Uma sonda lunar lançada pela agência espacial chinesa recentemente trouxe de volta as primeiras amostras frescas de rocha e detritos da Lua em mais de 40 anos. Agora, uma equipe internacional de cientistas - liderada pela Academia Chinesa de Ciências Geológicas - relata, na revista Science que a análise do material indica que a Lua teve atividade vulcânica mais recentemente do que se imaginava.
Segundo Jolliff, a amostra trazida pela sonda é perfeita para fechar uma lacuna de 2 bilhões de anos. A lacuna a que ele se refere é importante não apenas para estudar a Lua, mas também para pesquisar outros planetas rochosos do Sistema Solar. Sabendo a idade dessas rochas, os cientistas, agora, são capazes de calibrar com mais precisão importantes ferramentas de cronologia, disse o cientista. "Nesse estudo, obtivemos uma idade muito precisa. É um resultado fenomenal. Em termos de tempo planetário, essa é uma determinação suficiente para distinguir entre as diferentes formulações da cronologia."
Marte
Também na Science, pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) publicaram uma nova análise de rochas marcianas. É a primeira avaliação científica das imagens tiradas pelo rover Perseverance, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). O estudo confirmou que a cratera Jezero de Marte - que hoje é uma depressão seca e erodida pelo vento - já foi um lago tranquilo, alimentado continuamente por um pequeno rio há cerca de 3,7 bilhões de anos.
As imagens também revelam evidências de que a cratera sofreu inundações repentinas, enérgicas o suficiente para varrer grandes rochas de dezenas de milhas rio acima e depositá-las no leito do lago, onde as rochas maciças se encontram hoje. À medida que o rover explora a cratera, os cientistas esperam descobrir mais pistas sobre sua evolução climática.
Agora que os pesquisadores confirmaram que a cratera já foi um ambiente de lago, eles acreditam que seus sedimentos podem conter vestígios de vida aquosa antiga. Em sua missão futura, a Perseverance buscará locais para coletar e preservar os sedimentos. Essas amostras serão, eventualmente, devolvidas à Terra, onde os cientistas podem sondá-las em busca de bioassinaturas marcianas.