De nuvens de gás a estrelas, uma equipe internacional de astrônomos apresenta nesta sexta-feira (16/7) o catálogo PHANGS-MUSE de 19 galáxias próximas à nossa, um quadro de precisão incomparável dos berçários estelares.
Este é o resultado de uma campanha, iniciada em 2017, para observar galáxias localizadas, para as mais distantes, a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância, e para as mais próximas, apenas 5, ou seja, a periferia da nossa Via Láctea.
"Nos dá pela primeira vez uma visão das galáxias que formam estrelas no Universo vizinho, com um nível de detalhe que nos permite olhar para as entidades onde se formam essas estrelas, nuvens de gás", explica à AFP Eric Emsellem, astrônomo do Observatório Europeu Austral (ESO), um dos líderes da campanha.
Como NGC 4303, também chamada de M61, que estende seus longos braços de galáxia espiral, em uma sinfonia de cores laranja-marrom para as nuvens de gás, tornando-se douradas onde as estrelas nascem, aos bilhões, e azuladas onde envelhecem.
MUSE
O instrumento MUSE, um espectrógrafo instalado no Very Large Telescope do ESO no Chile, desempenhou um papel importante na campanha de observação. Seus dados, incluindo mais de trinta mil imagens de nebulosas de gás quente e 15 milhões de espectros, serão disponibilizados para a comunidade científica nos próximos dias.
O objetivo é tentar entender "o que desencadeia ou inibe a formação de estrelas em um local da galáxia", continua Eric Emsellem, destacado do Centro de Pesquisas Astrofísicas de Lyon.
O MUSE é um programa da colaboração internacional PHANGS, que reúne cientistas de vários continentes, que visa estudar as diferentes fases do ciclo bariônico, aquele que dá origem à matéria das estrelas.
O programa beneficia da contribuição de dois instrumentos essenciais, o radiotelescópio ALMA do ESO e o telescópio espacial Hubble.
O conjunto permite "reconstituir o filme" da criação estelar, segundo Eric Emsellem, graças ao número de galáxias observadas.
Com o ALMA, os astrônomos veem o gás frio que se condensa e forma gás molecular, o "combustível" da formação estelar.
"Bolhas de gás"
Com o MUSE, "vemos as fases seguintes, quando as nuvens de gás criam um grande aglomerado de estrelas", onde os maiores vão evoluir muito rapidamente, "ao longo de alguns milhões de anos", e alguns explodirão, expelindo gás.
"Vemos essas bolhas de gás que se abrem e redistribuem o material" no espaço circundante.
O MUSE, portanto, vê gás quente, estrelas jovens e velhas. "E com o Hubble, que tem maior poder de resolução, começamos a identificar os aglomerados de estrelas, e ver bolhas de gás e poeira, com resolução de menos de 30 anos-luz".
A massa de dados fornecidos, incluindo temperatura, densidade, composição química das estrelas e gás, vai alimentar um fluxo de artigos científicos nos próximos anos.
Enquanto novos instrumentos são esperados para ajudar a entender melhor como as estrelas nascem.
Porque "a resolução do mapa que produzimos (com PHANGS) é suficiente apenas para identificar e distinguir as nuvens que formam estrelas, mas não o suficiente para ver o que está acontecendo em detalhes no interior", comenta a astrônoma Eva Schinnerer, do Instituto Max Planck, em um comunicado de imprensa do ESO.
Os mistérios vão continuar sendo revelados com a chegada este ano do Telescópio Espacial James Webb, para o qual PHANGS já reservou uma janela de observação, e que permitirá ver melhor as nuvens de gás e poeira.
Então chegará o momento, no final da década, do European Extremely Large Telescope (ELT) do ESO. Com a sua "enorme resolução", talvez permita desvendar o segredo dos berçários de estrelas.
Este é o resultado de uma campanha, iniciada em 2017, para observar galáxias localizadas, para as mais distantes, a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância, e para as mais próximas, apenas 5, ou seja, a periferia da nossa Via Láctea.
"Nos dá pela primeira vez uma visão das galáxias que formam estrelas no Universo vizinho, com um nível de detalhe que nos permite olhar para as entidades onde se formam essas estrelas, nuvens de gás", explica à AFP Eric Emsellem, astrônomo do Observatório Europeu Austral (ESO), um dos líderes da campanha.
Como NGC 4303, também chamada de M61, que estende seus longos braços de galáxia espiral, em uma sinfonia de cores laranja-marrom para as nuvens de gás, tornando-se douradas onde as estrelas nascem, aos bilhões, e azuladas onde envelhecem.
MUSE
O instrumento MUSE, um espectrógrafo instalado no Very Large Telescope do ESO no Chile, desempenhou um papel importante na campanha de observação. Seus dados, incluindo mais de trinta mil imagens de nebulosas de gás quente e 15 milhões de espectros, serão disponibilizados para a comunidade científica nos próximos dias.
O objetivo é tentar entender "o que desencadeia ou inibe a formação de estrelas em um local da galáxia", continua Eric Emsellem, destacado do Centro de Pesquisas Astrofísicas de Lyon.
O MUSE é um programa da colaboração internacional PHANGS, que reúne cientistas de vários continentes, que visa estudar as diferentes fases do ciclo bariônico, aquele que dá origem à matéria das estrelas.
O programa beneficia da contribuição de dois instrumentos essenciais, o radiotelescópio ALMA do ESO e o telescópio espacial Hubble.
O conjunto permite "reconstituir o filme" da criação estelar, segundo Eric Emsellem, graças ao número de galáxias observadas.
Com o ALMA, os astrônomos veem o gás frio que se condensa e forma gás molecular, o "combustível" da formação estelar.
"Bolhas de gás"
Com o MUSE, "vemos as fases seguintes, quando as nuvens de gás criam um grande aglomerado de estrelas", onde os maiores vão evoluir muito rapidamente, "ao longo de alguns milhões de anos", e alguns explodirão, expelindo gás.
"Vemos essas bolhas de gás que se abrem e redistribuem o material" no espaço circundante.
O MUSE, portanto, vê gás quente, estrelas jovens e velhas. "E com o Hubble, que tem maior poder de resolução, começamos a identificar os aglomerados de estrelas, e ver bolhas de gás e poeira, com resolução de menos de 30 anos-luz".
A massa de dados fornecidos, incluindo temperatura, densidade, composição química das estrelas e gás, vai alimentar um fluxo de artigos científicos nos próximos anos.
Enquanto novos instrumentos são esperados para ajudar a entender melhor como as estrelas nascem.
Porque "a resolução do mapa que produzimos (com PHANGS) é suficiente apenas para identificar e distinguir as nuvens que formam estrelas, mas não o suficiente para ver o que está acontecendo em detalhes no interior", comenta a astrônoma Eva Schinnerer, do Instituto Max Planck, em um comunicado de imprensa do ESO.
Os mistérios vão continuar sendo revelados com a chegada este ano do Telescópio Espacial James Webb, para o qual PHANGS já reservou uma janela de observação, e que permitirá ver melhor as nuvens de gás e poeira.
Então chegará o momento, no final da década, do European Extremely Large Telescope (ELT) do ESO. Com a sua "enorme resolução", talvez permita desvendar o segredo dos berçários de estrelas.