Um grupo de cientistas liderados por astrônomos da Polônia anunciou nesta quinta-feira (29), a descoberta do menor planeta errante já registrado. Ele tem o tamanho da Terra e vaga pela Via Láctea, sem uma ligação gravitacional em torno de uma estrela, como é o caso da Terra, que gira em torno do Sol.
Leia Mais
Diamante roxo-rosa: maior joia do tipo já leiloada é vendida por R$ 143 milhõesEstudo identifica primeiro câncer em mamífero extinto brasileiroAgente penitenciário morre depois de tiro acidental de colega de trabalhoJá para encontrar um planeta errante, a identificação é feita usando um fenômeno chamado microlente gravitacional, resultado da Teoria da Relatividade de Einstein.
Os pesquisadores explicam que um objeto massivo (a lente) pode curvar a luz de um objeto luminoso (a estrela). A gravidade da lente tem efeito de aumento, que curva e amplia a luz de estrelas distantes.
"Se um objeto massivo (uma estrela ou planeta) passar entre um observador na Terra e uma estrela distante, a gravidade pode desviar e dar foco à luz dessa estrela", disse o pesquisador Przemek Mroz, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder do estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, em nota divulgada à imprensa.
"As chances de observação da microlente são extremamente pequenas porque os três objetos - fonte (luminosa), lente e observador - devem estar perfeitamente alinhados. Se tivéssemos observado apenas uma estrela fonte de luz, teríamos que esperar quase um milhão de anos para ver a fonte sendo ampliada pela microlente".
Os pesquisadores do Observatório Astronômico da Universidade de Varsóvia encontraram as primeiras evidências da existência de exoplanetas na Via Láctea anos atrás. Cientistas da mesma instituição estão por trás da nova descoberta. "Esta novidade mostra que planetas errantes podem ser detectados e detalhados usando telescópios em terra", disse o professor Andrzej Udalski, que faz parte do projeto.
Os astrônomos usaram um telescópio localizado no observatório Las Campanas, no Chile. Quando as condições meteorológicas permitem, eles direcionam o telescópio para as regiões centrais da Via Láctea e observam centenas de milhões de estrelas, à procura daquelas que apresentam mudança na luminosidade.