Boa parte das pessoas talvez tenham passado por situações em que não conseguem identificar o porquê de se sentirem tão afetadas, mesmo não tendo a lembrança de ter vivido algum evento que pudesse ter causado tal impacto negativo. Desse ponto, nasce o debate sobre a possibilidade de traumas serem hereditários, ou seja, de que filhos podem herdar tais experiências dos pais de alguma forma.
A neuropsicóloga Roselene Wagner explica que, "de acordo com a epigenética, constantes alterações nas condições ambientes a que estamos submetidos diariamente, são capazes de causar modulações adaptativas possibilitando assim a sobrevivência, sem com isso alterar a sequência do DNA, apenas regulando a expressão gênica".
Leia Mais
Adoção irregular parece ato de amor, mas não é boa para ninguémBiólogo e mergulhador faz palestra gratuita sobre a preservação dos oceanosObesidade mórbida afeta 7 mil crianças brasileirasNeuroarquitetura reforça prazer de estar em determinados ambientes O que a história de fracasso do viagra feminino ensina sobre a sexualidade das mulheresCárie é transmissível? Posso pegar pelo beijo? Cirurgião-dentista explica"O debate sobre essa questão hereditária vem ganhando força entre as pesquisas com discussões pioneiras sobre Transtorno de Estresse Pós-traumático (ETP), com efeito 'déjá-vu'. Traumas geram legados e mesmo quem não tenha vivido a experiência guarda esses traços", apontou.
Então como poderíamos ressignificar tudo isso, na busca pela superação dessas memórias negativas herdadas e não vividas? Dra Leninha Wagner, aponta que um forte aliado disso pode ser o 'passar' por experiência positivas, aliado a um trabalho psicológico.
"Essa é a boa notícia. Podemos minimizar os impactos negativos dessas lembranças acumulando mais experiências emocionais positivas, através de psicoterapia, aumentando nossos recursos internos com repertório de interpretações e comportamentos igualmente positivos", finalizou.