Dados preliminares reunidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelaram que a variante ômicron pode se propagar de maneira mais veloz que a delta, porém com sintomas mais leves. Além disso, a nova cepa parece ser mais resistente às vacinas existentes no mercado. As informações foram dadas pela instituição neste domingo (12/12), por meio de um comunicado técnico.
O levantamento mostra que o perfil genético da variante "reduz a eficácia em relação à proteção do contágio". A organização deixa claro, no entanto, que os dados sobre a vacinação são "limitados" e não foram revisados por outros grupos de cientistas. Já sobre a velocidade de transmissão da ômicron, há uma certeza maior.
A OMS observou o registro de casos da cepa nos países com alta incidência da delta, como o Reino Unido. O resultado foi de que as infecções causadas pela nova mutação do novo coronavírus são registradas de maneira mais veloz do que as outras variantes já detectadas no planeta desde o início da pandemia.
A capacidade de desenvolver casos graves também ainda não foi averiguada pela OMS, que diz que a questão "não é clara". "Embora as descobertas preliminares da África do Sul sugiram que pode ser menos grave do que a delta, e todos os casos relatados na União Europeia até o momento foram leves ou assintomáticos, ainda não está claro até que ponto a ômicron pode ser inerentemente menos virulenta", diz o órgão
Apesar dos dados, a organização diz que é "incerto" dizer que o aumento dos casos é causado por baixa cobertura vacinal, o aumento da transmissão ou ambos.
Lugares com transmissão comunitária podem ter mais casos
A OMS estima que "a ômicron deve superar a delta nos lugares onde há transmissão comunitária". Por isso, é importante que países tomem a rigidez necessária nas medidas de contenção da propagação do vírus.
No Brasil, oito casos da variante foram registrados. A lentidão da propagação do vírus deve ser aproveitada para driblar uma possível nova onda.
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Barroso, de obrigar o governo a exigir o passaporte da vacina para viajantes é, por exemplo, uma medida que pode contribuir para a manutenção dos casos da nova variante sobre controle. A medida, no entanto, é rechaçada pelo governo de Bolsonaro (PL).
Pfizer afirma que três doses da vacina da farmacêutica neutralizam a ômicron
Na última quarta-feira (8/12), a Pfizer divulgou um estudo preliminar que indica que três doses da vacina produzida pela farmacêutica neutralizam a variante. De acordo com os dados obtidos pela empresa, a 3ª dose aumenta em 25 vezes o número de anticorpos neutralizantes quando comparados com dados de apenas duas vacinas.
"Embora duas doses da vacina ainda possam oferecer proteção contra doenças graves causadas pela cepa Ômicron, fica claro, a partir desses dados preliminares, que a proteção é melhorada com uma terceira dose da nossa vacina", disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer.
"Garantir que o maior número possível de pessoas estejam totalmente vacinadas com as duas primeiras doses e uma de reforço continua a ser o melhor curso de ação para prevenir a propagação de COVID-19", disse ele.