Durante a pandemia da COVID-19, uma série de restrições sociais impostas para evitar a disseminação do novo coronavírus foi adotada, e essas mudanças acabaram afetando a qualidade do sono de muita gente. De acordo com especialistas dos Estados Unidos, esse cenário contribuiu para taxas mais altas de problemas mentais.
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A equipe também descobriu que aqueles participantes que dormiam menos de seis horas por noite antes e/ou no meio da pandemia tinham maiores risco de sofrerem com sintomas de ansiedade, depressão e esgotamento. "Cerca de 20% dos participantes com menos horas dormidas relataram sintomas de ansiedade ou depressão e 30%, de burnout. Além disso, 20% relataram um aumento no uso de substâncias para lidar com o estresse", detalham os autores do artigo, publicado na revista Sleep Health.
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Os dados obtidos fazem parte dos primeiros passos para compreender melhor a relação entre o sono e problemas comportamentais, avalia Czeisler. "Não entendemos ainda muito bem essa relação - o grau em que a saúde mental influencia o sono e como o sono influencia a saúde mental -, mas já temos evidências do importante papel das horas que dormimos durante a pandemia", diz. "Fazer um esforço para priorizar o sono e desenvolver um horário regular para ir para cama pode oferecer proteção durante esses períodos de crise. Isso nós podemos dizer com certeza."
Para Rafael Vinhal, psiquiatra do Instituto Castro e Santos e do Hospital Santa Marta, em Brasília, o estudo americano acende uma luz de alerta principalmente para pessoas com problemas comportamentais. "Esse estudo vai de encontro a diversos outros que correlacionam o bom sono com a estabilidade emocional, bem como a privação de sono, com sintomas ansiosos, depressivos, de irritabilidade e até mesmo ideação suicida", diz. "Para quem tem disponibilidade em apresentar transtornos mentais ou para quem tem essas enfermidades instaladas, é fundamental que haja uma priorização da qualidade do sono.