Uma 'cápsula do tempo' de mais de 130 anos foi descoberta no Estado americano da Virgínia após a remoção de uma estátua de um militar alvo de protestos do movimento 'Black Lives Matter' ('Vidas Negras Importam', em tradução livre) em 2020.
A caixa continha memorabilia da Guerra de Secessão dos Estados Unidos (1861-1865), também conhecida como Guerra Civil Americana. O conflito opôs o norte ao sul do país em torno, principalmente, da questão da escravidão.
Dentro do objeto, havia jornais, livros e munições.
A caixa foi descoberta em Richmond, capital da Virgínia, durante os trabalhos de remoção da estátua do general confederado Robert E Lee (1807-1870).
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Terremoto revela "cápsulas do tempo" na Nova Zelândia Buenos Aires cria 'cápsula do tempo' para ser aberta em 200 anosRegistros mantidos pela Biblioteca da Virgínia dizem que a cápsula foi enterrada em 1877 e que dezenas de moradores locais contribuíram com cerca de 60 objetos para a caixa.
Kate Ridgway, responsável pelo setor de preservação do Departamento de Recursos Históricos da Virgínia, disse que o conteúdo e o design da caixa parecem corresponder aos registros históricos.
Ela acrescentou que, apesar de úmidos, os itens estavam em melhores condições do que o esperado.
"Pensamos que tudo seria sopa e não é, então isso é ótimo", disse Ridway a repórteres.
A cápsula continha uma série de artefatos da era da guerra civil, incluindo uma bandeira da Confederação que supostamente foi feita da árvore que cresceu sobre o túmulo original do famoso separatista General Stonewall Jackson (1824-1865), as bolas Miniè — um tipo de bala usado na Guerra Civil — e um mapa da cidade de Richmond.
Alguns registros históricos levaram a especulações de que a cápsula poderia conter uma foto rara do falecido presidente Abraham Lincoln (1809-1865).
De fato, os conservadores encontraram uma imagem impressa de uma edição de 1865 do jornal Harper's Weekly que, segundo Ridgway, parecia mostrar uma figura sofrendo diante do túmulo de Lincoln.
Mas a foto em questão não era a que os pesquisadores acreditavam ser rara.
Uma cápsula do tempo menor foi encontrada no local no início deste mês. Era, na verdade, uma homenagem não oficial colocada pelos homens que construíram partes da estátua.
O governador da Virgínia, Ralph Northam, ordenou que a estátua fosse retirada em setembro, na esteira dos protestos que atingiram os EUA após o assassinato de George Floyd.
O general Lee é uma figura controversa no país. Enquanto alguns veem seus memoriais como símbolos do orgulho sulista, muitos outros os ridicularizam como uma lembrança da história de racismo e opressão dos Estados Unidos.
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