O transtorno se manifesta por sons ou movimentos involuntários - tiques que podem ser motores ou verbais. Isso ocorre devido a uma desregulação do circuito mesolímbico, região do cérebro que é responsável pelos pensamentos, emoções e movimentos. A síndrome também pode ter origem genética.
Normalmente, o transtorno começa na infância, mas tiques e outros sintomas costumam melhorar com os anos e, em alguns casos, desaparecem completamente.
Billie disse durante a entrevista que ela não costuma ter tiques quando se apresenta no palco e que alguns deles desapareceram com o tempo, mas outros aparecem regularmente. "Essas coisas você não perceberia se estivesse só tendo uma conversa comigo", diz ela. "Mas para mim é muito exaustivo."
Reação ofensiva
A cantora disse que "ama muito" falar sobre sua experiência com a síndrome de Tourette. Mas ressalta que as pessoas nem sempre reagem bem quando ela tem um tique. "A forma mais comum de reação das pessoas é rir, porque elas acham que eu estou tentando ser engraçada. Eu sempre fico muito ofendida com isso", diz ela.
Leia também: Já tive que me esconder de pessoas me encarando em lugares público.
A britânica Terrina Bibb, de 29 anos, se identifica com isso. Ela começou a mostrar sinais de tiques quando tinha 21 anos, e depois de ir a muitos neurologistas, foi finalmente diagnosticada aos 24 anos, o que é relativamente tarde.
Ela se lembra de, um ano atrás, uma pessoa a ficar encarando constantemente num restaurante, "durante um episódio bem ruim de ataque de tique".
"É falta de educação e isso me frustra. As pessoas perguntam: 'por que você precisa falar tanto palavrão?'. Eu gostaria que não fosse assim, mas é algo que eu não controlo", diz ela.
Terrina quer que as pessoas a tratem normalmente. "Eu não me importo de explicar para as pessoas, mas acho que elas simplesmente não deveriam ser mal educadas."
No dia a dia, Terrina, que tem tiques motores e verbais, trabalha de casa, como artista autônoma. Ela diz que tem "dias bons e ruins".
"É uma condição muito limitante. Ando com uma bengala constantemente, não consigo caminhar normalmente e também tenho uma cadeira de rodas."
A jovem diz que as manhãs "podem ser muito ruins", por causa de tiques nas pernas, e que ela precisa da ajuda do namorado ou da mãe nas tarefas do cotidiano.
Coisas que ajudam
Terrina usa a arte como uma forma de "liberar esses tiques".
"Especialmente os tiques das mãos. Eu seguro uma caneta e faço um rabisco em ziguezague. Então, esses tiques são liberados com algo que eu amo fazer, e é bastante relaxante."
Ela também tem um saco de boxe no jardim que, segundo ela, "ajuda a paralisar o Tourette por algumas horas." Terrina acredita que é importante pessoas com o alcance de Billie Eillish compartilharem sua experiência com a síndrome. "Espero que isso normalize um pouco essa condição", diz.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!