No outono, devido ao tempo seco, aumento de fuligem no ar, quedas bruscas de temperatura e mais poluentes, as alergias tendem a se manifestar de forma frequente e desencadear problemas como rinite, sinusite, bronquite e outras infecções das vias aéreas.
Mas como saber a diferença entre todas essas doenças e procurar tratamento adequado? Normalmente, os sintomas são bem distintos e existem sinais que podem ser percebidos logo nos primeiros dias de incômodo.
Abaixo, listamos quais são as principais inflamações e como reconhecer cada uma delas:
Rinite
Considerada uma doença inflamatória no nariz, que leva a sintomas como obstrução nasal, coriza e coceira interna, ela pode ser provocada por diversos fatores. Quando ocorre na forma alérgica, o contato com poeira, pelos de animais e ácaros aumentam o risco da enfermidade.
Em quadros não alérgicos, pode ocorrer a rinite senil ou vasomotora, que se manifesta devido a uma alteração da saliva. Esta é mais comum em idosos e pode fazer com que as narinas escorram de forma frequente.
Também existem as rinites medicamentosas, que são ocasionadas pelo uso frequente de remédios no nariz. "É uma dependência química e psíquica e a pessoa fica pingando aquilo o tempo todo", diz Cesar, que também é cirurgião do nariz e seios da face e membro Internacional da American Rhinologic Society.
Existe ainda uma rinite química, com a presença de bastante secreção. Geralmente, ela vem de um caso gripal e também por variações de temperatura.
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Para tratar a inflamação, a melhor maneira é prevenir as causas da doença. No caso das rinites alérgicas, o ideal é o controle e limpeza do ambiente, além de usar antialérgicos e spray nasal com medicamentos, se orientado pelo médico. Quando a doença é provocada por bactérias, é recomendado o uso de antibióticos, sob orientação do profissional de saúde.
Sinusite
É uma inflamação dos seios da face que costuma afetar muito a qualidade de vida da pessoa. Ela pode ser gerada por bactérias, vírus e também por quadros de rinite. "A inflamação da mucosa nasossinusal inibe o movimento de suas células especializadas e responsáveis por empurrar o muco em direção à garganta", destaca Raul Zanini, otorrinolaringologista do Hospital Albert Einstein.
Por causa disso, a sinusite provoca obstrução do nariz, secreção espessa, gotejamento, dor em pressão (que pode irradiar para os dentes), diminuição do paladar e olfato. Nos bebês, desencadeia dificuldades para mamar e má alimentação.
O quadro pode aparecer em qualquer momento da vida, porém, é mais frequente quando ocorrem mudanças bruscas de temperatura e tempo com baixa umidade relativa do ar. O tabagismo ativo e passivo, assim como as partículas no ar devido à poluição, também favorecem a inflamação.
Há, ainda, alterações de anatomia do interior do nariz como desvio do septo nasal, pólipos e o aumento das conchas nasais (que são conhecidas como carnes esponjosas) que aumentam a predisposição da sinusite.
O tratamento recomendado por médicos pode ser com o uso de antibióticos, mas também pode ser feito com soro fisiológico. Este último alivia os sintomas e acelera a recuperação do mucociliar, que age no mecanismo de defesa das vias aéreas. As inalações, também com soro, podem facilitar a saída da secreção dos seios da face.
Em casos mais graves e recorrentes, é necessário procedimento cirúrgico com um profissional especializado.
Bronquite
É uma doença inflamatória dos brônquios do pulmão de caráter viral ou bacteriano. É importante não confundir com a asma, que também é uma condição respiratória, mas que provoca sintomas diferentes e é desencadeada por um processo alérgico.
Na bronquite aguda, o paciente apresenta muito catarro, tosse, peito cheio e são as crianças as mais afetadas. Ela também é mais comum quando ocorrem quedas severas de temperaturas.
Quando o quadro é viral, o recomendado são remédios para febre, nebulizações, fisioterapia respiratória e muita ingestão de líquido. "Quando o quadro é bacteriano, o recomendado é antibiótico", afirma Débora Carla Chong, pneumologista pediátrica e professora da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Faringite
Ela é a famosa dor de garganta e é muito comum em pacientes que têm obstrução nasal ou que dormem de boca aberta. Geralmente, quando acordam pela manhã, sentem muito incômodo. Além deste sintoma, a pessoa pode ter uma dor de cabeça ao acordar. O problema ocorre ainda mais no outono e inverno.
As faringites podem ainda ser de caráter viral, que são frequentes quando dormimos de cabelo molhado, pegamos sereno ou andamos com os pés descalços.
Também podem ser bacterianas, provocadas pela espécie streptococcus pyogenes. Neste caso, é um quadro súbito, comum em crianças mais velhas, que têm dois anos de idade. "Se não tratada, a inflamação pode evoluir para uma febre reumática, uma reação autoimune, que atinge as articulações, podendo acometer o coração e, em casos graves, o cérebro", reforça o pneumologista. O tratamento deve ser feito com antibióticos, sob orientação médica.
Otites
Esse tipo é caracterizado pela dor de ouvido e muito incômodo na região. A infecção pode ser provocada por vírus, após resfriados.
A otite também é recorrente em crianças e pode ser desencadeada na amamentação. Quando o leite regurgita, vai para dentro do ouvido médio e pode provocar inflamação. "É a primeira infecção da criança e ocorre na faixa etária dos seis aos três anos de idade", explica Chong.
Os sintomas mais comuns são muita dor de ouvido, febre, perda de apetite e secreção local. O tratamento mais adequado é com uso de antibióticos e analgésicos, com sob orientação médica.
Por último, ainda há a inflamação provocada pelo aumento da adenoide, órgão linfático que se localiza atrás das cavidades nasais e acima do céu da boca. Ela prejudica a "comunicação" com o ouvido e nariz e faz com que haja muito catarro na região. O tratamento pode ser feito com remédios e, em casos mais graves, com cirurgia para retirada da secreção, conforme orientação do profissional de saúde.
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