Microplásticos chegam ao topo do mundo, o Everesthttps://t.co/cqIneIog7J
— Estado de Minas (@em_com) November 20, 2020
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Barracas coloridas fluorescentes, material de montanhismo abandonado, cilindros de oxigênio vazios e até excrementos congelados acampam há tempos nas encostas da montanha de 8.848 metros de altitude, ganhando o apelido de "o maior aterro sanitário do mundo".
O primeiro estudo sobre microplásticos no Everest, realizado em 2019 por cientistas em uma expedição da campanha Perpetual Planet da National Geographic e da Rolex, mostra que esse material pode ser encontrado até 8.840 metros, embora com maiores concentrações no acampamento-base, localizado a 5.364 metros de altitude.
Os resultados do estudo foram publicados nesta sexta-feira na revista especializada em meio ambiente One Earth.
"As amostras indicaram quantidades significativas de fibras de poliéster, acrílico, náilon e polipropileno", escreve em um comunicado Imogen Napper, pesquisador da Universidade Britânica de Plymouth e um dos exploradores premiados pela National Geographic.
"Realmente em surpreendeu encontrar microplásticos em cada uma das amostras de neve que analisei", completa.
"O Monte Everest é um lugar que sempre considerei como remoto e intacto", acrescenta.
"Saber que estamos poluindo perto do topo da montanha mais alta é realmente revelador", estima.
A roupa usada pelos montanhistas no Everest é feita, em sua maioria, de tecidos sintéticos. Barracas, cordas de escalada e outros equipamentos também utilizam esse material.
"Suspeitamos fortemente de que esse tipo de objeto é uma grande fonte de contaminação, em vez de coisas como recipientes de comida e bebida", afirma o pesquisador.
O estudo menciona ainda a possibilidade de que os microplásticos cheguem ao Everest procedentes de outros lugares, levados pelos fortes ventos do Himalaia.
Microplásticos também foram encontrados em riachos de montanha, mas com concentrações inferiores às encontradas na neve.