A varíola do macaco, da qual foram detectados mais de 200 casos na Europa e na América do Norte, é uma doença rara originária da África, que geralmente é curada espontaneamente.
O secretário de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fábio Baccheretti, disse hoje que a varíola dos macacos pode chegar ao Brasil, embora de forma pontual, não chegando ao status de epidemia.
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A varíola do macaco, ou "ortopoxvirosis simia", é uma doença rara cujo patógeno pode ser transmitido do animal para o homem e vice-versa.
Quando o vírus se propaga para o ser humano, é principalmente a partir de diversos animais selvagens, roedores ou primatas.
A transmissão de um ser humano para outro é pequena, explicou a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Seus sintomas são semelhantes, em menor escala, aos observados em pacientes antigos de varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e dorsais durante os primeiros cinco dias.
Depois, aparecem erupções - no rosto, palmas das mãos e solas dos pés -, lesões, pústulas e finalmente crostas.
Esta doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, em um menino de 9 anos que vivia em uma região onde a varíola havia sido erradicada desde 1968.
Desde 1970, foram registrados casos humanos de "ortopoxvirosis simia" em 10 países africanos. No início de 2003, também foram confirmados casos nos Estados Unidos, os primeiros fora do continente africano.
Como é transmitida?
A infecção nos casos iniciais se deve ao contato direto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou membranas mucosas de animais infectados.
A transmissão secundária, de pessoa para pessoa, pode ser resultado do contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias, lesões na pele de uma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados com fluidos biológicos ou materiais das lesões de um paciente.
Na terça-feira, a OMS afirmou que queria esclarecer, com a ajuda do Reino Unido, os casos detectados desde o início de maio, especialmente na comunidade homossexual.
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"Provavelmente é muito cedo para tirar conclusões sobre o modo de transmissão ou assumir que a atividade sexual é necessária para a transmissão", disse Michael Skinner, virologista do Imperial College London, Science Center (SMC).
Qual a gravidade?
A 'varíola do macaco' geralmente se cura por conta própria, com sintomas que duram de 14 a 21 dias.
Os casos graves ocorrem com mais frequência em crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, ao estado de saúde do paciente e à gravidade das complicações.
Analisando as epidemias, a taxa de mortalidade apresentou grande variação, mas se manteve abaixo dos 10% em todos os casos documentados, principalmente em crianças pequenas.
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"Estima-se que a cepa da África ocidental, que afeta casos britânicos, tenha uma taxa de mortalidade em torno de 1%. Há também uma cepa encontrada na região do Congo que pode ser fatal em 10% dos casos, mas os casos britânicos não têm essa cepa", disse Simon Clarke, professor de microbiologia celular da Universidade de Reading, no SMC.
"Estima-se que a cepa da África ocidental, que afeta casos britânicos, tenha uma taxa de mortalidade em torno de 1%. Há também uma cepa encontrada na região do Congo que pode ser fatal em 10% dos casos, mas os casos britânicos não têm essa cepa", disse Simon Clarke, professor de microbiologia celular da Universidade de Reading, no SMC.
Há tratamento?
Não existem tratamentos específicos ou vacinas contra a varíola do macaco, mas as crises podem ser contidas, explica a OMS.
No passado, a vacinação contra a varíola mostrou ser 85% eficaz na prevenção da "ortopoxvirosis simia". Mas a vacina não está mais disponível, depois que sua fabricação foi descontinuada após a erradicação mundial da doença.
"A boa notícia é que a vacina contra a varíola funciona contra a varíola do macaco; a má notícia é que a maioria dos menores de 45 anos não é vacinada", tuitou o epidemiologista Eric Feigl Ding.
Casos pelo mundo
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a varíola dos macacos já é registrada em pelo menos 16 países. Até o momento, 250 casos foram relatados, o primeiro deles em 7 de maio em nações fora da África Ocidental e Central, onde a enfermidade é mais comum. A maioria dos doentes está na Europa.