Duas vértebras de titanossauro (espécie de dinossauro herbívoro) e um fragmento de dente serão pesquisados no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP). Datado entre 72 a 76 milhões de anos de existência, o material foi encontrado em mineradora de Uberaba, incrustado em dois blocos de arenito de cerca de 150 quilos.
Segundo o geólogo da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e do CCCP, Luiz Ribeiro, a localização dos fósseis aconteceu por técnico especializado de empresa de consultoria de paleontologia da mineradora, no último dia 10.
“Estas duas rochas se juntarão com cerca de sete toneladas de outras rochas que têm incrustados aproximadamente mil fósseis que ainda serão retirados e estudados. O prazo para isso acontece é entre 5 e 6 anos”, acredita o geólogo.
Entre 1945 até hoje, ainda conforme Ribeiro, já foram retirados de rochas do município de Uberaba e repassadas para o Museu do Dinossauro, em Peirópolis, mais ou menos 3 mil exemplares de fósseis de dinossauro de cerca de 15 espécies.
Lei Municipal e parceria
Ribeiro destaca que, segundo lei municipal de geoconservação de 2015, os donos de mineradoras, além de outras empresas e obras, são obrigados a contratar especialista caso encontrem material com potencialidade paleontológica, mas que não precisam se preocupar quando isto acontece.
“Quero ressaltar aos empresários que fiquem tranquilos quando encontrarem materiais como estes, porque tem alguns que acham que as obras param quando isso acontece, e isso não é verdade. Quantos materiais valiosíssimos já não foram jogados no lixo por preocupações equivocadas que quando isso acontece as obras são paralisadas”, lamentou.
Ainda conforme o geólogo, hoje em dia, descobertas de fósseis, como essas últimas que ocorreram em mineradora da cidade, estão sendo possíveis graças a uma sólida parceria que vem se construindo ao longo dos últimos anos entre a UFTM, o promotor Carlos Valera, a prefeitura de Uberaba e a Agência Nacional de Mineração (ANM)