Nos últimos anos, são notórios os diferentes avanços alcançados na investigação da saúde durante o período da gravidez que levam ao conhecimento das causas da mortalidade materna. Contudo, os números ainda preocupam. De acordo com o Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, o Brasil teve uma média de 107 mortes a cada 100 mil nascimentos.
Os dados, referentes ao ano de 2021, revelam o aumento no número de mulheres que morreram durante a gravidez ou nos 42 dias seguintes ao parto devido a causas relacionadas à gravidez ou por ela agravadas.
O Brasil apresenta números bem distantes dos fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Até 2015, a meta era ter menos de 35 mortes por 100 mil nascimentos e o Brasil estava na faixa de 70 a 75 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos.
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Carreira e maternidade podem andar juntasLicença-maternidade: o país rico onde as mulheres não têm direito ao afastamento remuneradoEstudo mostra que 62% das mães buscam autocuidadoDe acordo com a adaptação das metas para a realidade brasileira, realizada pelo IPEA, o Brasil tem como meta reduzir a razão de mortalidade materna para, no máximo, 30 mortes por 100.000 nascidos vivos, até 2030.
Causas da mortalidade materna
A mortalidade materna é causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a esse período.
"A prevenção tem um papel fundamental. Os cuidados tomados durante a gestação, durante o pré-natal e, especialmente, nos momentos próximos ao nascimento são importantes para reduzir a incidência da mortalidade materna", alerta Heloisa Oliveira, diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde.
A má alimentação e o sedentarismo antes e durante a gravidez, podem contribuir para o aumento da mortalidade materna, uma vez que são fatores de risco para doenças como hipertensão, obesidade e doenças cardiovasculares, esclarece Heloisa.
Os primeiros mil dias de vida
Outro ponto importante ligado à saúde materna são os cuidados durante os primeiros 1.000 dias de vida da criança. Este é o período de transformações físicas, cognitivas e emocionais que vão impactar no seu crescimento e desenvolvimento.
É uma etapa importante não só para a prevenção de doenças, mas também para a criação de hábitos saudáveis e para seu desenvolvimento integral .
"Por isso a adequada nutrição da mãe, incluindo o estilo de vida saudável, além de prevenir a mortalidade materna é também um excelente investimento para a saúde da criança”, ressalta Heloisa Oliveira.
Quando o assunto é mortalidade materna, é impossível não remeter a uma pauta importantíssima que é a necessidade do cuidado com a saúde da mulher.
"As mulheres são, figuras centrais na construção da sociedade e por isso precisam de políticas públicas de saúde que incluam atenção primária, acesso a serviços de saúde de qualidade, em especial no período da gestação, no parto e no puerpério”, defende Heloisa Oliveira.
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