A vacina mais promissora contra a COVID-19, desenvolvida pela universidade britânica de Oxford e testada no Brasil, deverá ter o registro liberado em junho de 2021, contou Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em entrevista ao canal GloboNews.
Smaili contou que os testes da vacina estão na fase clínica, a última fase. Sob a condução da Unifesp, dois mil voluntários de São Paulo receberam a dose no último dia 20 de junho - metade deles da vacina a ser testada e outro de uma substância neutra, o chamado grupo placebo. Ninguém sabe qual das vacinas recebeu.
Após a imunização, os voluntários foram acompanhados de perto nas primeiras 48 horas e nenhum efeito colateral foi registrado. A partir daí, serão acompanhados nos dias 30, 90, 180 e 360 após o recebimento da dose, para análises das reações corporais por parte das equipes.
Trata-se da vacina com mais chance de sucesso dentre as 23 que já estão sendo testadas neste momento mundo afora. Mais de 50 mil voluntários estão participando dos testes ao redor do mundo, sendo cinco mil no Brasil - além das duas mil em São Paulo, outras duas mil no Rio de Janeiro e mil na Bahia.
"É preciso respeitar o tempo do estudo. Os dozes meses são os estabelecidos pelos organismos internacionais para registro da vacina, em casos emergenciais como esse, enquanto um estudo normal levaria 18. Pelo esforço que está sendo feito e pela quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina, poderemos ter um resultado promissor no início do ano que vem e o registro em junho", explicou Soraia Smaili em entrevista ao jornalista José Roberto Burnier.
Questionada sobre a possibilidade do desenvolvimento de um fármaco, a reitora afirmou que ainda não há previsão de quando haverá um remédio eficaz contra a COVID-19. "Esperamos que seja o mais breve possível. Precisamos de fármacos efetivos para tratar a doença, para curar pessoas", completa.