme relatório da Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, da sigla em inglês) e da Sociedade Norte-Americana de Câncer (ACS). Logo, uma em cada cinco pessoas terá câncer em alguma fase da vida.
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Segundo Helio Calabria, idealizador e gerente médico executivo nacional do Grupo Oncoclínicas, o paciente vive um turbilhão de emoções, em um momento de extrema fragilidade, por isso necessita de acolhimento e uma atenção integral e personalizada.
Muitas vezes, o paciente se vê sozinho, tentando resolver com o plano de saúde a liberação do tratamento, sofrendo um desgaste emocional. "A celeridade é uma prioridade no enfrentamento contra o câncer. Essa demora pode comprometer as chances de cura", acrescenta.
De acordo com o especialista, atualmente no Brasil o paciente pode levar de 80 a 120 dias para receber todo o cuidado que precisa a partir do momento da suspeita diagnóstica até a definição clínica. Na Oncoclínicas, por meio do projeto OC Care-Linha de Cuidados, a equipe consegue reduzir esse período para 21 até 30 dias.
"Através da criação de uma rede de concierge acolhemos os pacientes, conduzimos pela linha de cuidados, com agendamentos priorizados e focados na resolução dos casos. Um funcionário se encarrega de marcar consultas, exames, repassar informações, como local de realização e preparo necessário. Também são feitos contatos posteriores para verificar se todo o processo ocorreu dentro do previsto", comenta.
O serviço abrange um controle dos laudos para marcação do retorno das consultas. "Esse gerenciamento também significa não realizar exames desnecessários, sendo um programa que beneficia pacientes e operadoras de planos de saúde."
Tecnologia
O acesso às tecnologias pode ser determinante em todas as fases do tratamento contra o câncer - do diagnóstico ao término do tratamento. De acordo com o médico patologista Emílio Pereira, recursos tecnológicos e de automação reduzem o tempo da entrega de análises e aumentam a precisão dos exames.
Em BH, o Ira Lab, especializado em diagnósticos em anatomia patológica, citopatologia e imuno-histoquímica, "o processador de tecidos permite que os materiais sejam tratados de forma customizada e padronizada, resultando em melhor qualidade das lâminas histológicas", esclarece Emílio Pereira.
A técnica de imuno-histoquímica é completamente automatizada. "Em parceria com o laboratório de genômica do Grupo Oncoclínicas em São Paulo, otimizamos os testes e geramos resultados que agilizam a jornada dos pacientes. Com isso, conseguimos entregar resultados de biópsias no período de três a cinco dias úteis, e no caso de análises mais complexas, em até sete dias úteis", explica o patologista.
Outro importante recurso tecnológico é o PET-CT, uma evolução do PET Scan (tomografia por emissão de pósitrons). "A tecnologia PET/CT incorporou recursos que aumentaram a precisão das imagens moleculares (PET) integrando-as às imagens anatômicas da tomografia computadorizada (CT). Assim, é possível identificar precocemente alterações moleculares causadas pelas doenças e a correspondente estrutura anatômica, o que garante maior acurácia diagnóstica", explica a médica nuclear, Viviane Parisotto Marino, do Hospital Felício Rocho.
Além do diagnóstico, o equipamento é usado para estadiamento, re-estadiamento e avaliação da eficácia terapêutica da maioria dos tumores, em diferentes estágios, a depender do material radioativo empregado. "O resultado do exame é disponibilizado para o paciente em 72 horas úteis."
Segundo a médica nuclear, o PT/CT também é indicado para neuropsiquiatria (demências como Alzheimer, distúrbios psiquiátricos, epilepsia, entre outros); para cardiologia (avaliação da reserva coronariana, viabilidade miocárdica); e investigação de focos infecciosos.
Com a maior acurácia diagnóstica do método, é possível diagnosticar precocemente a existência ou a recidiva (retorno) dos tumores e, assim, propor um tratamento precoce ou mais adequado em função da extensão do acometimento tumoral. A técnica permite, também, avaliar precocemente a resposta ao tratamento, evitando efeitos indesejáveis e ineficazes", esclarece Viviane.