O escritor, tradutor e professor Stephen Batchelor serviu-se da pandemia mundial da COVID-19 para lançar seu mais novo livro, “Elogio à solidão”, que chegou ao Brasil no final de março.
Na obra, o autor trata da solidão como um modo de vida – assim como entendida por Buda e por Montaigne, em vez de analisá-la como um estado psicológico destacado. Batchelor procura mostrar a solidão como uma prática graciosa e vivificante.
A escrita reconhece o isolamento e a alienação como os lados sombrios e trágicos da solidão, mas reconhece que eles são igualmente parte do que significa ser um só. A solidão, assim como o amor, representa uma dimensão por demais complexa e primordial da vida humana para que possa ser capturada numa única definição.
O livro, que demorou cinco anos para ser escrito, tem como objetivo revelar a profundidade da solidão através de relatos – das mais variadas origens, disciplinas e tradições, de quem a vive. Ele traz uma reflexão multifacetada de tudo que sustentou a própria solidão do autor e que, segundo ele, contribuiu para sua capacidade de ficar só e à vontade consigo mesmo.
Momentos de tranquila contemplação, seja diante de uma obra de arte ou ao observar a própria respiração, permitem que a pessoa repense o significado de sua vida e reflita sobre o que lhe é mais importante.
A solidão, esclarece Batchelor, não é um luxo para os poucos que dispõem de horas vagas. É uma dimensão inescapável do ser humano. Não importa se você seja crente devoto ou ateu convicto, na solidão se confronta e explora as mesmas questões existenciais.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie
“Elogio à solidão”
Autor: Stephen Batchelor
Editora: Gryphus
Tradução: Marilene Tombini
194 páginas
Preço livro físico: R$ 54,90
Preço e-book: R$ 29,90